A alma não reza mais

“Somente o silêncio, a imaginação, abre profundos espaços internos de desejo à subjetividade: “A subjetividade absoluta só pode ser alcançada em estado de silêncio, o esforço para alcançar o silêncio (fechar os olhos significa fazer a imagem falar no silêncio).

O desastre da comunicação digital decorre do fato de que não temos tempo para fechar os olhos. Os olhos são forçados a uma “voracidade constante”. Eles perdem o silêncio, a atenção profunda. A alma não reza mais.”

HAN, Byung-Chul. Não coisas: Reviravoltas do mundo da vida. Ed. Vozes, 2021, Local 1328-1331.

Silêncio

Todos Temos Tendências Fundamentalistas

“Algumas vezes, quando lutamos para tentar entender o extremismo religioso e ideológico sobre o qual ouvimos no noticiário, nos perguntamos: “Como as pessoas chegaram a esse ponto? Por que elas não se ouvem?”. Mas, se quisermos realmente entender isso, tudo o que precisamos fazer é olhar para nós mesmos. Todos nós lutamos com a ambiguidade, e todos temos tendência ao fundamentalismo. Quantas vezes objetificamos pessoas e situações colocando-as em caixinhas: “Ele é desse jeito; ela é desse jeito”? Adotamos atitudes fundamentalistas em relação aos outros quando simplesmente nos recusamos a deixar que eles sejam maiores do que a visão subjetiva e objetificada que temos deles.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 106.