Magos ou mágicos

“Nas religiões antigas, como a egipcia, por exemplo, magia e religião (ou culto e práticas mágicas) estavam intrinsecamente associadas, de maneira que não se podia perceber tal diferenciação, nem onde uma terminava e outra começava.

Todos os curandeiros ou milagreiros eram conhecidos como μάγοι (magoί), isto é, magos ou mágicos, que, de fato, era a designação dos sacerdotes persas do zoroastrismo.

Os antigos praticavam o augúrio, isto é, a adivinhação por meio do voo dos pássaros e de seu canto, a fim de obter um sinal de sucesso (…)”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 52.

Parte I- Ensaios: Aproximações e enfoques.

Capítulo 2- As bases Filosóficas e Religiosas do Hermetismo: Teurgia e Mântica, Simpatia e Astrologia.

Procurem ao Serem Procurados

“Contudo, diversas fontes descobertas em Nag Hammadi descrevem técnicas de disciplina espiritual. Zostrianos, o texto mais longo da biblioteca Nag Hammadi, conta como um mestre espiritual atinge a iluminação, implicitamente estabelecendo um programa para que outros o sigam. Zostrianos relata que, primeiro, é preciso despojar-se dos desejos físicos, provavelmente por práticas ascéticas. Segundo, deve-se reduzir o “caos mental”, por meio da meditação. Então, diz: “depois de me sentar ereto, vejo uma criança perfeita a visão da presença divina. Mais tarde, prossegue: “Eu ponderei essas questões para entendê-las. (…) Não parei de buscar um lugar de repouso digno do meu espírito… “Mas, então, sentindo-se “profundamente aflito”, desencorajado com seu progresso, partiu para o deserto antecipando ser morto por animais ferozes. Lá, relata Zostrianos recebeu primeiro a visão “do mensageiro do conhecimento da Luz eterna”,”e seguiu tendo muitas outras visões. Contou-as para encorajar as demais pessoas: “Por que hesitam? Procurem ao serem procurados: quando forem convidados, ouçam (…) Olhem para a Luz. Fujam da escuridão. Não deixem serem levados para a destruição.” *(Ibid., 131.16-132.5, em NHL 393.)

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 154.

Capítulo: 6- Gnosis: Autoconhecimento Como Conhecimento de Deus.

Conceitos de Demônio

“Ver Samuel 7:12: [Deus fala a Davi]: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino.”

Isaías 11:1-2: “Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.”

Jeremias 23:5-6: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O Senhor Justiça Nossa.”

Do hebraico Ba’al zebhubh (“senhor das moscas”), uma deidade de Canaã; emalgumas traduções é citado como Belzebu, “senhor do esterco”.

A Enciclopédia Britânica oferece este breve resumo sobre o conceito de demônios segundo as principais religiões do mundo:

“No Zoroastrismo, religião fundada pelo profeta persa Zoroastro, que viveu aproximadamente no século 6 a.C., a hierarquia dos demônios (daevas) é presidida por Angra Mainyu (mais tarde chamado Ahriman), o Espírito do Mal ou da Destruição.

Os demônios estão em constante batalha contra Ahura Mazda (mais tarde chamado Ormazd), o Senhor do Bem.

“A hierarquia dos demônios no Judaísmo- que tem suas raízes na antiga demono logia zoroastrista e do Oriente Médio e se situa no período posterior ao exílio (depois do ano 538 a. C.)- é bem variada. O príncipe das forças do mal (em hebraico shedim, que significa ‘demônios’ e se aplica aos deuses estrangeiros, ou se’irim, que significa ‘demônios peludos’)- que segundo a crença usual habitava paragens desoladas, ruínas e túmulos e causava aos seres humanos diversos transtornos físicos, psicológicos e espirituais – recebeu diferentes nomes: Sată (o Adversário), Belial (o espírito da per versão, das trevas e da destruição), Mastema (Inimizade ou Oposição), entre outros. Embora o Antigo Testamento se refira a Sată como ‘o acusador’ do tribunal celestial de Deus (Zacarias 3; Jó 1-2), tanto na literatura do período intertestamentário como ne Judaísmo posterior desenvolveu-se toda uma hierarquia de demônios sob o comando de Satã ou de outros príncipes do mal.

“A hierarquia de demônios no Cristianismo se baseia em várias fontes: a judaica a zoroastrista, a gnóstica (um sistema religioso sincrético baseado em crenças dua listas, no qual se considera que a matéria é maligna, que o espírito é bom e que se pode alcançar a salvação através do conhecimento esotérico ou gnosis) e as religiões indigenas que sucumbiram à evangelização cristã. No Novo Testamento, Jesus se refere a Belzebu como o chefe dos demônios e o equipara a Satã. No período medieval eu ropeu e na época da Reforma desenvolveram-se várias hierarquias de demônios, como por exemplo a relacionada com os sete pecados capitais: Lúcifer (orgulho), Mammon (avareza), Asmodeus (luxúria), Sata (ira), Belzebu (gula), Leviatã (inveja) e Belfegor (preguiça).

“A hierarquia islâmica de demônios é encabeçada por Iblis (o diabo), também cha mado Shaytan (Sata) o aduw Allah (‘o inimigo de Deus’). Com base, em grande parte, na demonologia judaica e cristã, Iblis tornou-se o líder de uma hoste de jinn, espíritos que geralmente agouram o mal.

“No Hinduísmo, os asuras são os demônios que se opõem aos devas (os deuses). Entre as diversas classes de asuras se encontram os nagas (demônios com forma de serpente), Ahi (o demônio da aridez) e Kamsa (um arquidemônio). Entre os demônios que atormentam os seres humanos se encontram os rakshasas (seres grotescos que fre quentam os cemitérios, impulsionam ações néscias e atacam sadhus [homens santos]) e os pishacas (seres que assombram locais onde ocorreram mortes violentas).

“Os budistas frequentemente consideram seus demônios como forças que impedem a realização do Nirvana (bem-aventurança ou extinção do desejo); um exemplo im portante é Mara, o principal tentador, que juntamente com suas filhas – Rati (Cobiça), Raga (Fruição) e Tanha (Inquietude) – tentou dissuadir Sidarta Gautama, o Buda, de alcançar a iluminação. A medida que o Budismo Mahayana (o Grande Veículo) se propagou pelo Tibete, China e Japão, incorporaram-se às crenças budistas muitos dos demônios das religiões que se professavam nesses países (por exemplo, os kuei-shen chineses e os oni japoneses).”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. II. Editora Self, 2017, pág. 121-122.

Capítulo 36: Que significa a blasfêmia contra o Espírito Santo?

Mensageiros Nascidos de Virgens

“No Egito, bem antes do advento do cristianismo e muito antes do nascimento dos autores da Bíblia ou de qualquer outra doutrina concebida como cristã, o povo egípcio já tivera vários mensageiros de Deus nascidos de virgens por Concepção Divina. Hórus, segundo o sabiam todos os antigos egípcios, havia nascido da virgem Isis, sendo sua Concepção e seu nascimento um dos três grandes mistérios ou doutrinas místicas da religião egípcia.(…) Outro deus egípcio, Ra, nascera de uma virgem. (…)

Ao nos voltarmos para a Pérsia descobrimos que Zoroastro foi o primeiro dos redentores do mundo a ser aceito como nascido em plena inocência, pela concepção de uma virgem. (…)”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 76.