Ressureição de Lázaro

“O caso de Lázaro explica-se hoje na esfera da patogenia cataléptica, motivo por que Jesus afirmou que, no futuro, outros fariam muito mais do que ele fizera. O corpo do suposto ressuscitado estava rígido, mas vivo, pois o jovem Lázaro sofria de terríveis ataques catalépticos. Houve, sim, um despertamento salvador, mas não a ressurreição de um corpo já em desintegração. Conforme diz o Novo Testamento, Jesus achegou-se a Lázaro e ordenou-lhe, num tom imperativo, que ele se levantasse. E jorrando-lhe forças magnéticas de alta vitalidade, que o desentorpeceram do choque epiléptico e da rigidez muscular, Lázaro levantou-se.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 245.

 

Desdobramento em Sono

Anésia viu-se presa de branda hipnose, que ela própria atribuía ao cansaço e não relutou.

Em breves instantes, deixava o corpo denso na prostração do sono, vindo ao nosso encontro em desdobramento quase natural.

Não parecia, contudo, tão consciente em nosso plano quanto seria de desejar.

Centralizada no afeto ao marido, Jovino constituía-lhe obcecante preocupação. Reconheceu Teonília e Áulus por benfeitores e lançou-nos significativo olhar de simpatia, no entanto, mostrava-se atordoada, … Queria ver o esposo, ouvir o esposo…

O Assistente deliberou satisfazê-la.

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 20.

Passes Energéticos

“E prosseguiu nos comentários que, efetivamente, acendiam novo ânimo nas almas presentes, ávidas de luz, tanto quanto sequiosas de paz e refazimento.

(…)

Acariciou-lhe o rosto pergaminhado e pálido, acomodou-lhe a cabeça suarenta nos travesseiros e estirou-se ao lado dela, como que procurando pensar, pensar…

Áulus fez significativo gesto a Teonília e exclamou:

– Este é o momento exato.

Cuidadosamente, começaram ambos a aplicar-lhe passes sobre a cabeça, concentrando energia magnética ao longo das células corticais.

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 20.

O Veículo da Prece

“– E pode, acaso, ser dispensado a distância?

– Sim, desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que o recebe. Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 17.

Transfusão de Energia no Processo de Cura

“– O passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular. Vocês sabem que na própria ciência humana de hoje o átomo não é mais o tijolo indivisível da matéria… que, antes dele, encontram-se as linhas de força, aglutinando os princípios subatômicos, e que, antes desses princípios, surge a vida mental determinante…Tudo é espírito no santuário da Natureza. Renovemos o pensamento e tudo se modificará conosco. Na assistência magnética, os recursos espirituais se entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada para que ela ajude a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem, no templo do corpo, edificando valiosas reconstruções. O passe, como reconhecemos, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com o respeito e a confiança que o valorizam.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 17.

Orientação Mental

“Após ouvir-me, Conrado reafirmou:

– Sim, é uma icterícia complicada. Nasceu de terrível acesso de cólera, em que nossa amiga se envolveu no reduto doméstico. Rendendo-se, desarvorada, à irritação, adquiriu renitente hepatite, da qual a icterícia é a consequência.

– E como será socorrida?

Conrado, impondo a destra sobre a fronte da médium, comunicou-lhe radiosa corrente de forças e inspirou-a a movimentar as mãos sobre a doente, desde a cabeça até o fígado enfermo.

Notamos que o córtex encefálico se revestiu de substância luminosa que, descendo em fios tenuíssimos, alcançou o campo visceral.

A senhora exibiu inequívoca expressão de alívio, na expressão fisionômica, retirando-se visivelmente satisfeita, depois de prometer que voltaria ao tratamento.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 17.

Fé e Respeito no Alcance da Cura

“(…) começamos a reparar que alguns enfermos não alcançavam a mais leve melhoria.

As irradiações magnéticas não lhes penetravam o veículo orgânico.

(…)

– Falta-lhes o estado de confiança – esclareceu o orientador.

(…)

No terreno das vantagens espirituais, é imprescindível que o candidato apresente uma certa “tensão favorável”. Essa tensão decorre da fé. Certo, não nos reportamos ao fanatismo religioso ou à cegueira da ignorância, mas sim à atitude de segurança íntima, com reverência e submissão, diante das Leis Divinas, em cuja sabedoria e amor procuramos arrimo. Sem recolhimento e respeito na receptividade, não conseguimos fixar os recursos imponderáveis que funcionam em nosso favor, porque o escárnio e a dureza de coração podem ser comparados a espessas camadas do gelo sobre o templo da alma.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 17.

A Solidariedade em Benefício do Próximo

“– Importa ponderar – disse Áulus, convicto – que em qualquer setor de trabalho a ausência de estudo significa estagnação. Esse ou aquele cooperador que desistam de aprender, incorporando novos conhecimentos, condenam-se fatalmente às atividades de subnível, todavia, em se tratando do socorro magnético, tal qual é administrado aqui, convém lembrar que a tarefa é de solidariedade pura, com ardente desejo de ajudar, sob a invocação da prece. E toda oração, filha da sinceridade e do dever bem cumprido, com respeitabilidade moral e limpeza de sentimentos, permanece tocada de incomensurável poder. Analisada a questão nestes termos, todas as pessoas dignas e fervorosas, com o auxílio da prece, podem conquistar a simpatia de veneráveis magnetizadores do Plano Espiritual, que passam, assim, a mobilizá-las na extensão do bem. Não nos achamos à frente do hipnotismo espetacular, mas sim num gabinete de cura, em que os médiuns transmitem os benefícios que recolhem, sem a presunção de doá-los de si mesmos.

É importante não esquecer essa verdade para deixarmos bem claro que, onde surjam a humildade e o amor, o amparo divino é seguro e imediato.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 17.

Serviços de Cura

“Atravessamos a porta e fomos defrontados por ambiente balsâmico e luminoso.

Um cavalheiro maduro e uma senhora respeitável recolhiam apontamentos em pequeno livro de notas, ladeados por entidades evidentemente vinculadas aos serviços de cura.”

“– Nesta sala – explicou Áulus, amigavelmente – se reúnem sublimadas emanações mentais da maioria de quantos se valem do socorro magnético, tomados de amor e confiança. Aqui possuímos uma espécie de altar interior, formado pelos pensamentos, preces e aspirações de quantos nos procuram trazendo o melhor de si mesmos.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 17.

Desdobramento

“Enquanto o equipamento fisiológico descansava, imóvel, Castro, tateante e assombrado, surgia junto de nós, numa cópia estranha de si mesmo, porquanto, além de maior em sua configuração exterior, apresentava-se azulada à direita e alaranjada à esquerda.

Tentou movimentar-se; contudo, parecia sentir-se pesado e inquieto…”

“Clementino renovou as operações magnéticas e Castro, desdobrado, recuou, como que se justapondo novamente ao corpo físico. Verifiquei, então, que desse contato resultou singular diferença. O corpo carnal engolira, instintivamente, certas faixas de força que imprimiam manifesta irregularidade ao perispírito, absorvendo-as de maneira incompreensível para mim.

Desde esse instante, o companheiro, fora do vaso de matéria densa, guardou o porte que lhe era característico.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 95-103.