O Amor e o Serviço na Redenção

“Todos lutamos por ressarcir compromissos do pretérito, compreendendo que não há dor sem justificação; e se sabemos que só o amor puro e o serviço incessante são capazes de garantir-nos a redenção, uns à frente dos outros, como desprezar o companheiro que sofre, em nome de princípios a cujo funcionamento estamos submetidos por nossa vez?”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 29.

Não Fuja da Raia!

“É por esse motivo que de nada vale desertar do campo de duras obrigações em que nos vejamos sitiados, por força dos acontecimentos naturais do caminho, de vez que na intimidade da consciência, ainda mesmo que a apreciação alheia nos liberte desse ou daquele imposto de devotamento e renúncia, ordena a razão estejamos de sentinelas na obra de paciência e de tolerância, de humildade e de amor, que fomos chamados intimamente a atender, sem isso, não obstante a aparência legal de nosso afastamento da luta, somos invencivelmente onerados por ocultas sensações de desgosto ante as nossas próprias fraquezas, que, começando por ligeiras irritações e pequeninos desalentos, acabam matriculando-nos o Espírito nos institutos da enfermidade ou na vala da frustração.”

Xavier, Francisco Cândido/ Emmanuel. Pensamento e Vida. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 89.

Recuperação de Nós Mesmos

“É dessa maneira que recebemos, por imposição das circunstâncias, a esposa incompreensiva, o esposo atrabiliário, o filho doente, o chefe agressivo, o subalterno infeliz, a moléstia pertinaz ou a tarefa compulsória a beneficio dos outros, como gleba espiritual para esforço intensivo na recuperação de nós mesmos.”

Xavier, Francisco Cândido/ Emmanuel. Pensamento e Vida. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 88.

Cura, Pensamento e Atitude

“É por isso que, muitas vezes, consoante os programas traçados antes do berço, na pauta da dívida e do resgate, a criatura é visitada por estranhas provações, em plena prosperidade material, ou por desastres fisiológicos de comovente expressão, quando mais irradiante se lhe mostra a saúde.

Contudo, é imperioso lembrar que reflexos geram reflexos e que não há pagamento sem justos atenuantes, quando o devedor se revela amigo da solução dos próprios débitos.

A prática do bem, e infatigável, pode modificar a rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante, interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio, segundo a lei do auxílio.

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. Pensamento e Vida. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 61.

A Cura Gradativa Através da Reencarnação

“–(…) apêndices torturados da sociedade terrestre,(…). Quase todas as perturbações congeniais da mente, na criatura reencarnada, dizem respeito a fixações que lhe antecederam a volta ao mundo. E, em muitos casos, os Espíritos enleados nesses óbices seguem do berço ao túmulo em recuperação gradativa, experimentando choques benéficos, através das terapêuticas humanas e das exigências domésticas, das imposições dos costumes e dos conflitos sociais, deles retirando as vantagens do que podemos considerar por extroversão indispensável à cura das psicoses de que são portadores.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 25.

O Serviço do Bem

“(…) O progresso é obra de cooperação. Consagrando-se à disciplina e ao estudo, à meditação e à prece, ele se renovará mentalmente, apressando a própria cura, depois da qual poderá cooperar em trabalhos mediúnicos dos mais proveitosos. Todo esforço digno, por mínimo que seja, recebe invariavelmente da vida a melhor resposta.

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Assimilação Mental

“(…)Os pensamentos daqueles que partilham o mesmo teto agem e reagem uns sobre os outros, de modo particular, através de incessantes correntes de assimilação. A influência dos encarnados entre si é habitualmente muito maior que se imagina. Muita vez, na existência carnal, os obsessores que nos espezinham estão conosco, respirando, reencarnados, o mesmo ambiente. Do mesmo modo há protetores que nos ajudam e elevam e que igualmente participam de nossas experiências de cada dia. É imprescindível compreender que, em toda a parte, acima de tudo, vivemos em espírito.
O intercâmbio de alma para alma, entre pais e filhos, cônjuges
e irmãos, afeiçoados e companheiros, simpatias e desafeições,
no templo familiar ou nas instituições de serviço em que nos agrupamos, é, em razão disso, a bem dizer, obrigatório e constante. Sem perceber, consumimos ideias e forças uns dos outros.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Serviço em Momento de Descanso do Corpo

“Uma jovem, de fisionomia nobre e calma, penetrou o quarto em Espírito, passou rente a nós sem notar-nos e, reanimando Américo, retirou-o para fora.

(…)

É Laura, a filha generosa, que ainda mesmo durante o sono físico não se descuida de amparar o genitor doente.

(…)

Quando o corpo terrestre descansa, nem sempre as almas repousam. Na maioria das ocasiões, seguem o impulso que lhes é próprio. Quem se dedica ao bem, de um modo geral continua trabalhando na sementeira e na seara do amor, e quem se emaranha no mal costuma prolongar no sono físico os pesadelos em que se enreda…

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Não Existem Vítimas

“– Indubitavelmente, a expiação do grupo doméstico sob nossa vista é rude e dolorosa… Em passado próximo, o paralítico de hoje era o dirigente de pequeno bando de malfeitores. Extremamente ambicioso, asilou-se num sítio, onde se transformou em perseguidor de viajantes desprevenidos, dedicando-se ao furto e à vadiagem… Conseguiu convencer quatro amigos a acompanhá-lo nas aventuras delituosas a que se entregou pela cobiça tiranizante, comprometendo-lhes a vida moral, e esses quatro companheiros são hoje os filhos que lhe recebem nova orientação, crivando-o de preocupações e desgostos. Desviou-os do caminho reto, agora busca recuperá-los para a estrada justa, achando-se, ele mesmo, em penosas inibições…”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Família em Luta Expiatória

“– Achamo-nos à frente de pai e filho. Júlio, o genitor de Américo, foi acometido, faz muitos anos, de paralisia das pernas, vivendo assim amarrado à cama, onde ainda se esforça pela subsistência dos seus, em trabalhos leves. Entregue à provação e à soledade, começou a ler e a refletir com segurança. Apreendeu a verdade da reencarnação, encontrou consolo e esperança nos ensinamentos do Espiritismo e, com isso, tem sabido marchar com resignação e fortaleza nos dias ásperos que vem atravessando…

(…)

Sustentado pelo devotamento heroico da esposa, trouxe ao mundo cinco filhos, dos quais uma jovem que lhe foi abençoada irmã noutra vida terrestre, e os demais, inclusive Américo, são quatro rapazes de trato muito difícil. Márcio, que já conhecemos, é cliente da embriaguez, Guilherme e Benício estão consumindo a mocidade em extravagâncias noturnas, Laura que é abnegada companheira dos pais, e o nosso Américo, o primogênito, que ainda está longe de recuperar o equilíbrio completo…”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.