“Isso revela um ponto muito sutil no que se refe- re à realização da anima. As pessoas que não sabem nada sobre psicologia tendem simplesmente a projetar a anima sobre uma mulher real e experienciam-na exteriormente. Mas através da introspecção psicológica, podem perceber que a atração exercida sobre elas, pela anima, não é somente um fator externo, mas é alguma coisa que carregam dentro de si mesmas, uma imagem interior de um ser feminino verdadeiro ideal e guia da alma. Em seguida, então, o ego levanta um novo problema, ou seja, o pseudoconflito entre o domínio interior e o exterior. A pessoa diz: “Eu não sei se esta é a minha anima interior, ou se é uma mulher real exterior. Eu deverei seguir a fascinação da anima procurando mundo externo, ou deverei introjetá-la e ente puramente como simbólica?” Quando alguém di existe subjacente uma atitude cética do tipo: “Isso é nada mais que uma coisa puramente simbólica.” C essa forte descrença na realidade da psique as pessoas ainda acrescentam: “Eu devo percebê-la somente como uma realidade interior? Ou devo procurá-la na realidade externa também?” Então, pode-se ver que a consciência, com seus extravios e vieses, entra num conflito falso entre a realização “exterior-concreta” e a “interior-simbólica”, dividindo, artificialmente, o fenômeno da anima em dois.”

FRANZ, Marie-Louise von. A interpretação dos contos de fadas. São Paulo: Paulus, 2022, pág.118.

5. As três Penas (continuação)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gostei e vejo sentido em compartlhar essa ideiA

Facebook
Twitter
Pinterest

QUER MAIS?

“(…) Como Jung constatou, ela representa aquela característica da psique inconsciente capaz de criar movimento

Leia mais

“De fato, se nos voltamos para os sonhos e para o inconsciente é porque queremos

Leia mais