O Deus que vive dentro de nós

(…) o terrível dilema de descobrirmos o Deus que vive dentro de nós mesmos  (…) Se, antes da criação, Deus tinha um poder criativo ativo, depois da criação, isto é, já estando corporificado e individualizado como homem, ele deve preser- var a capacidade de seu potencial criativo essencial.

(…)

A magia tem de absorver toda a exterioridade da Religião Eterna da qual o Budismo, o Bramanismo, a crença dos caldeus do Egito, o Paganismo e o Cristianismo são apenas vislumbres da verdade na vastidão do tempo. A magia é a ciência.

(…)

Os tempos são a moralidade: a moralidade, a chave para a ciência das formas religiosas, reside nos costumes. Mores sunt tempora; a famosa tempora [índole] ou mores [costumes] são expressões unilaterais – o grau espiritual (com sua grande influência sobre a sociedade) dita o progresso ascendente da sociedade humana.

Pedir ao Mestre um livro no qual sejam ensinados milagres da mesma forma como são ensinadas as regras de jogos de baralho é pedir para ser alvo de uma mentira covarde do espírito vulgar. Você deve pedir e obter a luz antes que o Mestre fale, caso contrário as palavras dele serão como pérolas atiradas aos porcos.

(…)

O Fogo Criativo, além de todas as coisas criadas, de todas as per sonalidades e personificações, representa o dilema da vitória ou aniquilamento do espírito ativo e inquiridor. A incrível bravura das evocações de uma pirotecnia mágica não pode ser apreciada sequer como invenção de um romancista. Mas depois da sua conquista, o último véu cai de nossos olhos e compreendemos o Mestre.

Não devemos tentar produzir milagres sem antes empreendermos uma tentativa ousada de nos destruirmos, átomo por átomo, com o objetivo de ver a face daquele cuja face real, como está escrito, ninguém jamais viu, cuja voz só foi ouvida por aquele que foi salvo das águas, a quem Cristo chamou de Pai.

O primeiro aspecto do raio de Deus, conhecido, em termos cabalísticos, pelo nome de Ariel, é o poder taumatúrgico ou capacidade de realizar milagres, milagres que não são violações das leis da natureza, como pensam os profanos e ignorantes; nem se devem em grande par te à ignorância dos crentes, como pseudocientistas da normalidade dos eventos tentariam nos fazer crer.

Ariel é um anjo, ou seja, é a forma da força expressa pela inteligência divina. Portanto, ele é força e é inteligência. É instintivamente forte e inteligente. É capaz.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.191-193.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

Evolução das raças

“Terão as raças amarela, vermelha, negra e branca completado sua evolução no mesmo planeta onde cada continente é apenas a cristalização de outro planeta?

(…)

Da raça ocidental, raça vermelha que empunhou o cetro da civilização na Terra antes da negra (…) no Egito, onde a raça vermelha fundou a colónia atlântica após a grande catástrofe e transmitiu as outras raças as altas verdades da iniciação. Só agora nós no Ocidente estamos começando a entender que o Egito era uma colônia de vermelhos, cujas mais belas realizações foram encontradas no Peru.

O colapso de Atlântida fez com que o cetro do poder passasse para as mãos da raça negra, que logo conquistou toda a terra habitada. Nasceu, então, a raça branca, nas proximidades do Polo Norte.”

O Egito, conforme veremos adiante, preservou quase intacta a antiga tradição atlântica da raça vermelha (…).

(…) a horda de invasores asiáticos deve ter ameaçado o Egito por volta de 2600 a.C., durante a décima terceira dinastia. Com efeito, foi então que os sacerdotes, percebendo o perigo e antevendo suas consequências, criaram os grandes mistérios, a fim de impedir que a pura tradição vermelha fosse corrompida.

(…)

Os celtas bodones, que por muito tempo haviam sido senhores da Arábia, resistiram quanto puderam, mas agora precisavam ceder ao destino, preferindo o exílio à submissão. Boa parte deles foi para a Etiópia e o restante se espalhou pelo deserto, dividindo-se em povos nomades que, por essa razão, passaram a ser chamados de hebreus.

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.156-157/164-165.
Capítulo 7

O que nos diz o conde de Mellet

“O que nos diz o conde de Mellet ao longo desses capítulos? Inicialmente, ele também nos afirma que o tarô é egípcio, mas desenvolve a ideia de que é o “Livro de Thot”: “O desejo de aprender evolui no coração do homem à medida que sua mente adquire novos conhecimentos: a necessidade de conservá-los e a vontade de transmiti-los fez imaginar caracteres dos quais Thot ou Mercúrio seria o inventor. Esses caracteres […] também eram imagens autênticas, com as quais se formavam quadros que reproduziam aos olhos as coisas de que se queria falar. E natural que o inventor dessas imagens tenha sido o primeiro historiador com efeito, considera-se que Thot foi o primeiro a pintar os deuses, ou seja, os atos da Onipotência ou a Criação. […] Esse Livro parece ter sido nomeado A-ROSCH; de A, doutrina e ciência; e de ROSCH, Mercúrio, que, com o artigo T, significa Quadros da Doutrina de Mercúrio. No entanto, como Rosch também significa Começo, o termo Ta-Rosch foi particularmente consagrado à sua cosmogonia […]. Essa antiga cosmogonia, esse livro dos Ta-Rosch, com exceção de leves alterações, parece ter chegado a nós nas cartas que ainda trazem esse nome […]. Os árabes transmitiram esse livro ou jogo aos espanhóis, e os soldados de Carlos V o levaram para a Alemanha”. Também aprendemos que esse livro é constituído de 22 quadros, o que permite perceber que, quando o conde de Mellet se refere ao tarô, ele considera apenas os arcanos maiores.”

(…)

“O conde de Mellet aproveita a ocasião para citar José, filho de Jacó, que interpretou os sonhos do faraó usando o Livro de Thot, um exemplo bíblico fácil de encontrar e empregado em benefício de sua arte divinatória egípcia.”

“(…) não é preciso lembrar que o conde de Mellet, tal como Court de Gébelin, não era um cartomante, mas um aristocrata de alto nível hierárquico e homem de guerra. А esse respeito, podemos nos surpreender que esse militar de carreira tenha sido o primeiro a deixar um texto de Tarô Divinatório. Court de Gébelin, por sua vez, era um homem das letras, cujo entusiasmo pelo ocultismo era recente. Ambos expõem teorias e sistemas em uma obra enciclopédica; portanto, seu objetivo seria aparentemente reunir objetos ou práticas esparsas (jogos, brasões…) e encontrar sua “antiguidade – esse é o objetivo declarado do Mundo Primitivo.”

“(…) era uma ideia genial misturar o tarô, jogo de 78 cartas contendo figuras mais ou menos misteriosas às práticas de cartomancia já em uso… O conde de Mellet teve essa ideia, e Jean-Baptiste Alliette a desenvolveu, introduzindo o tarô diretamente na era de ouro da cartomancia.”

NADOLNY, Isabelle. História do TarôUm estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 155-158.

História da adivinhação

“(…) retornemos à nossa história da adivinhação, seguindo-a no tempo. Estamos na Idade Média. Nessa época, a concepção da adivinhação sofre uma mudança. Na Antiguidade, ela se manifestava oficialmente nos templos, como vimos nos casos do Egito e da Grécia. Era considerada uma prática válida como qualquer outra e objeto de especulações filosóficas. No Ocidente cristão, não se fala exatamente em adivinhação; considera-se, antes, um conjunto de “artes”, de práticas semelhantes à da magia. Essa confusão vem de Isidoro de Sevilha (cerca de 560-636), mestre do pensamento para toda a Idade Média. Em um capítulo consagrado aos magos, ele cita diferentes técnicas de adivinhação originárias da Antiguidade e desse modo, cria essa confusão: são os magos que praticam essas técnicas divinatórias…. Em seguida, ele distingue dois tipos de adivinhação: ars e furor, uma distinção entre a adivinhação “natural”, que é uma revelação dispensada pelos deuses aos homens em um estado de “fúria” (de transe, por exemplo) ou em sonhos, e a adivinhação “artificial”, que reúne os símbolos e os interpreta. Ao que parece, a adivinhação não era muito praticada durante a Alta Idade Média, e mesmo a astrologia era pouco difundida. Foi preciso esperar os séculos XII e XIII para ver o surgimento de verdadeiros tratados sobre técnicas divinatórias, sendo os mais antigos traduções do árabe para o latim. Quais são eles?

Inicialmente, temos tratados de fisiognomonia, técnica que prevê o destino do homem com base nos traços de seu rosto ou do aspecto geral de seu corpo, sendo a quiromancia (leitura das linhas da mão) uma de suas subdivisões. Muito populares, essas técnicas derivam de tratados árabes, eles próprios provenientes de fontes gregas e latinas.”

NADOLNY, Isabelle. História do TarôUm estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 131.

A origem do Baralho de tarô

“Há muito tempo, todos os Egito, reuniram-se positários da tradição oculta do sábios hierofantes, depositários para debater um gravíssimo problema. Devido às suas faculdades proféticas, eles haviam adquirido a certeza de que sua civilização logo desintegraria e, com ela, os templos dos deuses e as escolas iniciáticas, onde a Verdade era transmitida desde sempre de mestres a discípulos. Tratava se por tanto, de encontrar um meio de preservar da destruição os pontos mais importantes dessa Verdade oculta, para que ela pudesse novamente ser revelada no momento oportuno. “Gravemos os textos de nosso saber ancestral nos muros de pedra do templo mais venerável”, propôs um dos membros da assembleia. Contudo, objetaram-lhe que mesmo o templo mais sólido não resistiria às devastações causadas pelo tempo nem aos ataques dos invasores. “Vamos gravá-los nas placas do metal mais resistente, disse outro”. Porém, retorquiram-lhe que, se fosse um metal nobre, estaria inevitavelmente sujeito à cobiça, e se fosse um metal vil não resistiria à ferrugem. Outro membro arriscou: “Confiemos nossos arcanos a um homem simples e virtuoso que, antes de morrer, os transmitirá a outro homem simples e virtuoso e assim por diante, até que novamente a Verdade possa ser professada e compreendida”. No entanto, responderam-lhe que mesmo as almas mais puras não escapariam à tentação. Então, o mais jovem dos adeptos disse: Vamos nos servir dos vícios, dos pecados, das paixões deletérias do homem para preservar o depósito de nossas doutrinas secretas. Vamos exprimi-las em um conjunto de figuras aparentemente inocentes que, multiplicadas ao infinito, servirão para aplacar uma das paixões mais intensas do homem: a paixão pelo jogo. Confiemos às energias do mal os germes de Verdade contidos na condição da salvação e da felicidade do mundo. Essa proposta foi aceita. Os adeptos fixaram em imagens simbólicas os axiomas de suas doutrinas secretas, criando um jogo que puseram em circulação e que preservou, de maneira alegórica, as Verdades ocultas. Essa seria a origem do Baralho de tarô.”

NADOLNY, Isabelle. História do Tarô. Um estudo completo sobre suas origens, iconografia e simbolismo. Ed. Pensamento, 2022, pág. 10.

A origem

“Comentaristas, pesquisadoras e pesquisadores, em geral, defendem que os tratados do Corp. Herm, se originaram no Egito entre os séculos II e III Е.С. sem, contudo, deixar de supor que alguns deles possam ter se originado na metade do século I E.C.277 Alguns pesquisadores afirmam que, mesmo no século III A.E.C, já circulavam alguns escritos de cunho mais astrológico mágico, os quais são considerados herméticos. Muitos textos dos trata- dos do Corp. Herm. remetem a épocas antigas, justamente porque as tra- dições neles pressupõem um longo periodo de transmissão oral.

(…)

Os autores dos tratados do Corpus Hermeticum tinham alguma vivência no ambiente egípcio e possivelmente foram instruidos na cultura helenística, em voga durante o periodo de denominação romana.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 93.

Parte I- Ensaios: Aproximações e enfoques.

Capítulo 6- Aspectos Literários do Corpus Hermeticum.

Sociedade hermética

“(…)ao afirmar-se hermética, uma determinada sociedade estava assumindo os elementos traditivos e a antiguidade do próprio Egito, mesmo que ela não fosse nem antiga nem totalmente egípcia. Por essa razão, é muito comum, ao falar de hermetismo, entender essa palavra com a acepção de ocultismo, segredo, secreto, esotérico, velado, fechado, maçônico, teosófico, e daquilo que é confuso aos olhos dos profanos e/ou dos não iniciados.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 26.

Introdução

Decoberta dos Papiros de Naj ‘Hammadi

“Em dezembro de 1945, um camponês árabe fez uma descoberta arqueológica extraordinária no Alto Egito. Os boatos obscureceram as circunstâncias da descoberta – talvez por ela ter sido acidental, e sua venda no mercado negro, ilegal. Por muitos anos, nem mesmo a identidade do camponês foi revelada.(…) a descoberta fora feita próximo à cidade de Naj ‘Hammadi em Jabal al-Tarif, uma montanha com mais de 150 cavernas, de origem natural.

(…)

Ao escavarem em torno de uma grande rocha, encontraram um vaso de cerâmica vermelha de quase l metro de altura. (…) e descobriu trinta papiros encadernados em couro. Voltando para casa em al-Qasr, Muhammad ‘Ali deixou cair os livros e-soltou as folhas de papiro sobre a palha, no chão perto do forno. ‘Umm-Ahmad, mãe de Muhammad ‘Ali, admite ter queimado grande parte dos papiros no forno junto com a palha utilizada para acendê-lo”

PAGELS, Elaine. Os Evangélhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. XIII- XIV.

Capítulo: Introdução.

Conhecemos Nosso Rei, César e Não Jesus

“E os judeus clamaram, dizendo: Conhecemos nosso rei, César e não Jesus. Pois, de fato, os sábios trouxeram presentes do leste para ele como para um rei, e quando Herodes ouviu dos sábios que um rei nasceu, ele tentou matá-lo; quando seu pai José soube disso, ele o levou e sua mãe e eles fugiram para o Egito. E quando Herodes ouviu isso, destruiu os filhos dos hebreus que nasceram em Belém.”

Nascimento, Peterson do. O Evangelho Segundo Nicodemos (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro XI) – Versão Kindle, Posição 355.

Pirâmides

“Impulsionados pelas forças do Alto, os círculos iniciáticos sugerem a construção das grandes pirâmides, que ficariam como a sua mensagem eterna para as futuras civilizações do orbe. Esses grandiosos monumentos teriam
duas finalidades simultâneas: representariam os mais sagrados templos de estudo e iniciação, ao mesmo tempo que constituiriam, para os pósteros, um livro do passado, com as mais singulares profecias em face das obscuridades do porvir.”

“A par desses conhecimentos, encontram-se ali os roteiros futuros da humanidade terrestre. Cada medida tem a sua expressão simbólica, relativamente ao sistema cosmogônico do planeta e à sua posição no sistema solar.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 40.