Na Idade Média se jogava muito, mesmo sendo uma ofensa a Deus

“A fúria ou o temor da Igreja em relação ao jogo ou à adivinhação merece uma análise mais aprofundada. Eles marcam toda a época em que as cartas e o tarô surgiram e proliferaram.”

NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 24.

Entre mitos, jogos e símbolos

“Era uma vez um rei e uma rainha irmãos, que reinavam no início dos tempos. Ele se chamava Geb e dominava a Terra; ela se chamava Nut e governava o céu. Ambos tiveram um amor incestuoso. Rá, o deus Sol, criador soberano, descobriu o relacionamento de ambos e, indignado, proibiu Nut de dar à luz em qualquer mês do ano. Contudo, a rainha tinha outro amante, Thot, o escriba divino, erudito das letras e das artes e mestre dos jogos. Para tentar impedir a maldição do Sol, Thot apresentou-se à Lua e lhe propôs uma partida de “jogo de tabuleiro”. Ele venceu a partida, e a Lua foi obrigada a lhe dar uma das 72 noites em que brilhava por ano. Com a soma de todas essas frações de luz reunidas, Thot formou cinco dias, que acrescentou aos outros 360. Como esses dias não faziam parte de nenhum mês do ano, Nut pôde dar à luz cinco filhos: Osiris, Hórus, Set, Isis e Néftis.”

NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 16.