O pensamento ama o abismo

“O tédio profundo faz com que alvoreçam aquelas possibilidades de ação que poderiam capturar o ser-aí e que, porém, neste momento, permanecem dormentes no é um tédio. Ele convoca o ser-aí a capturar o poder-ser mais próprio; ou seja, a agir. Ele tem um caráter de chamado. Ele fala. Ele tem uma voz. O tédio de hoje em dia, que vem junto de uma hiperatividade, é sem fala, mudo. Ele é eliminado por meio da próxima atividade. Ser ativo, porém, não é ainda agir.

O pensamento ama o abismo. Inere nele uma “coragem clara para a angústia essencial”. Sem essa angústia, o igual se perpetua.

Hoje impera uma indiferença ontológica. Tanto o pensamento como a vida se tornam cegos em relação a seu plano de imanência. Sem contato com ele, o igual persiste.”

HAN, Byung-Chul.A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje. Ed. Vozes, 2022, Local 492-506.

Angústia

Dilema entre vita contemplativa e vita activa

“O dilema entre vita contemplativa e vita activa se resume a uma escolha entre duas perspectivas igualmente pouco atraentes. Quanto mais os valores preservados no pensamento forem protegidos da poluição, menos significativos serão para a vida daqueles a quem devem servir. Quanto maiores seus efeitos nessa vida, menos essa vida reformada fará lembrar os valores que induziram e inspiraram a reforma.”

BAUMAN, Zygmunt.Modernidade líquida, Ed. Zahar, Local: 822.

Capítulo 1 | Emancipação

A teoria crítica revisitada

Tendência funcional

“(…) os autores herméticos tinham uma tendência mais funcional em relação ao voῦς [nous], ou seja, mais noética. Isso quer dizer que eles muitas vezes consideravam toda sua visão do mundo e de si mesmos do ponto de vista das funções mentais: pensamento, sentimento, intuição e sensação. Isso fica patente quando os herméticos discorrem sobre se todos os homens, mesmo possuindo logos, possuem νοῦς ou não. Se todos possuem, como ele é ativado? Se nem todos possuem, como devem alcançá-lo?”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 84.

Parte I- Ensaios: Aproximações e enfoques.

Capítulo 6- Aspectos Literários do Corpus Hermeticum.

Pensamento sistemático

“A palavra sistema vem do grego, significa “um todo cujas partes estão ligadas por re­lações de concordância interna. No caso do pensamento, significa um conjunto de ideias internamente articuladas e relacionadas, graças a princípios comuns ou a certas regras e nor­mas de argumentação e demonstração que as ordenam e as relacionam num todo coerente”.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 25.

Introdução: Para que filosofia?

Filosofia: um pensamento sistemático

Aula Magna

Perguntas sobre a essência

“(…) motivos, as razões e as causas; conteúdo ou sentido; intenção ou a finalidade.

São perguntas sobre a essência (O que é?), a significa­ção ou estrutura (Como ê?), a origem (Por que é?) e a finalidade (Para que é?) de todas as coisas.”

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 25.

Introdução: Para que filosofia?

Atitude filosófica: indagar

Aula Magna

Movimento de retorno a si mesmo

A palavra reflexão é empregada na física para descrever o movimento de propagação de uma onda luminosa ou sonora quando, ao passar de um meio para outro, encontra um obstáculo e retorna ao meio de onde partiu. É esse retorno ao ponto de partida que é conservado quando a palavra é usada na filosofia para significar “movimento de volta sobre si mesmo” ou “movimento de retorno a si mesmo”. A reflexão filosófica é o movimento pelo qual o pensamento, examinando o que é pensado por ele, volta-se para si mesmo como fonte desse pensado.

(…)

Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas (…) A reflexão filosófica também se volta para compreender o que se passa em nós nessas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos.”

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 24.

Introdução: Para que filosofia?

A reflexão filosófica

Aula Magna

Atitude filosófica

Material Complementar

“A primeira característica da atitude filosófica é a negativa, isto é, um “dizer não” aos “pré-conceitos”, aos “pré-juízos”, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa, ao estabelecido. Numa palavra, é colocar entre parênteses nossas crenças para poder interrogar quais são suas causas e qual é seu sentido.

A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos.

“O quê é?”, “Por que é?,Como é?. Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica.

A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica.” 

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14º Edição. São Paulo: Editora Ática. 2020, pág. 21.

Introdução: Para que filosofia?

Atitude Crítica

Aula Magna

O pensamento é um processo analógico

“Em um nível mais profundo, o pensamento é um processo decididamente analógico. Antes de compreender o mundo em conceitos, ele é comovido pelo mundo, afetado mesmo por ele. O afetivo é essencial para o pensamento humano. A primeira imagem mental é o arrepio da pele. A inteligência artificial não pode pensar porque não se arrepia. Falta-lhe a dimensão afetivo-analógica, a comoção, que não pode ser captada por dados e informações.”

HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 629.

Inteligência Artificial

Sucesso e Fracasso: ressignificando derrotas

“Um homem nunca está tão perto do sucesso como quando o que ele chama de ‘fracasso’ toma conta de sua vida, porque nessas ocasiões ele é forçado a pensar.” (…) “Aquilo que ele chama de fracasso, na verdade, nada mais é que um sinal para elaborar um novo plano ou objetivo.”

Hill, Napoleon. Mais Esperto que o Diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso,Ed. Citadel, 2014, pág.15.