Bens de consumo acabam no lixo

“Hoje, os bens de consumo acabam no lixo tão rapidamente porque não os possuímos mais. A posse é internalizada e carregada de conteúdo psicológico. As coisas em minha posse são um recipiente de sentimentos e memórias. A história que se acumula com o uso prolongado as anima em coisas do coração. Mas somente coisas discretas podem ser animadas em coisas do coração por meio de um vínculo intenso e libidinoso. Os bens de consumo de hoje são indiscretos, intrusivos e tagarelas. Eles já estão sobrecarregados com ideias e emoções preconcebidas que se impõem ao consumidor. Quase nada da própria vida entra neles.”

HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 305.

Da posse à vivência

Informação e acesso

“As informações estão se tornando cada vez mais importantes do que os aspectos materiais do produto. O conteúdo estético-cultural de um bem é o produto real. A economia da vivência substitui a economia da coisa.

As informações não se deixam possuir tão facilmente quanto as coisas. A posse determina o paradigma da coisa. O mundo da informação não é governado pela posse, mas pelo acesso.”

HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 285-287.

Da posse à vivência

Paz Interior

“Nada pode ser realmente tomado de nós. Não há nada a perder. A paz interior começa quando, em vez de dizer a respeito das coisas “Perdi isto”, começamos a afirmar “Isto voltou para o lugar de onde veio”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 38