“Os complexos são capazes de irromper súbita e espontaneamente na consciência e de apossar-se das funções do ego.”
Mas essa é a natureza da possessão: o ego é ludibriado ao ser induzido a pensar que está dando livre expressão a si mesmo. Só em retrospecto uma pessoa se dá conta de que “Algo se apossou de mim e me fez fazer isso. Eu não sabia o que estava fazendo!” Se uma outra pessoa tenta assinalar-lhe que está representando, a reação usual é uma furiosa atitude defensiva. A pessoa num estado de possessão não aceita com benevolência tal feedback.”
“Outras psiques fragmentadas (complexos) estão
competindo por ganhar o patrocínio do ego. Quando um ego propenso à possessão abandona a identificação com um complexo, muda para um outro. Este outro é quase sempre uma espécie de irmão-sombra ou irmã-sombra do primeiro. Um complexo de Cristo, com suas características espirituais, orientadas para o alto, abnegadas, altruistas, é emparelhado com um complexo demoníaco que se caracteriza por uma atitude de materialismo e egoísmo. Os dois complexos podem alternar-se na possessão do ego. Dr. Jekyll e Mr. Hyde.”
Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 1438-1477.
2.O interior povoado (A estrutura dos complexos)