Ao purgatório, a alma que carece já de culpa

“Concretamente, se ainda fica nela algo que purificar, experimenta a necessidade do purgatório, isto é, do purificatório. 2. ― Ao purgatório vai a alma que carece já de culpa, mas que ainda não eliminou totalmente os maus vestígios deixados em seu ser pelo pecado. Estes, ao não estar suficientemente apagados nesta vida pela penitência, constituem a pena temporal que deve ser purgada, pois são o impedimento que retarda, que faz ainda impossível, a união com Deus no céu.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 672.

S´íntese da Doutrina de Santa Catarina

Pecado feito com malícia

“Oh, que perigoso é o pecado feito com malícia! O homem dificilmente se arrepende dele, e não arrependendo-se dele, permanece na culpa. E persevera o homem na culpa enquanto persiste a vontade do pecado cometido ou de cometê-lo.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 377.

Capítulo I – Tratado do Purgatório

Penas moderadas pela misericórdia de Deus

Pena sem fim

“Os do inferno, tendo sido achados no momento da morte com a vontade no pecado, tem consigo infinitamente a culpa, e também a pena. E a pena que têm não é tanta como mereceriam, mas em todo caso é pena sem fim. Os do purgatório, pelo contrário, tem só a pena, mas como estão já sem culpa, pois lhes foi cancelada pelo arrependimento, têm uma pena finita, e que com o passar do tempo vai diminuindo, como já disse antes.”

Santa Catarina de Gênova. Tratado do Purgatório, Ed. Santa Cruz, 2019, Local: 363.

Capítulo I – Tratado do Purgatório

Inferno

Uso Protetivo de Força

“Um modo de lembrar o propósito do uso protetivo de força é ver a diferença entre controlar a criança e controlar o ambiente. Ao punir estamos tentando controlar a criança fazendo com que ela se sinta mal pelo que fez, a fim de suscitar dentro dela vergonha, culpa ou medo.

No uso protetivo de força, nossa intenção não é controlar a criança; é controlar o ambiente. O objetivo é proteger nossas necessidades até que haja tempo de fazer o que realmente é necessário: ter uma comunicação de qualidade com a outra pessoa. E mais ou menos colocar telas nas janelas para nos protegermos dos mosquitos. É um uso protetivo de força. Controlamos o ambiente para evitar que coisas desagradáveis aconteçam.”

ROSENBERG, Marshall. Criar Filhos Compassivamente: Maternagem e Paternagem na Perspectiva da Comunicação Não Violenta. São Paulo: Palas Athenas, 2020, pág. 47.

Punição e Culpa ao Não Realizar as Tarefas

“As pessoas entendem solicitações como exigências se pensarem que serão punidas ou culpadas caso não fizerem a tarefa. Essa ideia tira toda a alegria de qualquer ato.

ROSENBERG, Marshall. Criar Filhos Compassivamente: Maternagem e Paternagem na Perspectiva da Comunicação Não Violenta. São Paulo: Palas Athenas, 2020, pág. 30.

Linguagem Baseada em Necessidades

(…) “Ela requer uma mudança que nos distancia da avaliação moralista da Infância (em termos de certo/errado, bom/mau), e nos aproxima de uma linguagem baseada em necessidades. Precisamos conseguir dizer às crianças se o que elas estão fazendo está em harmonia com nossas necessidades, ou em conflito com elas – mas fazê-lo de tal forma que não estimulemos a culpa ou a vergonha nos mais jovens. Vamos dar um exemplo: “Fico com medo quando vejo você bater no seu irmão, pois preciso que as pessoas da família estejam em segurança” ao invés de “É errado bater no seu irmão”. Ou em outra circunstância, em vez de afirmar “Você é um preguiçoso porque não arrumou o quarto”, dizer “Fico frustrado quando vejo que sua cama não está arrumada porque preciso de apoio para manter a casa em ordem”,

Essa mudança de linguagem que evita a classificação do comportamento da criança em termos de certo e errado, bom e mau, e procura se concentrar nas necessidades – não é fácil para aqueles que foram educados por professores e pais pensar em termos de julgamentos moralistas. (…)”

ROSENBERG, Marshall. Criar Filhos Compassivamente: Maternagem e Paternagem na Perspectiva da Comunicação Não Violenta. São Paulo: Palas Athenas, 2020, pág. 20

Campos de Batalha

“O campo de batalha simboliza o campo da vida, no qual toda criatura vive da morte de outra. Uma percepção da inevitável culpa que o viver envolve pode deixar o coração tão amargurado que, como Hamlet ou Arjuna, podemos recusar a prosseguir.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 231-232.

Culpa e Progresso

“Um dos sinais que indicam o início do progresso moral é a extinção da culpa. Passamos a ver como é inútil fazer acusações. Quanto mais examinamos nossas atitudes e trabalhamos o nosso íntimo, menos estamos sujeitos a ser assolados por tempestuosas reações emocionais nas quais buscamos explicações fáceis para aquilo que nos acontece.

As coisas são simplesmente o que são. As outras pessoas que pensem o que quiserem, não é da nossa conta.

Se não há vergonha, não há culpa”.

Epicteto. A arte de viver/ Epicteto; uma nova interpretação de Sharon Lebell. Sextante, Rio de Janeiro, 2018, p. 31.