A Verdade – Consciência Cósmica

“Foi com este propósito que minha Inteligência Crística, a Inteligência Universal com a qual sou um, nasceu da Consciência Cósmica: para ser a causa e o princípio governante do cosmos. A Inteligência Crística Se refletiu na criação para dar testemunho da verdade única: a Consciência Cósmica presente além da criação. Todo devoto que está em sintonia com a Verdade – a Consciência Cósmica – alcançou essa realização ao ouvir a Vibração Cósmica de Om, o Espírito Santo, que emana de minha Inteligência Crística e constitui Sua voz.”

A soberana Inteligência Crística, designada pelo Deus transcendente para governar toda a criação, é a testemunha, o reflexo, da Verdade – a Consciência Cósmica do Pai transcendental, que é a única Substância da qual proveio tudo quanto existe. Jesus assinala que todo devoto adiantado que entre em contato com a Verdade, a Consciência Cósmica, deve primeiro estabelecer contato com o Espírito Santo ou Vibração Cósmica e com a Consciência Crística presente nessa Vibração.

(…)

Quando Pilatos perguntou: “Que é a Verdade?“, Cristo não respondeu. As indagações muito pomposas de intelectualistas como Pilatos raramente procedem de um ardente espírito de pesquisa.

(…) Um filho de Deus “dá testemunho” com a sua própria vida. Ele personifica a verdade; se também a explica, trata-se de generosa redundância.”

(…)

A verdade não é uma teoria, nem um sistema filosófico especulativo, nem um insight intelectual. A verdade é a correspondência exata com a Realidade. Para o homem, a verdade é o inabalável conhecimento da sua natureza real, do seu Eu como alma. Jesus, em cada ato e palavra de sua vida, provou que conhecia a verdade do seu ser- a sua origem em Deus. Totalmente identificado com a Consciência Crística onipresente, ele podia dizer, em caráter final: “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz“.

Buda também se recusou a lançar luz sobre as questões derradeiras da metafísica, assinalando secamente que os poucos momentos do homem na Terra seriam mais bem empregados no aperfeiçoamento de sua natureza moral. O místico chinês Lao- Tsé ensinou corretamente: “Quem sabe não o diz; quem diz não o sabe”. Os mistérios últimos de Deus não se acham “abertos ao debate”. A decifração de Seu digo secreto é uma arte que o homem não pode comunicar a outro homem; aqui, só o Senhor é o Mestre.

(…) Reverberando por todo o universo como a vibração criadora de Om, o Som Primordial traduz-se instantaneamente em palavras inteligíveis para o devoto com ele sintonizado.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 392-393.

Capítulo 74: A crucificação.

O Meu Reino não é Deste Mundo

“(João 18:35-36).

O reino soberano de minha Consciência Crística universal é a Onipresença e por isso não pode ser limitado por esta esfera terrena, muito menos por uma pequena porção de terra que poderia ser o reino de um monarca mortal. (…) Mas meu reino ‘não é daqui‘ – sendo aqui’ uma época ou lugar específicos desta criação material. Os reis de uma pequena extensão do espaço-tempo finito descobrem que seu território é de marcado por limites ilusórios de passado, presente e futuro; e desfigurado pelas mãos devastadoras da mutabilidade. Mas é agora o meu reino‘: minha Inteligência Crística reina para sempre na imutabilidade do Eterno Agora, governando tanto os reinos primordiais causal e astral como o feudo subordinado da matéria.”

(…) Pelo fato de estar unificado com a Inteligência Suprema que governa todo o cosmos, ele não se sentia inclinado a lutar por um reino terreno nem pelo poder temporário de um rei. Com sua consciência onipresente em miríades de universos e em seus incontáveis sóis, luas e planetas, ele não poderia sequer conceber a ideia de aspirar a um reino limitado.

Ao permitir com toda a mansidão que o crucificassem – o que preparou o cenário para sua ressurreição -, Jesus demonstrou tanto sua própria imortalidade como a de todas as almas. Que concebível fascinação com um reino mortal transitório poderia prevalecer quando alguém está consciente de ser herdeiro do império da Eternidade? (…) o significado da resposta de Jesus a Pilatos foi que, sendo o soberano de um reino superior imperecível, ele havia treinado os discípulos a não lutar pela conquista de poder temporal nem para salvar a vida mortal perecível. (…) Jesus inspirou nos discípulos a sabedoria suprema de sacrificar a vida mortal em prol da vida e bem-aventurança eternas.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 389-390.

Capítulo 74: A crucificação.

Inteligência da Consciência Crística

Nestes versículos, “mão” simboliza poder de operação e autoridade; “mão direita” simboliza o principal poder de operação, a Inteligência refletida de Deus que atua na criação. Portanto, “a mão direita do poder de Deus” refere-se à Consciência Crística que emana de Deus e é a principal inteligência operativa que energiza e ativa toda a criação por meio da Vibração Cósmica criadora.

A resposta de Jesus não significava que no futuro os habitantes do mundo tanto os ignorantes como os sábios – o contemplariam “vindo sobre as nuvens do céu“. Deus, que move os universos no espaço, não necessita impressionar a população da Terra subjugando-a com semelhante demonstração.

(…)

Ao responder desse modo ao sumo sacerdote, Jesus na realidade enviava uma mensagem aos buscadores espirituais de todos os tempos. Qualquer devoto sincero que abra o olho espiritual poderá não apenas ter uma visão de Jesus, mas também conhecer a Consciência Crística nele presente como o poder da “mão direita” de Deus. Assim como o proprietário de uma fábrica conta com uma pessoa que é sua “mão direita”, também o Proprietário do universo a Consciência Cósmica transcendente – tem como Sua “mão direita” a Consciência Crística onipresente na criação. Essa Inteligência Crística é o canal imanente do Deus-Pai da criação, o único meio através do qual o poder da Consciência Cósmica Se materializou na criação, ou seja, Deus refletido como Consciência Crística, como a Essência de tudo o que existe.

(…) assim como as nuvens da atmosfera terrestre que se vê com os olhos abertos escondem as regiões que se encontram além delas, também a escuridão dos olhos fechados e as obscuras profundezas do céu que se vê com os olhos abertos atuam como muros que escondem a luminosa região do céu astral, oculta por trás da muralha vibratória do éter – transparente ainda que opaca. As visões autênticas podem ser contempladas com os olhos abertos ou fechados. Todo devoto espiritual altamente adiantado que possa ver através de seu olho espiritual telescópico comprova que as nuvens da escuridão dos olhos fechados e o firmamento etéreo que obstrui a percepção dos olhos abertos se desvanecem no nada de sua natureza ilusória. Quando o devoto, com o auxílio do olho espiritual, dissipa assim a escuridão interior dos olhos fechados e a opacidade exterior do firmamento, o cosmo astral celestial aparece, revelando os anjos de Deus e muitas maravilhas luminosas.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 378-379.

Capítulo 73: A agonia de Jesus no jardim de Getsêmani e sua prisão.

A Busca de Cristo e o Poder Divino

“Quando a multidão armada anunciou a quem buscava, Jesus os confrontou com a simples declaração: “Sou eu” *, ou seja: “Eu sou a Consciência Crística manifestada no corpo de Jesus, a quem vós per seguis”. Apesar de inflamados e dispostos a capturar o mestre com violência, todos da multidão instantaneamente “recuaram, e caíram por terra“, devido ao absoluto poder que emanou de Jesus quando ele assim declarou sua divindade.”

* Nota: “Em grego, simplesmente Eu sou, expressão utilizada com frequência no evangelho no sentido corriqueiro mas muitas vezes com conotação divina também, uma vez que EU SOU’ é uma versão do nome de Deus na Bíblia hebraica (ver Êxodo 3:14-15).” – Robert J. Miller, ed., The Complete Gospels: Annotated Scholars Version (Harper, San Francisco, 1994). (Nota da Editora)

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 369.

Capítulo 73: A agonia de Jesus no jardim de Getsêmani e sua prisão.

Palavras de Sabedoria Através de Jesus

Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar“: quando a Consciência Crística pronunciava palavras de sabedoria por intermédio de Jesus era porque a Consciência Cósmica, de onde emanam todas as coisas, fazia vibrar Seus desejos como um grande mandamento concernente ao que devia ser dito ao mundo através dos lábios de Jesus, em forma de discursos e parábolas para as multidões e de máximas e conselhos com explicações mais profundas para os discípulos.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 205.

Capítulo 66: “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado”.

Salvação do Mundo

“(João 12:44-50).

Em repetidas ocasiões Jesus deu testemunho a seus devotos e seguidores de que estava unido com Deus-Pai: de que dentro de seu eu físico estava a Consciência Crística e, por trás dela, a Consciência Cósmica; e que todos aqueles que sintonizassem com o Eu interior ou Consciência Crística que nele habitava conheceriam esta sua verdadeira natureza e seriam conduzidos da mortalha da ilusão e do sofrimento à eterna luz do reino de Deus.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 204.

Capítulo 66: “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado”.

Filhos da Luz

“Ele estava dizendo que todos os devotos que “cressem na luz” – a luz crística nele presente – estariam em sintonia com ele e consequentemente com Deus, e chegariam a reconhecer-se como “filhos da luz“: reflexos individualizados do Esplendor Divino, em essência semelhantes a seu Pai, Deus.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 201.

Capítulo 66: “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado”.

Se Me Servir, Meu Pai o Honrará

“E Jesus lhes respondeu, dizendo: “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado. Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida guardá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se me servir, meu Pai o honrará” (João 12:20-26).

(…)

Uma existência egoísta focalizada na preservação do próprio ego – apegado ao corpo e afeiçoado a todas as coisas temporais – constitui uma cerca mental que impede a alma de se expandir no Espírito.

(…)

Todo devoto que esteja em sintonia comigo estará presente na esfera da Consciência Crística, onde sempre habito, e será reconhecido e elevado pelo Pai – a Consciência Cósmica Transcendente.

Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora. Pai, glorifica o teu nome” (João 12:27-28).

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 196-197

Capítulo 66 : “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado”.

Jesus e Cristo

“(Mateus 22:41-46)

Os escribas e fariseus – como também sucede com muitos fiéis cristãos até hoje – não compreendiam a diferença entre “Jesus” (“Filho do homem”) e “Cristo” (“Filho de Deus” ou “Filho unigênito”), ou seja, entre o Messias encarnado e a infinita Consciência Crística que ele personificava. Não era intenção de Jesus negar que o corpo humano de Cristo, o Messias, descendia do rei Davi, assim (…) seu propósito era deixar claro que a Consciência Crística onipresente não poderia ser limitada ao corpo físico de um filho de Davi ou de qualquer outro ser humano.

Jesus falou aos fariseus no estado de percepção do “Cristo” como a Consciência Universal presente em toda a criação vibratória e plenamente refletida em seu próprio corpo, conhecido como Jesus; e lhes disse também que a Consciência Crística Se manifestara a Davi em visão, descrita no Livro dos Salmos.

(…)

Jesus fez a observação irrefutável de que Davi não poderia ter utilizado o título “meu Senhor” para referir-se a um filho. Davi percebia claramente a diferença entre o Cristo Universal e Sua manifestação em forma humana como o Messias.

O intercâmbio de Inteligência entre os “Senhores” Transcendente e Imanente (a Consciência Cósmica e a Consciência Crística) manifestou -se apenas temporariamente na consciência de Davi por meio de uma visão.

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 189-190.

Capítulo 65 : Jesus ensina pela última vez no templo de Jerusalém.

A Entrada em Jerusalém

A entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém inspira um belo simbolismo quando interpretada espiritualmente como um acontecimento relevante para o ser humano de todas as épocas. A cidade de Jerusalém é a consciência do homem; seus pensamentos e sentimentos são os habitante. A chegada de Jesus a Jerusalém evoca a abertura dos portais da devoção humana para permitir a entrada da Consciência Crística – com seu poder onisciente – no reino corporal, diante do regozijo de todos os seus cidadãos: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.”

YOGANANDA, Paramahansa. A Segunda Vinda de Cristo, A Ressurreição do Cristo Interior. Comentário Revelador dos Ensinamentos Originais de Jesus. Vol. III. Editora Self, 2017, pág. 165.

Capítulo 64 : A entrada triunfal em Jerusalém.