“A profecia é um estado de perfeição que a Providência não concede a todos homens, mas que só pode existir com base em certas faculdades e certas condições naturais, algumas fisicas, outras morais, outras intelectuais. Na vanguarda dessas condições está a imaginação; pois só ela pode explicar as visões, os sonhos proféticos, que muitas vezes são bizarros e chocantes para nós nos relatos dos profetas, A imaginação deve ser associada uma razão rápida e habilidosa que possa apreender as coisas num relance e passar de uma para outra, sem se dar conta de seu progresso. Existe, de fato, em cada um de nós, certa capacidade de julgar o futuro pelo presente, e que está mudando por meio do exercício da verdadeira intuição: essa faculdade, levada à sua perfeição, torna-se parte da profecia. Mas ela não serve somente para se ver rapidamente coisas distantes pela mente, como se faria com os olhos; deve-se ainda ter o desejo de tornar o fato conhecido para os outros, no caso de ser útil para eles, além da coragem de anunciá-lo diante até mesmo da morte; em uma palavra, a personagem deve estar no mesmo nível de inteligência. Finalmente, a primeira condição que o profeta deve cumprir é que, tanto o seu temperamento quanto a sua constituição fisica não criem nenhum obstáculo a essa nobre ascensão da alma; porque há uma relação íntima entre algumas faculdades da mente e certos órgãos do corpo, especialmente entre a imaginação e o cérebro. MAIMONIDE (século XII). (Parte z, capítulos XXXVI a XLVIII).”
PAPUS.Ciência dos Magos, e suas aplicações teóricas e práticas.Ed.Ajna, 2022, Pág 107.
A prática