“Não somos nós que usamos o smartphone, mas o smartphone que nos usa.
A acessibilidade constante não é fundamentalmente diferente da servidão. O smartphone acaba se tornando um campo de trabalho móvel no qual nós mesmos nos aprisionamos voluntariamente.
Cada dominação tem seus próprios objetos devocionais. O teólogo Ernst Troeltsch fala dos “objetos devocionais que capturam a imaginação popular”34. Eles estabilizam a dominação, habituando-a e ancorando-a no corpo. Devoto significa submisso. O smartphone se estabelece como o objeto devocional do regime neoliberal.”
HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 428-434.
Smarthphone