Paralíticos curados

“Contava o próprio rapaz que, estando diante do túmulo do glorioso santo, apareceu-lhe um jovem vestido com o hábito dos frades. Estava em cima do sepulcro e tinha algumas peras nas mãos. Chamou o menino e lhe ofereceu uma pera, animando-o para se levantar. O menino pegou a pera de suas mãos e disse: “Sou aleijado e não posso me levantar”. Mas comeu a pera e começou a estender a mão para outra que o jovem lhe oferecia. Este insistiu em que se levantasse, mas o menino, preso pela doença, não se moveu. Então o moço deu-lhe a pera mas tomou-lhe a mão estendida. Levou-o para fora e desapareceu de seus olhos. Vendo-se curado e incólume, o menino começou a gritar em alta voz, contando a todos o que lhe acontecera.”

Frei Tomás de Celano. Primeira Vida: Vida de São Francisco de Assis Escrita em 1228 D.C, Ed. Família Católica,2018, Local: 1845.

TERCEIRO LIVRO

Milagres de São Francisco | Paralíticos curados

Festividades

“Hoje vivemos numa época desprovida de festividade, numa época sem celebração. O que é uma festa? Já a especificidade linguística nos dá uma indicação sobre seu ser. No vernáculo se diz, celebramos uma festa. A celebração acompanha uma temporalidade específica da festa. A palavra celebração (Begehung) destaca a ideia de um objetivo para o qual nos encaminhamos. Na celebração o que se dá primariamente é que não precisamos nos encaminhar para algum ponto para chegar lá. Na festa, o tempo como sequencial de momentos passageiros e fugidios é suspenso. Adentramos na celebração da festa como adentramos num espaço onde nos demoramos. O adentrar numa celebração se contrapõe ao transcorrer. No adentrar a celebração não há nada que transcorre e passa. O tempo de festa num certo sentido não passa. Em seu ensaio “Atualidade do belo”, o filósofo Hans-Georg Gadamer concebe a proximidade específica entre arte e festa a partir da temporalidade que lhes é comum: “A essência da experiência de tempo da arte é que devemos aprender a demorar-nos junto a ela. Talvez essa experiência seja a mais adequada correspondência ao que se costuma chamar de eternidade”.O tempo da festa é o tempo que não passa. É o tempo celebrativo em sentido específico.

(…)

Se vivemos numa época sem festa, se vivemos numa época desprovida de celebrações, já não temos mais qualquer relação com o divino.”

HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Ed. Vozes, 2022, Local 896-914.

Anexos: Tempo de celebração-a festa numa época sem celebração

A Felicidade só Pode Ser Encontrada Dentro de Nós

“Sua felicidade depende de três coisas que estão todas sob seu poder: sua vontade, suas ideias a respeito do acontecimento em que está envolvido e o uso que você faz de suas ideias.

A autêntica felicidade é sempre independente de condições externas (…) Sua felicidade só pode ser encontrada interiormente. (…) Pare de aspirar ser outra coisa além do melhor de você mesmo. Porque isso está sob o seu controle.”

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, pp. 47-48.

Culpa e Progresso

“Um dos sinais que indicam o início do progresso moral é a extinção da culpa. Passamos a ver como é inútil fazer acusações. Quanto mais examinamos nossas atitudes e trabalhamos o nosso íntimo, menos estamos sujeitos a ser assolados por tempestuosas reações emocionais nas quais buscamos explicações fáceis para aquilo que nos acontece.

As coisas são simplesmente o que são. As outras pessoas que pensem o que quiserem, não é da nossa conta.

Se não há vergonha, não há culpa”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 31.

Nossas Expectativas

“As circunstâncias não ocorrem para atender às nossas expectativas. Os fatos acontecem como têm que acontecer. As pessoas comportam-se de acordo com o que são. Acolha as coisas que de fato conseguir.

(…) Quando algo acontece, a única coisa que está em seu poder é a sua atitude com relação ao fato. Suas alternativas são a aceitação ou o ressentimento”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 27.