Divisão dos versos: Pai Nosso

1) O Mundo Divino.

2) O Mundo Moral ou Astral.

3) O Mundo Físico.

Os três primeiros versos correspondem ao Mundo Divino, caracterizado por três termos:

Pai, Nome, Reino, resumidos na vontade.
Terra e Paraíso atuam como a ligação entre os dois mundos.
Pão, Perdão, Ofensa correspondem ao mundo da vontade humana.
Finalmente, Tentação e Pecado se referem à carne e ao mundo físico.

O Mundo Divino

Deus é analisado em suas três manifestações:

O Pai (Pai-Nosso), considerado existente em todos os Céus, isto é, em todos os planos, onde nosso ideal pode ser revelado no físico, no astral ou no divino.

Esse Pai se manifesta por meio de dois outros aspectos; a Palavra (vosso nome), cujo verdadeiro conhecimento fica restrito aos iniciados para que não se torne objeto de profanação (santificado seja).

O Espírito Santo (vosso reino) è a realização viva da Divindade em todas as suas encarnações e que o iniciado chama de advento completo (venha a nós) Finalmente, a Unidade Divina surge nessa misteriosa involução da vontade (vosca vontade), cuja corrente de amor atravessa a criação inteira, desde a matéria (Terra), em todos os planos, até o espírito, o Ideal (Céu), em todas as hierarquizações. Essa é a corrente misteriosa (citada por Hermes no início da Tábua de Esmeralda) que liga o mundo Divino ao mundo humano e que discutiremos agora.

O Mundo Humano

A cada momento de nossa vida, a corrente do amor divino penetra em nós nos traz o Pão espiritual, cujas influências salutares devemos assimilar diariamente .

Qual é, então, o meio de abrir nosso ser ao Pão de cada dia da espiritualidade? O verso a seguir nos dira.

Cada ofensa feita à nossa imortalidade divina é uma divida que contraímos livremente e que devemos pagar com sofrimento na próxima encarnação. Como ensinou Pitágoras, geramos incessantemente nosso futuro por meio do uso que fazemos da nossa vontade no presente. No entanto, existe um meio de abrir rapidamente a porta para nosso céu interior, que é sacrificar parte do nosso egoísmo em favor de parte da nossa universalidade. Nossa vida egoísta está dentro de nós, mas nossa vida moral está dentro dos outros. É apenas agindo em benefício dos outros que agimos de maneira evolutiva, ao passo que, agindo em nosso próprio benefício, agimos segundo o modo involutivo de obscurecimento.

Se alguém me faz mal, contrai uma divida moral comigo, cujo reembolso posso adiar à vontade. Ele se torna, por suas ações, meu escravo. Se eu atentar para a odiosidade de sua ação e pensar em vingança, me tornarei egoísta e voluntarimente gerares o mal que me matará espiritualmente.

Mas, se perdoar, me universalizarei, agirei de maneira divina e destruirei não só o mal que teria feito a mim mesmo como o que meu inimigo se infligiu, pelos meios à minha disposição apressares a evolução de toda a humanidade ao tornar atraentes duas almas que se repeliam havia séculos (e, com isso, atrasavam a reintegração final)

O perdão voluntário é, portanto, um método para invocar a mais maravilhosa Providência que nos foi revelada.

O Mundo Físico

Entre dois poderes, a ideia nua sem nenhum vigor aparente, de um lado, e o dinheiro, que parece ser uma alavanca tão formidável, de outro, o profano corre atrás do dinheiro e não se detém para perceber que esse poder é puramente ilusório e que seu monte de ouro diminui tão logo ele deseja difundir sua influência entre grande número de seres. A ideia, ao contrário, multiplica se pelo número de seres em que se encarna e cresce com o tempo. Entre o espírito, ideal sutil, e a matéria, manifestação do imediato, Adão escolheu a última (…)

A REALEZA – Princípio do Pai
A REGRA – Princípio do Filho
O PODER- Princípio do Espírito

OS ÉONS – Princípios criadores do céu, do homem e da Terra, isto é, dos três Mundos/ Manifestações da Vontade Divina (os éons correspondentes ao Eloim de Moisés.)

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág. 285-287.

Apêndice II