“Correspondência Astrológica: Libra.
“Justiça, justiça, é o que você deve perseguir, para que possa prosperar e ocupar a terra que o Eterno (YHVH), seu Deus, está dando a você.” (Deuteronomio 16:20)
Na numeração da Golden Dawn, a Justiça vem exatamente no meio da Jornada do Louco, com dez cartas antes e dez depois. Essa combinação é dos muitos pares simbolizados nas balanças perfeitamente equilibradas (…)
Passado – Futuro
Eu – Outros
Acima – Abaixo
Dentro – Fora
Consciente -Inconsciente
Emoção – Razão
Altruismo -Egocentrismo
Potencial – Realização
Meios – Fins
Essas imagens derivam de uma deusa grega chamada Têmis, cuja filha era Astreia A semelhança de “Astreia” com “astral” como no plano astral dos princípios espirituais indica que a Justiça, que a deusa filha de Têmis também representa, não é apenas uma preocupação terrena ou uma invenção humana que carece de sentido intrínseco fora das regras e decisões arbitrárias do sistema legal. A Justiça institucional muitas vezes usa uma venda nos olhos para indicar imparcialidade. A balança, no entanto, inclina-se, uma vez que os tribunais devem decidir por um lado ou por outro. No tarot, diferentemente, a Justiça vê com clareza, com todas as vendas de preconceito, condicionamento, doutrinação e medo removidas. Os pratos das balanças estão equilibrados pois revelam harmonia e unificação do físico e do espiritual.
Por “espiritual” aqui, (…) a consciência de uma dimensão sagrada da existência, que o tarot ensina que pode emergir em cada um de nós.
Tenho por experiência que quando realmente precisamos saber alguma coisa, o tarot fala conosco com absoluta clareza. Nesse caso, o mesmo aconteceu através da bibliomancia, a arte de encontrar em um livro a resposta às suas perguntas.
A Torá – os cinco livros que a tradição associa a Moisés, dos quais Deuteronômio é o último quase nunca apresenta palavras repetidas. No caso da literatura hebraica, a repetição sinaliza grande ênfase. (…) um ditado atribuído a Santo Agostinho: “Quando Deus quer que ouçamos alguma coisa, Ele fala duas vezes”.
Junto à justiça no mundo, devemos buscar a justiça espiritual Iso inel aubconsciencia, um oltur profundo e honesto sobre quem somos e o que zemos ou não, se devemos permanecer fiéis à nossa natureza ou trai ser mais intimo. A justiça espiritual s convida a examiriar nosso relacio namento com o divino.
Mas a justiça vem do fundo de nós mesmos, bem como de qualquer fonte celestial. Como acima, assim abaixo. Como dentro, assim fora (…) no paganismo moderno é seu otimismo essencial “Faça o que quiser e não prejudique ninguém”.
No Rider, também, os olhos da Justiça nos encaram atentamente, um desafio para ver quem semos e o que fizemos, nos desafiando a equilibrar a balança.
Em primeiro lugar, as cartas não preveem eventos futuros e certamente não os causam como temem algumas pessoas. Em vez disso, elas nos mostram tendências e probabilidades. Mas o que torna algo provável? A resposta está em nossa falta de autoconhecimento. Enquanto não nos conhecermos verdadeiramente, seguiremos padrões normalizados, agiremos por medo ou vergonha ou por desejos ainda desconhecidos, respondendo à vida de maneiras previsíveis. Todos nós possuimos livre-arbitrio, mas raramente o usamos, pois a liberdade genuina requer autoconhecimento. Em vez disso, devemos encontrar os olhos fixos da Justiça e equilibrar a balança.
Justiça, justiça, é o que você deve perseguir, para que possa prosperar e ocupar a tema que o Eterno, seu Deus, está dando a você.
O grito da criança “Isso não é justo!” revela um sentido interior de como o mundo deveria funcionar.
O que podemos dizer da expressão “ocupar a terra”, presente no versículo bíblico? Essa terra não é um lugar fora de nós, um pedaço de geografia que poderemos demarcar fisicamente, mas a terra do nosso verdadeiro ser, uma terra sagrada tão perfeita que a carta final dos Arcanos Maiores a chama de Mundo.
(…) mostra uma cena do Livro dos Mortos – cujo título real, Pert Em Hru, significa “saindo para a luz”. Quando uma pessoa morre, o deus Anúbis – veja a carta anterior, A Roda da Fortuna – leva a alma à deusa Ma’at, com nosso velho amigo Thoth ao lado para fazer o registro do que acontece. A deusa, cujo nome significa “verdade”, pega o coração da pessoa e o coloca em um lado de uma balança; do outro, encontra-se uma pena de avestruz. Se a balança se equilibrar, a pessoa passa para a próxima vida, eni um reino espiritual mais elevado. Para os egipcios, todas as almas tinham o nome de Osiris, pois procuravam imitar o deus que morreu e voltou à vida Se, no entanto, o coração pesava na balança, um monstro chamado Ammit devorava o azarado “Osíris”.
(…) o coração é mais do que um músculo que bombeia sangue. Ele também é o centro do nosso ser, o lugar do saber e da verdade. O chacra do coração fica no ponto médio do corpo, com três chacras de fisicalidade abaixo e trés de consciência acima, assim como a Justiça está no ponto mé dio dos Arcanos Maiores. O coração forma a fronteira, o lugar onde o Aci ma e o Abaixo se unem. O que pesa o coração, quando “saimos para a luz, é a culpa, o medo e a vergonha. O que abre o coração, o torna leve, é a Justiça Justiça, justiça você deve perseguir, para que possa prosperar.
O Enforcado, por exemplo, significa rendição e iniciação. Por outro lado, se fechamos nossos corações de modo que não consiga mos olhar A Justiça nos olhos, O Enforcado se tornará um lugar de sofrimento.
Como a carta central da quarta triade, com o Imperador acima e a Lua abaixo, a Justiça equilibra estrutura e mistério, lei e deserto. (…) A Sacerdotisa fica em silêncio, sem tentar analisar ou explicar. Por outro lado, o anjo no Juízo Final toca a trombeta para que nos levantemos e respondamos.
Na maioria das versões da carta da Justiça, a espada aponta para cima, um simbolo de compromisso com a verdade.
Mais amplamente, a carta da Justiça significa autoexame, um momento para pesar as coisas na balança enquanto o ou a consulente avalia sua vida. Você pode enfrentar uma escolha moral de algum tipo e precisar examinar seus motivos.”
POLLACK, Rachel.Bíblia Clássica do Tarot, Darkside, 2023, Pág. 175-182.