“Eu diria que, na ideia de Logos, a ênfase recai sobre a unicidade e a ordem espiritual e, no paralelo feminino, a ênfase incide sobre o tipo multiplicado e mais figurado. Essa é a diferença. A imagem arquetípica ainda não entra aqui; trata-se realmente de um estágio posterior. Falando em termos escolásticos medievais, esse seria o unus mundus, uma existência puramente espiritual que não se tornou ainda uma imagem na mente de ninguém, exceto na de Deus.
Eu diria, portanto, que o Logos representa o elemento estrutural do inconsciente – estrutura e significado, ao passo que na condição feminina há mais a ideia de sua manifestação emocional, pictórica. Eu preferiria compará-los entre si desse modo. Mas ambos significam o inconsciente em nossos termos, e mesmo esses autores escolásticos dizem que se trata apenas de uma maneira de falar – tanto se pode chamar-lhe Sophia como Logos, pois são uma só e a mesma coisa, ou dois aspectos da mesma coisa para eles, e nós poderemos concordar inteiramente com esse gênero de ensinamento.”
VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia, Uma introdução ao simbolismo e seu significado na psicologia de Carl G. Jung, Ed. Cultrix 2022, Pág 304-305.
7a Palestra | Aurora Consurgens