Confiança

“Desbloquear a criatividade natural em nossa experiência não é algo que está restrito à arte. Tem a ver com um estado de ser. Tem a ver com o espírito do não saber, com o koan, com tolerar a incoisitude, com uma mente livre de conclusões, com a mente do Caminho do Meio que conhece a natureza sem fronteiras das coisas. Este modo de ser nos oferece a liberdade de experimentarmos e de nos relacionarmos com a mente e com o mundo à maneira mais direta e viva possível.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 153.

Incoisitude

“Vemos ao nosso redor uma variedade ilimitada de acordos, que sugerem que eles são todos bastante arbitrários. De fato, o mundo que nós objetificamos existe apenas com base em acordos. Não há um único jeito. Não há um só jeito de ser, nem um sistema de trânsito inerentemente correto, nem um modo fixo de viver a vida. Ao mesmo tempo, para que possamos viver juntos, precisamos de consenso.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 127.

A Palavra V

“É preciso trabalhar com muitas palavras novas para expressar a experiência inefável do Caminho do Meio: qualidade da ausência de fronteiras das coisas, qualidade da ausência de “coisa” na coisa ou incoisitude, qualidade de não ser encontrável… são muitas expressões novas. Mas todas apontam para um termo mais tradicional, e este parece ainda mais desafiador para a maior parte das pessoas: vacuidade, também conhecida como a palavra “V” entre budistas.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 83.

Habilidade de Suportar a Verdade da Incoisitude

“Em tibetano, a palavra zopa é normalmente traduzida como “paciência”, “persistência” ou “tolerância”. Não acredito que tenhamos uma palavra que descreva a profundidade e o sentido dessa palavra pelo menos não a encontrei ainda. Ainda que zopa tenha muitas definições, a mais provocativa que encontrei está descrita por Patrul Rinpoche, iogue andarilho do século XIX, em seu texto As palavras do meu professor perfeito. Ele descreve zopa como “a habilidade de suportar a verdade da incoisitude ou da ausência de fronteiras das coisas“. O que significa tolerar a incoisitude? Boa pergunta.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 72.