“Graças à sua natureza mediúnica, Maria inúmeros avisos e do seu guia espiritual, o qual insistia em informá-la da estirpe angélica de seu filho. Mas em face de suas obrigações cotidianas junto a família numerosa, ela esqueceu, pouco a pouco, as mensagens mediúnicas que lhe foram transmitidas nas vésperas de casar e antes de nascer Jesus. Mais tarde, em alguns raros momentos, sentia-se dominada por essa reminiscência, quando uma voz oculta lhe parecia confabular quanto à natureza incomum de seu filho.
(…)
Mas, a medida que se aproximava o término da missão de Jesus, embora ela ignorasse isso em vigília, uma estranha melancolia e esquisito sofrimento lhe invadia a alma. Súbito, sua alegria se transformava em temor; uma incontida dor lhe tomava o peito e desejaria espantar de si uma visão oculta que receava enfrentar na realidade. Inconscientemente, Maria se preparava para testemunhar os quadros mais dolorosos de sua vida, que seriam o martírio e a crucificação do seu querido filho, isento de culpa e de maldade.”
RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 95-96.