“Clarêncio ouvia atencioso, demonstrando grande interesse pelas minhas lamentações, sem o menor gesto que denunciasse o propósito de intervir no assunto. Encorajado com essa atitude, continuei (…) Chegado a essa altura, o vendaval da queixa me conduzira o barco mental ao oceano largo das lágrimas. Clarêncio, contudo, levantou-se sereno e falou sem afetação:
— MEU AMIGO, DESEJA VOCÊ, DE FATO,
A CURA ESPIRITUAL?
Ao meu gesto afirmativo, continuou: — Aprenda, então, a não falar excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor. Lamentação denota enfermidade mental e enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil. É indispensável criar pensamentos novos e disciplinar os lábios. Somente conseguiremos equilíbrio, abrindo o coração ao Sol da Divindade.
Estaremos a seu lado para resolver dificuldades presentes e estruturar projetos de futuro, mas não dispomos do tempo para voltar a zonas estéreis de lamentação.”
XAVIER, Francisco Cândido / André Luiz. Nosso Lar. 1. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1944. Edição Kindle.
CAPÍTULO 6 | PRECIOSO AVISO