“E por aquilo que é barato e precioso ele entende aquilo que chamaríamos de Self naturalmente, ele não conhecia esse conceito, mas queria se referir ao mais íntimo centro divino da psique. Assim, isso significaria que o centro divino da psique colide, ou se reúne, com a agitada personalidade extrovertida, que se concentra em coisas físicas externas, daí resultando que aquela parte da personalidade, isto é, o dragão, afoga-se então no inconsciente.”
“(…)Surgem, então, as águas do inconsciente. Isso seria o fluxo das fantasias inconscientes, durante o dia na forma de fantasias e durante a noite na forma de sonhos, e todo o trabalho concentra-se nisso. Nesse sentido, quem quer que comece uma análise fica afogado, afoga-se dentro de sua própria atividade imaginativa interior. Mesmo conosco, esse processo é conscientemente comprovado quando deixamos de nos preocupar com problemas e soluções exteriores e, por assim dizer, colocamos a coisa toda numa retorta. Naturalmente, após certo tempo, as águas voltam a secar um pouco, o que significa que alguma solução interior foi encontrada. Depois disso, há uma tendência natural para retomar os contatos exteriores e a vida exterior.
A análise é um estado temporário e artificial de completa introversão, que não prossegue indefinidamente. “
VON FRANZ, Marie-Louise. Alquimia e a Imaginação ativa: estudos integrativos sobre imagens do inconsciente, sua personificação e cura. Ed. São Paulo: Cultrix, 2022. Pág.88-89.
1. Palestra
Origens da Alquimia: Tradições extrovertidas e introvertidas.