Sacrifício Pela Causa da Verdade

“A sabedoria divina e a atitude interior de Jesus permaneceram imperturbáveis mesmo em seu caminho para a crucificação. Ele aceitou o sofrimento sabendo que não se devia a nenhuma transgressão sua, mas que ele estava se martirizando pela causa da verdade. Em contrapartida ao sacrifício temporariamente doloroso de seu corpo, ele receberia a bem-aventurança absoluta e eterna por haver cumprido a missão que Deus lhe havia confiado.

Desse modo, Jesus não se acovardou com autopiedade, mas sim advertiu as mulheres que choravam por ele de que deviam sentir pena de si mesmas. Suas palavras não demonstravam falta de gratidão às piedosas mulheres que se lamentavam por ele; ao contrário, comovido com essa atitude de compaixão, ele as aconselhou a tomar medidas de reforma e reparação espiritual a fim de modificar o curso dos males iminentes que as aguardavam no futuro.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 397.

Capítulo 74: A crucificação.

Conclusão Definitiva

“Minha amiga Kelly diz que, quando ouve o noticiário, se depara com tantas informações contraditórias que não consegue chegar verdadeiramente a uma conclusão sobre nada – uma experiência comum. Normalmente vemos isso como um problema. Nossa inabilidade para chegar a conclusões faz com que nos sintamos ignorantes e perdidos. Sentimo- nos pressionados a desvendar aquilo.

Mas pense: experimentar a complexidade talvez nos traga para mais perto da realidade do que pensar que de fato descobrimos como as coisas funcionam. A certeza falsa não finaliza nada. As coisas seguem movendo-se e mudando. Elas são influenciadas por variáveis incontáveis, guinadas e mudanças… nem sequer por um momento descansando em sua coisitude.

Então talvez devêssemos questionar a exatidão e as limitações desse tipo de falsa certeza. Informações conflitantes apenas nos confundem se estamos tentando chegar a uma conclusão definitiva. Mas se já de saída não estivermos tentando a conclusão alguma -se apenas observarmos e prestarmos atenção podemos verdadeiramente ter uma leitura mais plena e precisa do que quer que encontremos.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 102-103.

Coisas Inconsertáveis

Podemos trabalhar em uma cozinha beneficente, podemos votar, podemos reciclar, podemos adotar animais de rua, assinar petições, levar uma sopa para o vizinho quando ele está doente, oferecer abrigo para aqueles que precisam, derrubar um ditador terrível, expressar amor e cuidado em todas as situações possíveis… e nada poderia a ser mais nobre. Mas isso, ainda assim, não mudará o fato de que o mundo das coisas é fundamentalmente inconsertável.

Mahatma Gandhi, o maior proponente da ação não violenta que o mundo já conheceu, dedicou a vida para trabalhar pela independência indiana do Império Britânico. Seu coração e inteligência o mundo. Mas observe a Índia e o Paquistão desde a independência… ainda estão em conflito. Isso não reflete fracasso da parte de Mahatma Gandhi. Apenas ilustra que o mundo das coisas nunca alcançará um estado de equilíbrio pacifico. Nunca irá nos satisfazer. Nunca matará nossa sede, mesmo por paz.”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 101-102.

Narrativa Desconcertante

“Na história da vida do Buda há desconcertante que ilustra essa mudança de perspectiva do  “eu estou sofrendo” para o “sofrimento existe”. Um dia uma mulher chamada Gotami ximou-se do Buda segurando o corpo do filho morto nos braços. Ela implorou ao Buda que trouxesse a criança de volta à vida. O Buda disse que poderia ajudá-la, mas que primeiro ela deveria fazer alga para ele: pediu que ela lhe trouxesse uma semente de mostarda vinda de uma casa em sua vila na qual ninguém tivesse morrido. A mulher seguiu a instrução do Buda, mas retornou de mãos vazias. Não havia nenhuma família na vila que não houvesse visto a morte. Mas, no processo de buscar por isso, alguma coisa mudou em Gotami. Seu fracasso em conseguir uma mera semente de mostarda mostrou-lhe a universalidade do sofrimento. Evocou nela compaixão pela condição de todos os seres vivos. Mais ainda, ela experimentou a coragem que vem da aceitação. Gotami foi capaz de fazer a mudança de “eu estou sofrendo” para “o sofrimento existe”. Apenas depois disso conseguiu soltar o corpo do filho.

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 90.

Acolhendo Nossa Humanidade

Acomodar tudo”, enquanto prática, significa acolher humanidade em toda a sua glória e confusão. Significa aceitar a beleza, a feiura, a alegria e a dor do mundo – nosso mundo e também todo seu mistério, ambiguidade e contradição. Como viver uma vida com a qual não podemos contar? Como podemos nos deliciar com um pedaço de bolo de chocolate quando uma criança na África tem cólera? Como podemos reconciliar o “eu” e a “iluminação”? Quem pode responder a esse tipo de pergunta? Ninguém pode. O que podemos fazer é acolher seu mistério.

Acomodar tudo é uma prática do coração, uma vez que estamos convidando a vida em vez de rejeitá-la. Essa prática expressa o princípio fundamental da não violência, porque não podemos responsabilizar os outros por nossa felicidade e dor. Não podemos apontar o dedo para o governo e nossa dizer: “É por causa de vocês que minha vida é péssima”. Não podemos objetivar as coisas desse modo quando praticamos. Mas podemos aceitar vida sabendo que cada momento surge em conexão com uma gigantesca e insondável paisagem, da qual somos parte integrante. Somos naturalmente grandes naturalmente infinitos – como todo o resto. ”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 87-88.

Paz Interior

“Nada pode ser realmente tomado de nós. Não há nada a perder. A paz interior começa quando, em vez de dizer a respeito das coisas “Perdi isto”, começamos a afirmar “Isto voltou para o lugar de onde veio”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 38

Nossas Expectativas

“As circunstâncias não ocorrem para atender às nossas expectativas. Os fatos acontecem como têm que acontecer. As pessoas comportam-se de acordo com o que são. Acolha as coisas que de fato conseguir.

(…) Quando algo acontece, a única coisa que está em seu poder é a sua atitude com relação ao fato. Suas alternativas são a aceitação ou o ressentimento”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 27.

Felicidade e Liberdade

“A felicidade e a liberdade começam com a clara compreensão de um princípio: algumas coisas estão sob nosso controle e outras não. Só depois de aceitar essa regra fundamental e aprender a distinguir entre o que podemos e o que não podemos controlar é que a tranquilidade interior e a eficácia exterior tornam-se possíveis”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 21.

Prece da Serenidade

“A Prece da Serenidade, que sintetiza o movimento de recuperação – “Concedei-me a serenidade para acertar as coisas que eu não posso mudar, a coragem para mudar o que posso e a sabedoria para reconhecer a diferença” (…).

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 15.