“Van Deventer publicou em 1896 um segundo caso usando o termo inferioridade sanguinea que é mais ou menos o meio-termo entre “a pessoa normal de temperamento sanguíneo, por um lado, e o maníaco, por outro”. O paciente trazia uma carga hereditária negativa, era agitado e volúvel desde a juventude, boa inteligência, habilidoso em vários oficios, eufórico, despreocupado, com forte superestima de si mesmo, de caráter bruto turbulento, moralmente deficiente em todos os sentidos, tinha fuga de ideias, era de perigosa temeridade e atividade incomum; às vezes demonstrava também profunda depressão.”
“Para chegar a um diagnóstico exato, remos que exigir a presença mais precisa dos sintomas da mania. Não basta a presença de eventuais euforias, a superestima pessoal, a produtividade mental e a colisão com a ordem legal para dar o diagnóstico de “mania crônica”. Para tanto precisamos dos sintomas cardeais da mania: instabilidade emocional com predominância da distimia eufórica, fuga de ideias, distração atividade exagerada (ou compulsão de movimentos) e em dependência dos sintomas principais: superestima pessoal, ideias megalomaníacas, alcoolismo e outros defeitos morais.”
JUNG, C.G. Estudos Psiquiatricos. OC, vol.1. Petrópolis: Vozes. 2013. Pág. 121-122.
Páragrafo 188-190