Sintonia, Narração, Explicação, Persuasão

Sintonia, narração, explicação, persuasão

Simplesmente mostrando.

(…)

*Mostrar uma série de imagens de um projeto artístico novo e ir falando sobre ele.

*Fazer uma demonstração de um produto que inventou.

*Descrever sua visão de cidade autossustentável do futuro.

*Mostrar cinquenta fotos surpreendentes de sua viagem recente à floresta amazônica.

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 97.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Revelação.

Da Explicação à Empolgação

“(…) antes de tentar expor sua ideia, pense em deixar claro o que ela não é.

Se uma explicação está construindo um pequeno modelo mental num amplo espaço de possibilidades, é útil, antes de tudo, reduzir a dimensão desse espaço.

(…)

Mais ou menos um trilhão de células humanas faz com que cada um de nós seja o que é e faça tudo o que faz. No entanto, em qualquer momento de suas vidas, cada um aqui tem dez trilhões de células bacterianas dentro do corpo ou sobre ele. Ou seja: em uma pessoa, há dez vezes mais células bacterianas do que células humanas.

(…)

Você só consegue passar ao público uma nova ideia poderosa se tiver aprendido a explicá-la.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 84-87.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Explicação.

Elementos Importantes da Explicação

” (…) alguns dos elementos mais importantes numa palestra são as palavras, locuções ou frases que dão pistas para a estrutura geral dela: “embora”, “um exemplo recente”, “por outro lado”, “vamos explicar melhor isso”, “fazendo, por um momento, o papel de advogado do diabo”, “vou contar a vocês duas histórias que comprovam essa conclusão”, “a título de complementação”, “nesse ponto vocês podem contestar, alegando que”, “ou seja, em suma”.

Outro fator importante é a sequência precisa das frases (…) É importante ser claro num livro, e mais ainda numa palestra. Por fim, é da máxima conveniência pedir ajuda a pessoas leigas no assunto, pois serão elas que melhor perceberão as falhas.

Uma palestra não é um recipiente ou um compartimento em que você despeja conteúdo. É um processo, uma trajetória. O objetivo é levar o ouvinte de onde ele está a um lugar novo.

(…)”Torne tudo tão simples quanto possível. Mas não simplifique.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 83-84.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Explicação.

Revelação da Sua Jornada

“A mudança que se faz necessária é uma montagem bem feita de sua jornada, que ligue momentos críticos e permita ao outro entender o sentido deles. Sem isso, mesmo que sua vida tenha sido notável, a palestra poderá parecer errática e autocentrada. No entanto, se sua jornada revelar algo importante que você tenha aprendido, e se cada passo dela for revelado com humildade honestidade e vulnerabilidade, todos teremos muito prazer em refazê-la com você.

(…)

Andrew Solomon:

Sempre há quem queira confiscar nossa humanidade, e sempre há as histórias que a restauram. Se vivermos em voz alta, poderemos derrotar o ódio e expandir a vida de todo mundo.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 72-73.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Narração.

O fascínio Irresistivel das Histórias

“As histórias ajudaram a nos tornar quem somos (…) Dados de pesquisas arqueológicas e estudos antropológicos levam a crer que a mente humana evoluiu em paralelo com a narração de histórias.

Há cerca de um milhão de anos, os hominídeos, nossos ancestrais, começaram a controlar o uso do fogo, e, ao que parece, isso exerceu impacto enorme na evolução deles. O controle lhes proporcionou aquecimento e defesa contra predadores, além de lhes permitir cozinhar alimentos, o que gerou consequências importantes para o crescimento do cérebro. No entanto, aconteceu também outra coisa.

O fogo criou um novo estímulo aos vínculos sociais. O calor e a luz uniam as pessoas ao cair da noite. Isso parece ter ocorrido em todas as culturas anti- gas de caçadores e coletores ao longo dos últimos trezentos mil anos.

E o que eles faziam durante o tempo que passavam juntos? Aparentemente, uma forma de interação social passou a predominar em muitas culturas: a narração de histórias.

A antropóloga Polly Wiessner (…) culturas coletoras: Casos que traziam indivíduos de lugares distantes para junto da fogueira e para o coração e a mente dos ouvintes.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 68.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Narração.

Estrutura para Criar uma História

*Cria a linha mestra. (É simplesmente o arco narrativo da história.)

*Se a história for envolvente, você obtém uma reação intensa da plateia. Caso a história seja a seu respeito, você cria empatia em relação a algumas coisas pelas quais mais preza.

*Você não esquece o que vai dizer porque a estrutura é linear; e para seu cérebro é muito fácil lembrar fatos em sequência.

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 71.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Narração.

Como contar uma História

Ao contar uma história num palco, lembre-se de quatro pontos principais:

*Fundamente-a num personagem pelo qual a plateia possa sentir empatia.

*Construa tensão, seja mediante curiosidade, intriga social ou perigo real

*Dê o nível correto de detalhes. Se forem insuficientes, a história não será vivida; se forem excessivos, ela se arrastará.

*Termine com uma resolução satisfatória, seja ela engraçada, comovente ou reveladora.

(…)

Uma vez, quando eu tinha oito anos, meu pai me levou para pescar. Estávamos num barco minúsculo, a oito quilômetros da praia, quando caiu uma tempestade. Papai pôs um colete salva-vidas em mim e murmurou em meu ouvido: “Filho, você confia em mim?” Assenti. Ele me jogou para fora do barco. [Pau- sa.] Isso mesmo, sem brincadeira. Ele me jogou no mar! Caí na água e voltei à superficie, tentando respirar. A água estava incrivelmente gelada. As ondas eram assustadoras. Monstruosas. Em seguida, papai também mergulhou. Apa- vorados, vimos o barquinho virar e afundar. Mas papai me segurou o tempo todo, dizendo que tudo ia dar certo. Quinze minutos depois, chegou o helicóp- tero da Guarda Costeira. Eu soube depois que, como sabia que o barco estava danificado e iria afundar, papai havia chamado a Guarda Costeira, dando nossa localização exata. Achou que era melhor me jogar no mar do que correr o risco de ficarmos presos quando o barco virasse. E foi assim que aprendi o verdadei ro significado da palavra “confiança”

E eis aqui a forma como não se deve contar essa história:

Aprendi o que é confiança com meu pai, quando eu tinha oito anos e fomos apa nhados por uma tempestade quando estávamos pescando cavala. Ainda não tinhamos pegado nenhuma quando a tempestade caiu. Papai sabia que o barco ia afundar, porque era um daqueles barcos infláveis da marca Saturn, que em geral são bem fortes. Mas um dia esse tinha sofrido um furo, e papai achou que isso poderia acontecer de novo. De qualquer forma, a tempestade era forte demais para um bar- co inflável, e ele já estava se enchendo de água. Por isso, papai ligou para o serviço de salvamento da Guarda Costeira, que na época ficava à disposição 24 horas por dia, todos os dias da semana, ao contrário de hoje. Ele informou a nossa localiza- ção, e aí, para evitar o risco de ficarmos presos debaixo do barco, pôs um colete salva-vidas em mim, me jogou na água e depois também pulou do barco. Ficamos à espera da Guarda Costeira, e, de fato, quinze minutos depois o helicóptero apa- receu acho que era um Sikorsky MH-60 Jayhawk- e nos levou em segurança.

(…) Se você vai contar uma história, certifique-se de saber por que a está contando, elimine todos os detalhes desnecessários para demonstrar o que deseja e inclua informações que permitam aos ouvintes imaginar vividamente o que aconteceu.”

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 70-71.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Narração.

Imaginar, Sonhar e Compreender

“Segundo a dra. Wiessner, essas histórias desempenharam um papel crucial na expansão da capacidade humana de imaginar, sonhar e compreender os pensamentos alheios.

Graças às longas eras em que ouvimos histórias ao redor de fogueiras, nossa mente acompanha uma narrativa muito bem.

(…) é natural que, ao escutar uma história, o ouvinte mostre empatia com as experiências vividas pelos personagens. Ele se vê imerso em seus pensamentos e emoções. Na verdade, sente fisicamente o que os personagens sentem; se eles estiverem estressados, empolgados ou eufóricos, o mesmo acontecerá com o ouvinte. E isso o leva a se interessar pelo desfecho, prende sua atenção.

Quais são os elementos de uma boa história? A fórmula clássica consiste em: um protagonista luta por um objetivo, encontra um obstáculo inesperado e disso resulta uma crise. O protagonista tenta superar o obstáculo, o que leva a um climax e, por fim, a um desenlace. (Também pode haver interrupções e reviravoltas no enredo.)

ANDERSON, Chris, Ted Talks: O Guia Oficial do Ted para Falar em Público, Ed. Intrinseca, 2016, Pág. 69.

Capítulo 2 – Ferramentas da Palestra: Narração.

O Evangelho de Lucas

“O Evangelho de Lucas apresenta o caminho de Jesus como caminho que se realiza na história. Para percorrê-lo, o Filho do Altíssimo (1,32) se faz homem em Jesus de Nazaré (2,1-7), trazendo para dentro da história humana o projeto de salvação que Deus tinha revelado, conforme a promessa feita no Antigo Testamento (1,68-70). O caminho de Jesus inicia o processo de libertação na história, e por isso realiza nova história: a história dos pobres e oprimidos que são libertos para usufruírem a vida dentro de novas relações entre os homens.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 60090.

Narrativa de Mateus

“De todos os evangelistas, Mateus é aquele que apresenta didática mais clara. Entre o prólogo (Mt 1-2) e a narrativa da morte e ressurreição de Jesus (26,3-28,20), ele organiza o assunto de todo o seu Evangelho em cinco livrinhos, cada um contendo uma parte narrativa seguida de um discurso. Lendo atentamente, podemos perceber que Mateus escolheu os episódios de cada parte narrativa, de modo a ilustrar o discurso seguinte. E o discurso, por sua vez, resume e explica o que está contido nessa narrativa. Assim a palavra de Jesus é sempre apresentada
como resultado de uma ação, e toda ação é sempre ensinamento, anúncio.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56498.