“Os complexos também podem ser pensados como fragmentos da personalidade ou subpersonalidades.”
“Todo ser humano pode dissociar, e de fato dissocia de tempos em tempos, no sentido de experimentar alterações moderadas dos estados de consciência ou de se separar de uma experiência traumática a fim de continuar funcionando.”
“Estar “em complexo” é, em si mesmo, um estado de dissociação. A consciência do ego é perturbada e, dependendo da extensão da perturbação, pode ser lançada num estado de considerável desorientação e confusão. Uma vez que os complexos possuem um tipo de consciência independente, uma pessoa que está “em complexo” encontra-se como se estivesse na posse de uma personalidade alheia. No distúrbio da personalidade múltipla, esses vários estados de consciência não são mantidos juntos por uma consciência unificadora, e o ego é incapaz de transpor o espaço psíquico existente entre as peças.”
Em geral, os complexos têm menos energia do que o ego, e manifestam apenas um mínimo de consciência própria. O ego, em contraste, possui considerável soma de energia e vontade à sua disposição, e é o centro primário da consciência.
Embora o ego seja responsável por grande parte do que chamamos motivação e propósito, os outros complexos também parecem ter propósito e vontade à parte. Com frequência, estes estão em conflito com o que o complexo do ego quer num determinado momento. Jung descreve os complexos como “os personagens de nossos sonhos diante dos quais nada podemos fazer (…)”
Stein, Murray. Jung, O Mapa da Alma – Uma introdução. Ed. Cultrix, 2020, Local Kindle 1318-1353.
2.O interior povoado (Fragmentos de personalidade)