Tradição Oral

“Dada a ausência da escrita, naquelas épocas longínquas, todas as tradições se transmitiam de geração a geração através do mecanismo das palavras. Todavia, com a cooperação dos degredados do sistema da Capela, os rudimentos das artes gráficas receberam os primeiros impulsos, começando a florescer uma nova era de conhecimento espiritual, no campo das concepções religiosas.”

Nota Pessoal: O salto da tradição oral para a escrita

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“Suas vozes enchem todo o âmbito das civilizações que passaram no pentagrama dos séculos sem-fim e, apresentado com mil nomes, segundo as mais variadas épocas, o cordeiro de Deus foi guardado pela compreensão e pela memória do mundo, com todas as suas expressões divinas ou, aliás, como a própria face de Deus, segundo as modalidades dos mistérios religiosos.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 73-74.

Os Quatro Grupos de Base

“As tradições do paraíso perdido passaram de gerações a gerações, até que ficassem arquivadas nas páginas da Bíblia.”

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“Aqueles seres decaídos e degradados, à maneira de suas vidas passadas no mundo distante da Capela, com o transcurso dos anos, reuniram-se em quatro grandes grupos que se fixaram depois nos povos mais antigos, obedecendo às afinidades sentimentais e linguísticas que os associavam na constelação do Cocheiro. Unidos, novamente, na esteira do tempo, formaram desse modo o grupo dos árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia.”

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“As quatro grandes massas de degredados formaram os pródromos de toda a organização das civilizações futuras, introduzindo os mais largos benefícios no seio da raça amarela e da raça negra, que já existiam.”

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“Tendo ouvido a palavra do divino Mestre antes de se estabelecerem no mundo, as raças adâmicas, nos seus grupos insulados, guardaram a reminiscência das promessas do Cristo, que, por sua vez, as fortaleceu no seio das massas, enviando-lhes periodicamente os seus missionários e mensageiros. Eis por que as epopeias do Evangelho foram previstas e cantadas alguns milênios antes da vinda do sublime Emissário.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 31-32.

A Função Psicológica do Mito

“Não pode haver dúvida: os perigos psicológicos pelos quais passarem as gerações anteriores, com a orientação oferecida pelos símbolos e exercícios espirituais de sua herança mitológica e religiosa, nós, hoje (…) devemos enfrentar sozinhos ou, na melhor das hipóteses, com uma orientação experimental, improvisada e poucas vezes muito efetiva. Eis o nosso problema, na qualidade de indivíduos modernos, “esclarecidos”, que foram privados da existência de todos os deuses e demônios por meio da racionalização. Não obstante, ainda podemos ver, na multiplicidade de mitos e lendas, que chegaram até nós ou que tem sido registrados pelos confins da terra, o esboço de alguns elementos do nosso destino mais humano”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pág. 107.