Iniquidade e injustiça

“Foi durante a chamada Idade das Trevas, ou da queda do Império Romano até o século treze, que a crença de que tudo de ruim no homem devia sua origem somente aos monstruosos abusos e à tirania da Igreja e do Estado. Assim então, a cada mudança na vida, a maior parte das pessoas se deparavam com dificuldades, e com palpável iniquidade e injustiça, sem nenhuma lei para defender os fracos que não tinham patrões.

A percepção disto levou um grande número de descontentes à rebelião, mas, uma vez que não podiam vencer em luta aberta, eles canalizaram seu ódio na forma de uma anarquia secreta que era, contudo, intimamente mesclada à superstição e a fragmentos da antiga tradição.”

LELAND, Charles G. Aradia.O Evangelho das Bruxas, 2019, Pág. 142.

Final da Idade Antiga

“(…)a formação do Corp. Herm. como um conjunto de tratados herméticos se deu no final da Idade Antiga e no decurso da Idade Média até o século XI na parte oriental do Império Romano, conhecida como Império Bizantino.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 67.

Parte I- Ensaios: Aproximações e enfoques.

Capítulo 4- A Hist´ória da Formação do Corpus Hermeticum.

Vaso de Hermes

“No periodo medieval, os chamados alquimistas empregavam uma técnica de isolamento de elementos químicos em recipientes ou vasos lacrados de modo que esses não pudessem escapar de forma alguma (vas bene clausum). Um dos principais elementos químicos usados pelos alquimistas era o metal chamado mercúrio (Mercurius é o equivalente latino para o nome grego Hermès). Eles costumavam lacrar esse metal em um recipiente chamado de vaso de Hermes (vas Hermetis ou vas hermeticum).

Ao que tudo indica, o termo hermético, como se entende hoje em dia, deriva, via latim medieval, do termo técnico-alquímico hermeticus, que se refere ao ato ou modo especial de fechar, lacrar ou tampar um vaso, uma vasilha ou caixa.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 25.

Introdução

Demonização dos Judeus

“E José de Arimatéia e Nicodemos declararam o que viram e ouviram para Pilatos que pessoalmente, segundo o autor, escreveu todas as coisas que foram feitas e ditas a respeito de Jesus pelos judeus e guardou os escritos em livros públicos em seu pretório. Novamente demonização dos judeus e casamento entre império romano e a igreja do início da Idade Média.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 1146.

A Descida de Jesus Cristo ao Inferno

“(…) a segunda parte do Evangelho de Nicodemos, que é uma adição posterior, mas muito significativa, que é a descida de Jesus Cristo ao inferno.”

(…)

“Um relato interessante do texto é a noção de inferno, típica da Idade Média, como está escrito: “Quando o inferno e a morte e seus ministros iníquos viram estas coisas, eles foram tomados pelo medo” (Evangelho Segundo Nicodemos, capítulo 22, versículo 1).”

(…)

“Ou seja, o texto faz distinção entre Satanás, o Inferno e a Morte.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 1119-1135.

Interesses do Imperador Romano.

“O texto que foi datado por volta do século IV d.C., ou seja, praticamente no início da Idade Média, carrega em seu enredo muitos dos anseios da igreja da época e dos interesses do imperador romano. Em 325 d.C. o imperador Constantino convocou o Primeiro Concílio de Nicéia e neste concílio duas questões principais foram discutidas, a natureza de Cristo e o dia da Páscoa cristã. O texto do Evangelho Segundo Nicodemos possui um enredo explicativo para questões as quais poderiam haver discordâncias, além de culpar os judeus, eximir os romanos de qualquer culpa e introduzir na cristandade a idéia de que os próprios judeus, que haviam crucificado Jesus, haviam posteriormente reconhecido suas culpas e se convencido de que Jesus realmente era justo e divino, pois os imperadores sempre zelaram por ter um império unificado em todos os sentidos inclusive o espiritual/ religioso, pois assim eles poderiam ter domínio e controle total sobre seus governados.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 1084.

Uma Nova Era

“Como os indivíduos, as coletividades também voltam ao mundo pelo caminho da reencarnação. É assim que vamos encontrar antigos fenícios na Espanha e em Portugal, entregando-se de novo às suas predileções pelo mar. Na antiga Lutécia, que se transformou na famosa Paris do Ocidente, vamos achar a alma ateniense nas suas elevadas indagações filosóficas e científicas, abrindo caminhos claros ao direito dos homens e dos povos. ”

(…)

“(…) quando a Idade Média estava prestes a extinguir-se, grandes assembleias espirituais se reúnem nas proximidades do planeta, orientando os movimentos renovadores que, em virtude das determinações do Cristo, deveriamencaminhar o mundo para uma nova era.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 157-159.

A Simplicidade dos Ensinamentos

“(…) empolga-nos reconhecer que a mesma doutrina, cujas bases Jesus assentou na rudeza e simplicidade de um Pedro, na sublimação de Madalena e na sinceridade do publicano Mateus, mais tarde, gerou um Agostinho, discípulo apaixonado de Platão e cuja eloquência, ao expor a Teologia Cristã, abalou Roma e Cartago; ou ainda, o maior filósofo da Igreja, como é Tomás de Aquino, um dos maiores gênios da Idade Média na propaganda do Catolicismo. Mas prevendo também o perigo do intelecto desgarrar-se em demasia e depois formalizar o Evangelho acima do coração humano, aristocratizando em excesso o clero responsável pela ideia cristã, o Alto recorre então ao mesmo espírito que fora o apóstolo João e o faz renascer, na Terra, para viver a figura admirável de pobreza e renúncia de Francisco de Assis. Assim, o calor cordial do sentimento purificado e a abdicação aos bens transitórios do mundo, vívidos pelo frade Francisco de Assis, reativaram novamente a força coesiva e poderosa que cimentou as bases do Cristianismo nas atividades singelas de pescadores, camponeses, publicanos e gente de mau viver. Na comunidade da própria Igreja Católica, transformada em museu de granito e mármore, cultuando as quinquilharias de ouro e prata entre a púrpura e o veludo dos sacerdotes, o Alto situou Francisco de Assis, convidando todos os eclesiásticos à volta do Cristo-Jesus da simplicidade, da renúncia e do amor.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 183.

Espíritos Sofredores, Povos Sofredores

“(Jesus para Ismael)

“Abriga aí, na sagrada extensão dos territórios do país do Evangelho, todos os infortunados e todos os infelizes. No meu coração ecoam as súplicas dolorosas de todos os seres sofredores, que se agrupam nas regiões inferiores dos espaços próximos da Terra. Agasalha-os no solo bendito que recebe as irradiações do símbolo estrelado, alimentando-os com o pão substancioso dos sofrimentos depuradores e das lágrimas que lavam todas as manchas da alma.

Leva a essas coletividades espirituais, sinceramente arrependidas do seu passado obscuro e delituoso, a tua bandeira de paz e de esperança; ensina-lhes a ler os preceitos da minha doutrina, nos códigos dourados do sofrimento.”

Ismael sente que luzes compassivas e misericordiosas lhe visitam o coração e parte com os seus companheiros, em busca dos planos da erraticidade mais próximos da Terra. Aí se encontram antigos batalhadores das cruzadas, senhores feudais da Idade Média, padres e inquisidores, espíritos rebeldes e revoltados, perdidos nos caminhos cheios da treva das suas consciências polutas.”

Xavier, Francisco Cândido / Humberto de Campos. Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1938, pp. 47-48.