Números

“Um para a unidade e o movimento de todo o poder, Dois para dualidade e para aquilo què se torna um, Très para a criação e para tudo que nasce, Quatro para a estrutura e as direções da Terra, Cinco para os corpos e as rosas e para Vénus, Seis para o amor que move todas as gerações, Sete para as esferas e a música e a cor, Oito para o infinito e o eterno retorno, Neve para a gestação e as luas do nascimento, E Dez para os dedos das nossas mãos e pés.

Recentemente, um amigo me perguntou por que a tradição judaica exige dez pessoas para um minyan, ou quórum mínimo, para realizar um serviço. Ele pareceu assustado quando lhe disse que é porque temos dez dedos. Para mim, todas as ideias espirituais vêm da existência real como abaixo, assim acima. Os números doze e sete representam cúus -respectivamente, doze signos e sete “planetas” visíveis.

Até onde sei, não existe registro de como Pamela Colman Smith escolheu suas cenas para os Arcanos Menores.

Waite escreveu sobre as imagens de Smith como “portas que se abrem para câmaras inesperadas, ou como uma curva na estrada aberta com uma ampla perspectiva para o além da paisagem”. E essas portas contimuaram a se abrir para gerações de tarólogos. Assim, o tarot tornou-se um organismo, evoluindo constantemente à medida que as pessoas viam e veem novas e sutis possibilidades.

(…)

1. O que é singular, essencial. 

2. Escolhas, mas também diálogos, combinações. 

3. Atividades em grupo, família, mas também triangulações.

4. Estrutura, estabilidade. 

5. Tempo, ou seja, mudança, desenvolvimento, crescimentos decadência. 

6. Harmonia, opostos reconciliados, relacionamentos fortes. Isso vem daquela estrela de seis pontas que combina um triángulo para cima e outro para baixo. 

7. Criatividade, inventividade, possibilidades. 

8. Ciclos, padrões ou uma situação que continua indefinidamente. 

9. Conclusão, uma ideia derivada de nove como o último número de um dígito e os nove meses de gravidez. 

10. Abundância da característica principal do naipe, possivelmente um excesso, com uma pitada de instabilidade, algo que não dura.”

POLLACK, Rachel.Bíblia Clássica do Tarot, Darkside, 2023, Pág. 311-316.

Eu sou o que sou

“Olhando para a água e os peixes através do vidro, você, ser humano, é, em com- paração com os animais no líquido, o mesmo que é uma inteligência de ordem superior (um espírito purificado ou arcanjo) em comparação co- nosco, que estamos imersos na corrente astral.

Digo espírito humano porque, no homem, o espírito não está sepa- rado da matéria. Devemos, portanto, enfatizar que o espírito no homem carrega consigo a quantidade de matéria purificada (diáfana, corpo astral, perispírito) que é inerente ao seu desenvolvimento. Quanto mais pesado o recipiente, mais pesada a matéria que o envolve, menos sensitivo é o espírito inteligente.

(…)

Moisés significa “atraido para Deus” ou “salvo das águas”. De que águas? Das águas do Nilo? Ou em vez do Nilo e suas águas poderia ser do rio astral, que inunda o Egito profano e carnal dos faraós, os reis da matéria?

O olho mental deve ir mais longe e mais fundo que o olho humano ao esquadrinhar livros e verdades sagradas.

Natureza, matéria, espírito, o visível e o invisível não apenas um. A unidade é Deus.

(…) ego sum qui sum [Eu sou o que sou]

A profecia está apenas nisso: a alta magia está na interpretação de toda a natureza como a linguagem do Único e Imutável Todo poderoso. A clarividência é a síntese da impressão da natureza universal.

Os sonhos só representam uma vida e uma grande verdade para aqueles que podem ler, de forma analógica, seu significado real e profundo.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.177-179.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

A unidade de todas as verdades

“A unidade de todas as verdades na verdade única inevitavelmente leva a ciência profana a descobrir a real verdade das coisas teocracia de cientistas.

Os iniciados de todo o mundo são irmãos, porque todos eles perce bem a verdade do mesmo modo e com as mesmas leis: quando dois deles se encontram, um reconhece o outro, porque um compreende o outro.

A mesma coisa não acontece com os médiuns do espiritismo ou com os videntes de movimentos religiosos cismáticos; cada um deles vê e ouve aquele particular espírito das coisas, que não é o espírito universal de Deus.

(…)

Nesse vórtice, nessa corrente de baixo sopro terrestre, tudo é misturado com lodo. O espiritismo joga com isso. Suas comunicações são apenas a aura dos momentos em que os espíritos escrevem e se manifestam, e podemos até encontrar espíritos desencarnados que usam linguagem científica, como os da Salpêtrière, ao falar sobre a verdade e o rigor científico.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.148-149.

Segunda Parte

Inteligência, Força e Criação

A magia é a síntese de tudo que existe

“Na magia, o conceito do Universo é a síntese de tudo que existe. Tudo que existe é uma unidade, uma síntese de três elementos essenciais: matéria, vida e energia.

A grande síntese é completamente análoga em suas partes.

(…)

Hermes diz, em Tábua de Esmeralda, que tudo que está em cima é como tudo que está embaixo, e saber disso é o bastante para produzir o milagre de algo.

(…)Tudo é análogo e o processo mágico por excelência é analogia. (…) e o estudo da analogia leva ao conhecimento da magia ou da sabedoria de Salomão.

Tudo é analógico; a lei que governa o mundo também governa a vida de um inseto. Estudar de que modo as células se reúnem para formar um órgão é estudar o modo como os reinos da natureza se reúnem para formar a Terra, um órgão de nosso Universo;é o modo de estudar como as pessoas se reúnem para forma uma família, um órgão da humanidade.

(…)

Tudo é análogo: conhecer o segredo da célula significa conhe cer o segredo de Deus. O absoluto está em toda parte – a totalidade é indivisível em seu todo e em suas partes.

(…)quando percebemos que a força do sangue vem do ar, a força do ar vem da Terra e a força da Terra vem do Sol, dizemos que a vida é força solar transformada.

Para alguns, o homem é matéria, para outros (teólogos) é matéria e espírito. Para a ciência dos magos, ele é o reflexo da vida do Universo e, portanto, tripartido em sua formação: corpo, meio plástico ou corpo astral e alma.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.47-50.

Primeira Parte

O universo e o homem na Doutrina Oculta

Materializando o idealismo

“Idealizando o materialismo e materializando o idealismo, proclamam a unidade da ciência, que resulta da analogia dos opostos.

Ocorre o mesmo com a ciência e a fé, que são apenas duas concepções dife rentes da verdade única e eterna. Assim, proclamam a unidade da religião e da filosofia em uma única síntese, que anunciam por meio deste lema:

AQUILO QUE ESTÁ EM CIMA É IGUAL ÀQUILO QUE ESTÁ EMBAIXO PARA REALIZAR O MILAGRE DA UNIDADE.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.278.

Capítulo 11

A unidade

“O Universo, concebido como um todo animado, é composto de três princípios: Natureza, Homem e Deus, ou, na linguagem hermética, Macrocosmo, Microcosmo e Arquétipo.

O homem é chamado de microcosmo, ou mundo pequeno, porque contém
analogicamente as leis que regulam o Universo.

A natureza constitui o fulcro e o centro para a manifestação geral dos outros principios.

O homem, afetando a natureza por intermédio da ação e outros homens por intermédio do verbo, sobe para Deus por intermédio da prece e do êxtase, constituindo o vínculo entre criação e criador.

Deus, que oculta suas ações providenciais em domínios onde outros princípios atuam livremente, controla o Universo, do qual reconduz todos os elementos para a unidade de direção e ação.

Deus se manifesta no Universo por meio de ações da Providência enviadas para iluminar o homem em sua evolução; mas não pode, dinamicamente, se opor a nenhuma das outras duas forças primordiais.

O homem se manifesta no Universo por meio da ação da vontade, que lhe permite lutar contra o Destino e torná-lo servo de seus desígnios. Na aplicação de sua volição ao mundo exterior, ele tem completa liberdade para invocar a luz da Providência ou rejeitar seus efeitos.

A natureza se manifesta no Universo por meio da ação do destino, que perpetua, de maneira imutável e em ordem estritamente determinada, os tipos fundamentais que constituem a base para sua ação.

Fenômenos são do domínio da natureza; leis são do domínio do homem; principios são do domínio de Deus.

Deus só cria princípios. A natureza desenvolve os princípios criados a fim de
fazer fenômenos; e o homem, pelo uso sua vontade faz das faculdades que
que possui, estabelece as relações que unem os fenômenos aos princípios e transforma e aperfeiçoa esses fenômenos graças à criação de leis.

Mas um fenômeno, por simples que seja, não passa da tradução, pela natureza, de um princípio emanado de Deus; e o homem pode sempre restaurar o vínculo que relaciona o fenômeno visível ao princípio invisível recorrendo a uma lei (a base para o método analógico).

(…)

Um navio é lançado no imenso oceano e navega rumo ao objetivo que lhe foi de signado como termo de viagem.

Tudo que o navio contém vai sendo conduzido para lá.

No entanto, cada um de nós é livre para organizar sua cabine do modo que lhe convém. Cada um de nós é livre para subir ao convés e contemplar o infinito ou descer ao porão. O avanço ocorre todos os dias para tudo o que está no navio; mas cada pessoa é livre para agir como quiser no círculo de ação a ela prescrito.

Todas as classes sociais estão a bordo, do imigrante mais pobre, que passa as noites no saco de dormir, ao norte-americano rico, que ocupa uma cabine luxuosa.

E a velocidade é a mesma para todos: o rico e o pobre, o alto e o baixo chegarão ao fim da jornada no mesmo momento.

Uma máquina indiferente funciona de acordo com leis rigorosas, que movem o sistema inteiro.

Uma força cega (vapor), gerada por um fator especial (calor) e canalizada pelos tubos de metal e órgãos do navio, anima a máquina toda.

Uma vontade, que controla tanto a máquina orgânica quanto os passageiros, governa tudo: o capitão.

Alheio às ações dos passageiros, o capitão, de olhos fixos no objetivo a ser atingido e mãos presas ao leme, move o imenso organismo em direção ao termo da viagem, dando ordens a um exército de inteligências que lhe obedecem.

O capitão não comanda diretamente a hélice que propele o navio; só tem controle sobre o leme.

Assim, o Universo pode ser comparado a um imenso navio, com aquele que chamamos Deus manobrando o leme; a natureza é a máquina, resumida pela hélice, que faz cegamente o sistema inteiro trabalhar de acordo com regras estritas; e os humanos são os passageiros.

Há progresso geral para o sistema todo, mas cada humano é absolutamente livre dentro de seu próprio círculo de destino.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.231-232.

Capítulo 9

O pentagrama

“Seus significados são muitos, mas todos revertem à ideia primordial da aliança do quaternário com a Unidade.

Acima de tudo, essa figura simboliza o homem, e é com base nessa interpretação que a estudaremos.

O ponto superior representa a cabeça. Os outros quatro pontos representam os membros do homem.

(…)os magos recorrem a ela para agir sobre os espíritos, com a cabeça do Pentagrama apontando para cima, e os feiticeiros usam o Pentagrama com a cabeça voltada para baixo.

O Pentagrama com a cabeça apontada para cima indica o homem cuja vontade (a cabeça) controla as paixões (os membros).

O pensamento é simbolizado pelo 3, e a matéria (díade), pelo 2; podemos, analisando assim o Pentagrama, demonstrar o predomínio do espírito sobre a matéria.

O Pentagrama com a cabeça voltada para baixo representa o mesmo que a cruz invertida. É o homem cujas paixões conduzem à vontade; é o homem passivo, que permite a sujeição de sua vontade aos maus espíritos, é o médium.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.138-139.
Capítulo 6

Todos os números vêm da Unidade

“Todos os números vêm da Unidade e são apenas aspectos diferentes dela, que é sempre igual a si mesma.

É do ponto que vêm todas as figuras geométricas, e essas figuras são apenas aspectos diferentes do ponto.

A unidade [1] é analogicamente representada pelo ponto.

O primeiro número que o 1 gera é o 2. A primeira figura que o ponto gera é a linha.

O dois [2] è representado pela linha ____

por uma linha única ou dupla – –

Com a linha, outra consideração entra em cena, e esta é a direção.

Os números podem ser divididos em pares e impares, assim como as linhas têm duas direções principais.

A linha vertical | representa o ativo.

A horizontal ___ representa o passivo.

O primeiro número que reúne os opostos 1 e 2 é o Ternário 3.

A primeira figura completa e fechada é o triângulo.

O três [3] será analogicamente representado pelo Δ.

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.91.

Capítulo 4

Alma planetária

“Da mesma forma que o mundo evolui para a vida de seu Universo ao criar uma alma,  que é o conjunto de todas as almas planetárias em seu interior, cada 84 planeta evolui para a alma de seu mundo ao criar sua alma planetária, que é o conjunto das almas no planeta.

(…) no instante do nascimento do mundo, já existem outros; estes passaram por diferentes etapas de evolução rumo à Unidade, isto é, há mundos mais ou menos velhos.

Assim como há planetas com diferentes idades, há continentes mais ou menos velhos em um mesmo planeta.

O objetivo de cada ser que a natureza engendra é produzir uma energia superior àquela que recebe. O mineral recebe vida terrestre e a transforma em vida vegetal por meio da evolução; o vegetal engendra a vida animal, e a vida animal engendra a vida humana.

A vida é dada ao homem para que ele a transforme em energia superior: a alma.

A alma é uma resultante.

Assim, antes de tudo, o objetivo do homem é desenvolver a alma que traz dentro de si e está apenas em forma de semente; e, se uma existência não for o bastante para tanto, muitas podem ser necessárias.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág. 64-65.

Capítulo 3

As três leis do movimento

“Quando, de progressão em progressão e de Universo em Universo, subimos até a abstração mais elevada, encontramos uma única força em oposição a si mesma para criar o movimento com sua atividade, a matéria com sua passividades e, dentro de seu equilíbrio, tudo o que se acha entre a divisibilidade e a unidade; os infinitos escalões pelos quais a energia ascende do estado sólido até as formas superiores de energia, de gênio, e finalmente até sua origem divina, cuja atividade se chama Pai ou Osíris, cuja passividade se chama filho ou Ísis e cujo equilíbrio, causa de tudo, se chama Espírito Santo ou Hórus.

Essa emanação sempre segue três fases de desenvolvimento:

-Na primeira fase, o passivo prevalece sobre o ativo, e o resultado é a passividade, uma materialização, um distanciamento da unidade rumo à multiplicidade.

-Na segunda, o ativo e o passivo se equilibram; a hierarquia e as séries aparecem, o termo inferior gravita em torno do superior.

-Finalmente, na terceira fase, o ativo prevalece sobre o passivo, ocorrendo a evolução da multiplicidade rumo à unidade.

-Involução, ou materialização progressiva.

-Equilibrio.

-Evolução, ou espiritualização progressiva.

São essas as três leis do movimento.

Se a força se afasta da unidade em direção à multiplicidade e à divisão, o passivo, criador do múltiplo, predomina, e a criação é feita quase toda de material passivo; a energia se materializa.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.62-63.

Capítulo 3