Laicos escreviam textos proféticos

“Laicos escreviam textos proféticos, às vezes em caráter particular, como o célebre Cristóvão Colombo, que redigiu o Livro das profecias em 1501-1502, como consolo à intransigência excessiva dos soberanos espanhóis, que o proibiram de partir novamente para “as Indias”. Contudo, ele tornou a partir em 1502, depois de concluir sua obra, na qual previra, entre outras revelações, a vitória do cristianismo por meio da evangelização do Novo Mundo…. Em uma escala mais modesta, há os livros de prognósticos, cujos manuscritos mais antigos remontam ao século X. Escritos em latim, mas também em línguas vernáculas, como o francês, davam para cada dia do ano indicações sobre o clima das estações, a fartura das colheitas, as doenças ou ainda as guerras e epidemias. Também podiam conter indicações mais genéricas sobre as ações a serem empreendidas ou não. Quanto a esse último aspecto, outras formas de adivinhação mais simples e mais populares eram igualmente praticadas: observavam-se os sinais da natureza, por exemplo, o estrondo dos trovões. De resto, esses livros podiam conter prognósticos baseados no dia em que o trovão foi ouvido. Já não se tratava da adivinhação por meio de vaticínios, praticada de acordo com as regras complexas dos romanos, mas ainda restavam alguns usos dela. Desse modo, ainda se faziam previsões em função do voo de pássaros ou de outras manifestações simples, como eclipses, tempestades e sentido do vento.”

NADOLNY, Isabelle. História do TarôUm estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 132-133.