“(…) ao ocupar-se da estrutura do complexo, Jung descreve-a como sendo composta de imagens associadas e memórias congeladas de momentos traumáticos que estão enterradas no inconsciente e não são facilmente acessiveis para recuperação pelo ego. São as lembranças reprimidas. O que une os vários elementos associados do complexo e os mantém no lugar é a emoção. Esta é o elemento aglutinante. Além disso, “o conteúdo afetivo do complexo consiste num elemento nuclear e num grande número de associações secundariamente consteladas.”
“(…) resulta que esse núcleo compõe-se de duas partes: uma imagem ou traço psíquico do trauma originador e uma peça inata (arquetípica) que lhe está intimamente associada.”
“Quanto mais fortes os complexos, mais restringem a faixa de liberdade de escolha do ego.
Que os complexos podem ser modificados por experiência ulterior é, evidentemente, para benefício do indivíduo, e o potencial curativo da psicoterapia depende disso. A terapia envolve uma espécie de degelo das imagens mnêmicas congeladas. (…) Quando um complexo parental é constelado pelo terapeuta, a experiência do paciente de uma diferente espécie de figura parental adiciona material ao antigo complexo e insere-lhe, ou sobrepõe-lhe, uma nova camada. Essa nova estrutura não substitui inteiramente a antiga mas pode introduzir-lhe importantes modificações, até o ponto em que o complexo deixa de restringir a vida de uma pessoa de um modo tão debilitante.”
Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 1370-1409.
2.O interior povoado (A estrutura dos complexos)