O livro Sagrado

“Na realidade, talvez o usuário que o anotou tenha seguido as instruções do cartomante, que recomendava a numeração e a nomeação de qualquer conjunto de 78 pedaços de papelão, fossem eles tarôs ou fragmentos recortados. Porém, em seguida, as menções à interpretação parecem ter seguido mais a inspiração de quem as escreveu. Também é possível ver que elas predominam nas imagens, que, de resto, parecem receber pouca consideração. Estamos muito distantes do apego contemporâneo à máxima “autenticidade” das imagens.

Esse tarô com menções divinatórias é uma raridade. Na realidade, durante todo o século XIX, o tarô seguiu um caminho diferente daquele da cartomancia: os ocultistas se apropriaram dele e escreveram muito a seu respeito. Transformado em livro sagrado,detentor de uma verdade oculta, foi com essa nova identidade que, em seguida, ele se voltou para as práticas divinatórias. O primeiro autor a tratar o tarô desse modo no século XIX foi Éliphas Lévi.”

NADOLNY, Isabelle. História do TarôUm estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 178.

Um Debate Interno

“Douglas Stone, Bruce Patton e Sheila Heen no livro “Conversas Difíceis” O primeiro dos diálogos é “O que aconteceu”, sobre as diferentes perspectivas possíveis do que aconteceu ou deveria ter acontecido. O segundo diálogo é o dos sentimentos conscientes ou inconscientes revelados na conversa. O terceiro é o da identidade, um debate interno sobre o que os outros dois diálogos representam para nós.”

(…)

“O que perguntei/não perguntei nesta conversa? Qual é outra interpretação possível para o que perguntei/não perguntei? O que senti/não senti ao perguntar/não perguntar? O que as perguntas que fiz/não fiz e o que senti/
não senti dizem sobre quem sou?”

(…)

“O que eu acho? O que eu faria/não faria? O que me agrada/não me agrada? Quais são os outros possíveis pontos de vista para enxergar esta situação? O que aqui é fato e o que é interpretação minha? Quais valores meus me impedem de separar fatos das minhas interpretações?”

(…)

“Uma vez que haja a consciência de que está julgando, seja compassivo consigo mesmo e analise se é o caso de compartilhar com a pessoa com quem está conversando. Reconhecer um julgamento próprio é mostrar-se humano, numa posição de igualdade com um interlocutor e pode, inclusive, ajudar o outro a reconhecer como seus julgamentos podem estar implicados nas questões em debate.”

GOLDEMBERG, Gilda. Perguntas Poderosas: Um guia prático para aprender a
perguntar e alcançar melhores resultados em coaching. Ed. Casa do Escritor – 2a Edição, 2019. Versão Kindle, posição 974-1006.

Estímulos Mediúnicos

“Não podemos olvidar que há fenômenos de clarividência e clariaudiência que partem da observação ativa dos instrumentos mediúnicos, identificando a existência de pessoas, paisagens e coisas exteriores a eles próprios, qual acontece na percepção terrestre vulgar, e existem aqueles que decorrem da sugestão que lhes é trazida pelo pensamento criador dos amigos desencarnados ou encarnados, estímulos esses que a mente de cada médium traduz segundo as possibilidades de que dispõe, favorecendo, por isso mesmo, as mais díspares interpretações.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 105-113.

 

Interpretação dos fatos

O que realmente nos assusta e desanima não são os acontecimentos externos em si, mas a maneira como pensamos a respeito deles. Não são as coisas que nos perturbam, mas a forma como interpretamos o seu significado.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 28.