Assumindo a Responsabilidade por Nossos Sentimentos

“O terceiro componente da CNV é o reconhecimento das necessidades que estão por trás de nossos sentimentos. O que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa de nossos sentimentos. Quando alguém se comunica de forma negativa, temos quatro opções de como receber essa mensagem:

1.culpar a nós mesmos;
2. culpar os outros;
3. perceber nossos
próprios sentimentos e necessidades;
4. perceber os sentimentos e necessidades escondidos por trás da mensagem negativa da outra pessoa.

Julgamentos, críticas, diagnósticos e interpretações dos outros são todos expressões alienadas de nossas próprias necessidades e valores. Quando os outros ouvem críticas, tendem a investir sua energia na autodefesa ou no contra-ataque. Quanto mais diretamente pudermos conectar nossos sentimentos a nossas necessidades, mais fácil será para os outros reagir compassivamente.

Num mundo onde com frequência somos julgados severamente por identificarmos e revelarmos nossas necessidades, fazer isso pode ser muito assustador, especialmente para as mulheres, que são ensinadas socialmente a ignorar as próprias necessidades para cuidar dos outros.

No decorrer do desenvolvimento da responsabilidade emocional, a maioria de nós passa por três estágios: 1. a “escravidão emocional” acreditar que somos responsáveis pelos sentimentos dos outros; 2. o “estágio ranzinza” no qual nos recusamos a admitir que nos importamos com os sentimentos e necessidades de qualquer outra pessoa; 3. a “libertação emocional” na qual aceitamos total responsabilidade por nossos próprios sentimentos, mas não pelos sentimentos dos outros, e ao mesmo tempo temos consciência de que nunca poderemos atender a nossas próprias necessidades à custa dos outros.”

Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora. São Paulo, 2006, pp. 95-96.

Tópicos do Capítulo

  • O que os outros fazem pode ser o estímulo para nossos sentimentos, mas não a causa.
  • Quatro opções de como receber mensagens negativas:
    1. Culpar a nós mesmos.
    2. Culpar os outros.
    3. Escutar nossos próprios sentimentos e necessidades.
    4. Escutar os sentimentos e necessidades dos outros.
  • Faça distinção entre doar de coração e ser motivado pela culpa.
  • Ligue seu sentimento à sua necessidade: “sinto-me assim porque eu..
  • Julgamentos dos outros são expressões alienadas de nossas próprias necessidades insatisfeitas.
  • Quando expressamos nossas necessidades, temos mais chance deve-las satisfeitas.
  • Se não valorizarmos nossas necessidades, os outros também podem não valoriza-las.
  • Primeiro estágio escravidão emocional; vemos a nós mesmos como responsáveis pelos sentimentos dos outros.
  • Segundo estágio “ranzinza”: sentimos raiva; não queremos mais ser responsáveis pelos sentimentos dos outros.
  • Terceiro estágio libertação emocional: assumimos a responsabilidade por nossas intenções e ações

Identificando e Expressando Sentimentos

“O segundo componente necessário para nos expressarmos os sentimentos. Desenvolver um vocabulário de sentimentos que nos permita nomear ou identificar de forma clara e específica nossas emoções nos conecta mais facilmente uns com os outros. Ao nos permitirmos ser vulneráveis por expressar os nossos sentimentos, ajudamos a resolver conflitos. A CNV distingue a expressão de sentimentos verdadeiros de palavras e afirmações que descrevem pensamentos, avaliações e interpretações.”

Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora. São Paulo, 2006, p. 76.

Tópicos do Capítulo

  • Expressar nossa vulnerabilidade pode ajudar a resolver conflitos.
  • Distinga sentimentos de pensamentos.
  • Distinga entre O QUE SENTIMOS e O QUE PENSAMOS que somos.
  • Distinga entre O QUE SENTIMOS e COMO ACHAMOS que os outros reagem ou se comportam a nosso respeito.

Observar Sem Avaliar

“O primeiro componente da CNV acarreta necessariamente que se separe observação de avaliação. Quando combinamos observações com avaliações, os outros tendem a receber isso como crítica e resistir ao que dizemos. A CNV é uma linguagem dinâmica que desestimula generalizações estáticas. Em vez disso, as observações devem ser feitas de modo específico, para um tempo e um contexto determinado. Por exemplo, “Zequinha não marcou nenhum gol em vinte partidas”, em vez de “Zequinha é péssimo jogador de futebol”

Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora. São Paulo, 2006, p. 57.

Tópicos do Capítulo

  • Quando combinamos observação com avaliação, as pessoas tendem a receber isso como crítica.

Comunicação que Bloqueia a Compaixão

“É de nossa natureza gostarmos de dar e receber com compaixão. Entretanto, aprendemos muitas formas de “comunicação alienante da vida” que nos levam a falar e a nos comportar de maneiras que ferem aos outros e a nós mesmos. Uma forma de comunicação alienante da vida é o uso de julgamentos moralizadores que implicam que aqueles que não agem em consonância com nossos valores estão errados ou são maus. Outra forma desse tipo de comunicação é fazer comparações, que são capazes de bloquear a compaixão tanto pelos outros quanto por nós mesmos. A comunicação alienante da vida também prejudica nossa compreensão de que cada um de nós é responsável por seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. Comunicar nossos desejos na forma de exigências é ainda outra característica da linguagem que bloqueia a compaixão.”

Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora. São Paulo, 2006, p. 48.

Tópicos do Capítulo

  • Certas formas de comunicação nos alienam de nosso estado compassivo natural.
  • No mundo dos julgamentos, o que nos importa é QUEM “É” O QUÊ.
  • Analisar os outros é, na realidade, uma expressão de nossas necessidades e valores.
  • Classificar e julgar as pessoas estimula a violência.
  • Comparações são uma forma de julgamento.
  • Nossa linguagem obscurece a consciência da responsabilidade pessoal.
  • Podemos substituir uma linguagem que implique falta de escolha por outra que reconheça a possibilidade de escolha.
  • Ficamos perigosos quando não temos consciência de nossa responsabilidade por nossos com portamentos, pensamentos e sentimentos.
  • Nunca conseguimos forçar as pessoas a fazer nada.
  • O pensamento baseado em “quem merece o quê” bloqueia a comunicação compassiva.
  • A comunicação alienante da vida tem profundas raízes filosóficas e políticas.

Do Fundo do Coração

“A CNV nos ajuda a nos ligarmos uns aos outros e a nós mesmos, possibilitando que nossa compaixão natural floresça. Ela nos guia no processo de reformular a maneira pela qual nos expressamos e escutamos os outros, mediante a concentração em quatro áreas: o que observamos, o que sentimos, do que necessitamos, e o que pedimos para enriquecer nossa vida. A CNV promove maior profundidade no escutar, fomenta o respeito e a empatia e provoca o desejo mútuo de nos entregarmos de coração. Algumas pessoas usam a CNV para responder compassivamente a si mesmas; outras, para estabelecer maior profundidade em suas relações pessoais; e outras, ainda, para gerar relacionamentos eficazes no trabalho ou na política. No mundo inteiro, utiliza-se a CNV para mediar disputas e conflitos em todos os níveis.”

Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Ágora. São Paulo, 2006, p. 32.

Tópicos do Capítulo

  • CNV: uma forma de comunicação que nos leva a nos entregarmos de coração.
  • Quando utilizamos a CNV para ouvir nossas necessidades mais profundas e as dos outros, percebemos os relacionamentos por um novo enfoque.
  • Vamos fazer brilhar a luz da consciência nos pontos em que possamos esperar achar aquilo que procuramos.
  • Os quatro componentes da CNV:
    1. observação;
    2. sentimento;
    3. necessidades;
    4. pedido.
  • As duas partes da CNV:
    1. expressar-se honestamente por meio dos quatro componentes;
    2. receber com empatia por meio dos quatro componentes.