“A religião cristã é marcadamente narrativa. Feriados como a Páscoa, o Pentecostes e o Natal são o apogeu narrativo no interior do todo da narrativa, orientando e promovendo sentido. Cada dia contém uma tensão narrativa, uma significação de toda narrativa. O próprio tempo se torna narrativo, ou seja, significativo. O capitalismo não é narrativo. Não conta nenhuma história. Apenas conta números. Tira do tempo tal significação. É profanado em tempo de trabalho. E os dias ficam todos iguais.
Peregrinos e turistas pertencem na realidade a dois regimes bem diferentes. Turistas viajam por não-lugares sem sentido, enquanto os peregrinos em lugares vinculantes que reúnem e conectam as pessoas.”
HAN, Byung-Chul.O desaparecimento dos rituais: Uma topologia do presente. Ed. Vozes, 2021, Local 645-653.
Festa e Religião