A Estrada para o Calvário

“Em estado lastimável, Jesus flagelado foi levado ao pretório pelos soldados. Seu corpo estava cruelmente desfigurado e atormentado pela dor do terrível açoitamento, Sua visão estava embaçada. Coberto de sangue por causa das lacerações, escoriações e machucados que cobriam Seu corpo, Ele mal podia ficar de pé. Secreções e vômito manchavam Seu rosto e a vestimenta.

(…)

Figura: 4-1

a) cruz simples (simples estada;  b) crux immissa ou crux capitata (convencional)  c) cruz commissa (T ou cruz Tau) d) crux descussata  (cruz de Santo Andé).

Nossos experimentos de suspensão, em que utilizamos a crux commissa (cruz tau), revelaram que havia espaço adequado para o titulus. Parece, então, que a cruz romana foi invenção dos artistas.

(…) seria também muito difícil -em alguns casos, impossível -o crucarius carregá-la, já que ela pesava de 80 a 90 quilos; ainda mais no caso de uma pessoa que já tivesse sido açoitada antes da crucificação. E essa cruz parecia ser pouco prática, pois seria necessário um número muito grande delas, tendo em vista que os persas e os romanos ordenavam centenas e até milhares de crucificações de uma vez só. Essas crucificações em massa demandariam que muitas cruzes fossem fabricadas antecipadamente, pois cada crucarius devia ser pregado com a cruz ainda no chão, para que depois ela fosse erguida e fixada no solo – algo muito complexo para ser feito de forma massiva. Além disso, a maioria das referências históricas relata que as estacas já ficavam no chão, do lado de fora dos portões da cidade. Isso indica que o crucarius era pregado no patibulum, que seria então inserido na cavidade retangular presente no topo da estaca.

(…)

Estudos micropaleobotânicos de fragmentos de supostas relíquias da cruz verdadeira indicam que ela foi feita de pinheiro, O estudo mais definitivo, no entanto, foi feito num fragmento de madeira descoberto na ponta de um prego afixado ao osso do calcanhar de um homem crucificado por volta do ano 7 d.C., e que foi encontrado em escavações no Bairro Judeu da cidade velha de Jerusalém em 1969-70.

O estudo paleobotânico desse pedaço de madeira o relacionou com a oliveira (…)

(…)

O título, também conhecido como Titulus Crucis, era uma tábua com a descrição da natureza do crime do crucarius, e era pregada na cruz logo acima da cabeça da vítima. A tábua era carregada pelo condenada geralmente pendurada ao pescoço, do local da condenação até o do suplício na cruz.

(…)

(…) havia um uso para as três línguas em Jerusalém. O latim era a língua dos funcionários administrativos, o aramaico era falado pelos judeus da época e o grego era a linguagem do comércio internacional e da cultura.”

ZUGIBE, M.D, Ph.D. Frederick T.  A Crucificação de Jesus: As Conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal. São Paulo: MATRIX, 2008, pág. 55-62.

 

Judas

“Judas sentia-se atraído pelos ricos e poderosos, pois não perdia ensejo de doutrinar os afortunados, políticos influentes e sacerdotes de Jerusalém, alegando aos companheiros que não poderia haver sucesso no movimento cristão libertador, através de criaturas famintas, maltrapilhas e ignorantes, que constituíam a corte de Jesus. Fazia promessas atraentes e assumia compromissos prematuros, prometendo ótimas regalias para os candidatos que fizessem o seu ingresso no reino de Israel, como “fundadores”, pois o Messias estava prestes a se revelar e seria o supremo mandatário do povo judeu. Em verdade, ele não confiava no êxito da causa cristã pela interferência de legiões angélicas, como admitiam quase todos os seus partidários, nem acreditava que isso se realizaria por força da profecia de Isaias e Miquéias razão por que há muito tempo buscava atrair homens de temperamento enérgico e experimentados a fim de assegurar a vitória final. Judas não consultava os demais companheiros em suas empreitadas ocultas, pois pretendia precipitar os acontecimentos e assim obrigar Jesus a agir, de imediato, no sentido de fazê-lo marchar para Jerusalém, onde então viria às suas mãos o poder da Judéia. Caráter dúbio e utilitarista, ambicioso e imprudente, ele não acreditava no “Reino de Deus” expresso pela fórmula espiritual que exigia o sacrifício e a renuncia dos homens.

No entanto, reconhecia em Jesus um líder e comandante inato, que sabia arregimentar as multidões pela força hipnótica de suas ideias e pela eloquência de suas palavras. Era óbvio que ninguém resistiria em Jerusalém ao verbo inflamante do rabi da Galileia, quando ele conclamasse todos os judeus para o arremesso histórico de expulsar os romanos e destronar Herodes. E concluía essa jornada vitoriosa e segura, Jesus iria dever a ele. Judas, que ousadamente não vacilaria em agir por iniciativa própria. Seria um serviço valioso prestado ao Mestre Jesus e à causa, no que jamais João ou Pedro poderiam supera-lo.

(…)

Decidido, reuniu seus fiéis e transmitiu-lhes a boa nova de sua ida a Jerusalém, não como visitante, mas para pregar durante as festas de Páscoa nas praças, sinagogas, escolas e talvez nos pátios do próprio Templo, onde só discursavam ao povo os mais famosos oradores da Judéia. A notícia alvissareira galvanizou os seus discípulos e ateou o mais vibrante entusiasmo na turba que o seguia à cata de proventos materiais. O “Reino de Deus” e o trono de Israel estavam próximos, pois Jesus decidira-se a empreender a tão esperada Marcha a Jerusalém. A alegria foi contagiante; um sopro renovador e poderoso vitalizou até os mais pessimistas.

(…)

Em breve afluía gente de todos os recantos de Betânia, dominada pelo intenso jubilo de participar do esperado “Reino de Deus”, na Terra, a ser instituído em breve pelo Messias, conforme predisseram os mais abalizados profetas do Velho Testamento. (…) O Mestre iria a Jerusalém não somente pregar a Boa-Nova e o Reino de Deus, mas inquirir os poderosos, afastar os sacerdotes cúpidos e exploradores do povo infeliz, assim como libertar o povo eleito do jugo romano. As multidões o esperariam festivas ás portas da cidade para recepcioná-lo, como se faz dignamente a um rei; e o levariam em triunfo pelas ruas até à cidadela do Templo. Ali, Jesus seria consagrado sua augusta majestade divina e da inexpugnável fortaleza seguiriam para o palácio de Herodes, onde ele assumiria poder, em cumprimento da profecia de Isaias e Miquéias.

Diante da casa de Ezequiel, a multidão dava vivas a Jesus num delírio de festa. Os apóstolos sorriam, felizes, contagiados pelo entusiasmo da turba e faziam coro às hosanas ao Mestre.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 314-318.

 

Maria e o Nascimento de Jesus

“(…) um anjo visitou Maria e anunciou-lhe que ela casaria com um homem da linhagem de Davi (…) Maria contava 15 anos de idade quando seus pais, Joaquim e Ana, faleceram, com alguns meses de diferença entre os óbitos. Foi então acolhida por Simão e Eleazar, parentes de seu pai, que a encaminharam para o grupo das Virgens de Sião, no templo de Jerusalém.

(…)

Era uma jovem de raríssima beleza e avançada sensibilidade psíquica na época. Espírito dócil, todo ternura e benevolência, fortaleceu a sua juventude no ambiente monástico do templo, sem rebeldia ou problemas emotivos, no qual ainda mais aprimorou o seu alto dom mediúnico. Desde menina tinha visões espirituais, reconhecendo velhos parentes desencarnados e depois os seus próprios pais, que lhe apareciam de modo surpreendente. Em sonhos eles diziam-lhe que ela ainda seria rainha do mundo, a mediadora consagrada para um elevado anjo em missão junto aos homens.

Em sua consciência física, Maria desconhecia que também era entidade de condição angélica; e quando identificava pela sua vidência, uma belíssima criatura, ela supunha tratar- se do “anjo de guarda”, porque ele se assemelhava, fisionomicamente, às velhas oleografias dos anjo da tradição hebraica.

(…)

Embora Maria ignorasse a que estranhos caminhos o destino a levaria, as entidades que a assistiam aconselhavam-na a aceitar o viúvo José, como esposo e companheiro, pois havia sido escolhido no Espaço para a elevada missão de pai do Messias, na Terra. A tarefa desses espíritos não era isenta de decepções e obstáculos, porquanto enfrentavam a mais acirrada e furiosa investida das Sombras, na tentativa de impedir o advento de Jesus na face do orbe terráqueo. José e Maria, além de suas próprias virtudes espirituais defensivas, gozavam do prestígio e apoio de algumas falanges de menor graduação espiritual porém, vigorosas e decididas, que também se propuseram a cooperar na proteção do Salvador dos homens. E então saneavam as imediações de Belém, desintegrando fluidos mórbidos e eliminando cargas magnéticas maléficas, a fim de proteger o nascimento de Jesus sob circunstâncias satisfatórias.

Depois de casada, certa vez, achando-se em profundo recolhimento, sob o doce enlevo de uma prece, Maria, dominada por estranha força espiritual, sentiu-se fora do organismo carnal e situada num ambiente de luzes azuis e róseas rendilhadas por uma encantadora refulgência de raios safirinos e reflexos opalinos; e então, com grande jubilo, ela reconheceu, de súbito, o seu devotado anjo de guarda, que a felicitou, dizendo que o Senhor a escolhera para ser mãe de iluminado Espírito, o qual aceitaria o sacrifício da vida humana para redimir os pecados dos homens. Envolvida por um halo de perfumes, misto de doçura do lírio e da fragrância do jasmim, sentindo-se balsamizada por suave magnetismo, viu seu guia apontar-the alguém, a seu lado, dizendo-lhe que se tratava do Espírito do seu futuro filho. Maria vibrou de júbilo e quis postar-se de joelhos, quando percebeu a sublime entidade recortada num halo de luz esmeraldina, claríssima, cuja aura se franjava de tons róseos e safirinos respingados de prata a sorrir-lhe docemente. Então a entidade que seria Jesus, o Enviado do Cristo à Terra, chamou-a sob inconfundível e pelo seu “nome sideral“, recordando a Maria o compromisso de fidelidade espiritual assumido antes de ela encarnar-se. No recesso de sua alma, ela evocou o passado, sentindo-se ligada ao magnifico Espirito ali presente, e clareou-se-lhe a mente ante a promessa que também fizera de recebê-lo no seu seio como filho carnal.

O maravilhoso contato espiritual com Jesus fez Maria reavivar todas as recordações do pretérito e recrudescer lhe a saudade do seu mundo paradisíaco.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 103-105.

Peça Arqueológica

“Uma análise de alguns fios retirados do tecido, efetuada pelo professor Gilbert Raes, do Instituto Ghent de Tecnologia Têxtil, levou à conclusão, em 1973, de que o pano do Sudário é um tecido de linho, com alguns traços de fibras de algodão do tipo Gossypium herbaceum, que era muito cultivado no Oriente Médio, no primeiro século da nossa era, e que não existe na Europa.

Não se encontra nenhum fio de lã, o que parece sugerir que o tecelão era judeu, já que a Lei proibia que se misturassem produtos de origem animal e de origem vegetal o linho (cl. Dt 22, 11). neste caso, a lã e o linho (cf. Dt 22,11).

(…) Max Frei, dedicou-se a estudar profundamente, a partir de 1973, os pólens do tecido, que podem conservar a sua forma característica durante 3.000 ou 4.000 anos. Baseado no fato de que os pólens raramente vão além de um quilômetro da planta que os originou, pôde dar uma indicação valiosa sobre as regiões em que o Sudário teria estado.

Nessa pesquisa, identificou o pólen de 49 plantas, algumas delas características da Itália e de outros países da Europa, mas 33 que só crescem na Turquia e em Jerusalém ou num deserto próximo desta cidade, que é o único lugar do mundo em que crescem certas espécies vegetais simultaneamente halófilas (que suportam sal) e xerófilas (com preferência por solo seco).

(…)

Nas últimas pesquisas científicas, Jackson e Jumper descobriram as marcas de objetos colocados nos olhos da pessoa envolvida no Sudário (fig. 9), e sugeriram que se tratava de moedas (…) descobriram-se por análise de computador 24 coincidências de dimensões, ângulos, seleção, etc., com o lepto, uma moeda cunhada por Pôncio Pilatos entre 29 c 32 d. C.

ESPINOSA, Jaime. O Santo Sudário. São Paulo: Quadrante, 2017, pág. 23-24.

O Poder do Espírito Santo

“(…) Suas palavras foram simbólicas, mas “Mas recebereis o poder quando o Espírito Santo baixar sobre vós: e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Samaria e até nos confins do mundo”. (Atos, Capítulo I.)”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 125.

Círculo Universal

“Foi após muitas vi sitas a Jerusalém e a regiões do sul que Ele, finalmente, completou o número místico de cento e vinte, ou doze grupos de dez cada um, para formar o círculo universal de discipulado; e agora depois de muitos anos-Ele iria dar aos líderes desses seguidores fiéis e amigos leais as últimas palavras de instrução, testemunhar sua ordenação e batismo espiritual, com o comando final para partirem!”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 103.

As Inimizades de Jesus

A tentativa de transferir o caso para a Galileia, porque Jesus não era judeu, e deixá-lo a cargo de Herodes que estava presenciando a festa de Jerusalém, também falhou. Herodes não tinha suficiente estabilidade e não estava livre de criticas, de modo que não ousou tomar parte em um assunto que ele sabia ser mais sério do que parecia à primeira vista. (…) O próprio Jesus parecia despreocupado quanto à controvérsia que havia entre os altos magistrados, pois foi registrado que, durante essas horas amargas, ele continuou a fazer tratamentos, a pregar e manter a mente calma. Devemos pensar na majestade dessa mente para manter-se pacifica sabendo o que estava por acontecer, pois Jesus sabia. (…) O modo pelo qual os líderes da turba se comportaram nesta ocasião, como confirmam todos os registros, mostra a grande inimizade e o rancor dos judeus que odiavam Jesus.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 237.

Povos Pagãos em Jerusalém

“A Palestina, e especialmente Jerusalém, eram indubitavelmente pagãs pouco antes da chegada do Mestre Jesus. Embora seja verdade que a religião judaica estivesse bem estabelecida, ela com certeza não abrangia as massas nem era praticada por todos os que ocupavam os mais altos escalões do poder.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 42-43.