“À medida que procurava habituar-me aos deveres novos, sensações de desafogo me aliviavam o coração.
Diminuíram as dores e os impedimentos
de locomoção fácil. Notava, porém, que, às recordações mais fortes dos fenômenos físicos, me voltavam a angústia, o receio do desconhecido, a mágoa da inadaptação. Apesar de tudo, encontrava mais segurança dentro de mim.
Deleitava-me, agora, contemplando os horizontes
vastos, debruçado às janelas espaçosas.
Impressionavam-me, sobretudo, os aspectos da natureza.
QUASE TUDO, MELHORADA CÓPIA DA TERRA.
Cores mais harmônicas, substâncias mais delicadas. Forrava-se o solo de vegetação. Grandes árvores, pomares fartos e jardins deliciosos.
Das janelas largas, observava, curioso, o movimento do parque. Extremamente surpreendido, identificava animais domésticos entre as árvores frondosas, enfileiradas ao fundo.
NAS MINHAS LUTAS INTROSPECTIVAS,
PERDIA-ME EM INDAGAÇÕES DE TODA SORTE.
Não conseguia atinar com a multiplicidade de formas análogas às do planeta, considerando a circunstância de me encontrar numa esfera propriamente espiritual.
A MORTE DO CORPO NÃO CONDUZ O HOMEM A SITUAÇÕES MIRACULOSAS, dizia. Todo processo evolutivo implica gradação. Há regiões múltiplas para
os desencarnados, como existem planos inúmeros e surpreendentes para as criaturas envolvidas de carne terrestre. Almas e sentimentos, formas e coisas obedecem a princípios de desenvolvimento natural e hierarquia justa.”
XAVIER, Francisco Cândido / André Luiz. Nosso Lar. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. Edição Kindle.
CAPÍTULO 7 | EXPLICAÇÕES DE LÍSIAS