Definindo Anima e Animus

“Em suas obras mais recentes, Jung referiu-se a anima e animus como figuras arquetípicas da psique. Assim, elas situam-se essencialmente para além da influência das forças que moldam e dão forma à consciência dos indivíduos, como família, sociedade, cultura e tradição. Os arquétipos não são derivados da cultura; pelo contrário, as formas culturais (na teoria de Jung) é que derivam de arquétipos. Portanto, essa definição de anima/animus como arquétipo coloca a sua essência mais profunda totalmente fora da psique, no domínio das formas e poderes espirituais impessoais. Anima e animus são formas vitais básicas e somam-se a outras influências de grande impacto sobre indivíduos e sociedades humanas. O arquétipo é, como vimos no capítulo 4, uma Ding an sich (Kant: “uma coisa em si mesma“) e, portanto, situa-se além do alcance da percepção humana. Só podemos percebê-lo indiretamente, observando as suas manifestações. Anima/animus é, stricto sensu, uma hipótese científica sobre “algo” que existe mas não pode ser observado diretamente, como uma estrela desconhecida cuja posição e dimensões só são conhecidas a partir de medições da atração gravitacional em sua vizinhança.”

“(…)Por outras palavras: são os “arquétipos”, de fato, construções sociais? Ou, estava Jung investigando estruturas mais profundas que talvez estejam implantadas nesses padrões culturais mas os transcendem e são, de fato, formas universais de traços psicológicos e comportamentos humanos?”

“(…) o território de anima e animus parece, por vezes, uma selva profunda e indevassável. Talvez isso deva ser assim mesmo, pois estamos penetrando aí nas camadas mais profundas do inconsciente, o inconsciente coletivo, o território das imagens arquetípicas, onde as fronteiras são imprecisas.”

 

Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 3138-3184.

6. O Caminho para o interior (Definindo Anima e Animus)

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