Animus e anima

“C.G. Jung: “Desde a origem, todo homem traz em si a imagem da mulher; não a imagem desta ou daquela mulher, mas a de um tipo determinado. Tal imagem é, no fundo, um conglomerado hereditário inconsciente, de origem remota, incrustada no sistema vivo, tipo de todas as experiências da linhagem ancestral em torno do ser feminino, resíduo de todas as impressões fornecidas pela mulher, sistema de adaptação psíquico herdado… O mesmo acontece quanto à mulher. Ela também traz em si uma imagem do homem. A experiência mostra-nos que seria mais exato dizer: uma imagem de homens, enquanto no homem se trata em geral da imagem da mulher; sendo inconsciente, essa imagem é sempre projetada inconscientemente no ser amado; ela constitui uma das razões essenciais da atração passional e de seu contrário.

“A função natural do animus (como a da anima) consiste em estabelecer uma relação entre a consciência individual e o inconsciente coletivo. Analogamente, a persona representa uma zona intermediária entre a consciência do eu e os objetos do mundo exterior. O animus e a anima deveriam funcionar como uma ponte ou pórtico, conduzindo às imagens do inconsciente coletivo, assim como a persona representa uma ponte para o mundo.”

Todas as manifestações arquetípicas, e portanto também o animus e a anima, têm um aspecto negativo e um aspecto positivo. Um aspecto primitivo e um aspecto diferenciado.”

O animus é projetado particularmente em personalidades “espirituais” e em toda espécie de “heróis” (inclusive tenores, “artistas”, esportistas etc.). A anima se apodera facilmente do elemento que na mulher é inconscientemente vazio, frígido, desamparado, incapaz de relação, obscuro e equívoco…

A anima do homem procura unir e juntar, o animus da mulher procura diferenciar e reconhecer. São posições estritamente contrárias…”

 

JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos, reflexões. Ed. Nova Fronteira, 2019, Local Kindle 7357-7381.

Glossário

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