“— Estive procurando por você — disse ele ao mago. — Há meses que estou perdido. — Toda a sua vida — corrigiu o mago, arrancando com os dentes um pedaço de cenoura e repartindo-o com o coelho que estava mais próximo.
— Você é um grande felizardo. Está fraco demais para fugir. — O que quer dizer com isso? — perguntou o cavaleiro. Merlin sorriu em resposta: — Uma pessoa não pode fugir e aprender ao mesmo tempo. Ela precisa permanecer por algum tempo no mesmo lugar.
Os primeiros goles pareciam amargos, os seguintes, mais agradáveis e os últimos, absolutamente deliciosos. Agradecido, o cavaleiro devolveu o cálice a Merlin. — Você deveria colocar esse produto à venda. Poderia vender jarros dele. Merlin apenas sorriu. — O que é essa bebida? — perguntou o cavaleiro. — Vida — respondeu Merlin.
Mas como é possível você ainda estar vivo? Arthur viveu séculos atrás! — exclamou o cavaleiro. — Quando se está conectado à Fonte, passado, presente e futuro são tudo a mesma coisa — replicou Merlin. — O que é a Fonte? — perguntou o cavaleiro. — É o poder misterioso e invisível do qual tudo se origina.
— Por que você sempre responde com outra pergunta? — E por que você sempre busca nos outros as respostas às suas perguntas?”
FISHER, Robert. O cavaleiro preso na armadura. Ed. Record, 2020, Local: 215-290.
Na Floresta de Merlin