Nova Chance de Aprendizado

“– Nosso amigo em reajuste, antes da presente imersão na carne, vagueou, por muitos anos, em desolada região de trevas. Aí foi vítima de hipnotizadores cruéis com os quais esteve na mais estreita sintonia, em razão da delinquência viciosa a que se dedicara no mundo. Sofreu intensamente e voltou à Terra, trazendo certas deficiências no organismo perispiritual. É um histérico, segundo a justa acepção da palavra. Acolhido pelo heroísmo de um coração materno e por um pai que lhe foi associado de insânia, hoje também na travessia de amargosas provas, vem procurando a própria recuperação. Aos sete anos da nova experiência terrena, quando se lhe firmou a reencarnação, sentiu-se tomado pela desarmonia trazida do mundo espiritual e, desde então, vem lutando no laborioso processo regenerativo a que se impôs.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

A Dor Para o Aprendizado

“– O enigma de nosso irmão – elucidou o Assistente – é de natureza mental, considerando-se-lhe a origem pura e simples, mas está radicado à sensibilização psíquica, tanto quanto as ocorrências de ordem mediúnica.

– (…) poderemos considerá-lo médium?

De imediato, não. Presentemente, é um enfermo que reclama cuidado assistencial, no entanto, sanada a desarmonia de que ainda é portador, poderá cultivar preciosas faculdades medianímicas, porque a moléstia, nesses casos, é fator importante de experiência. A dor em nossa vida íntima é assim como o arado na terra inculta. Rasgando e ferindo, oferece os melhores recursos à produção.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Tortura por Ligações Passadas

Findo o acidente paroxístico, notamo-lo suarento e desmemoriado, qual se fora surdo às preces que Raul Silva pronunciava, implorando o socorro divino em seu favor.

(…)

Abeirava-se a reunião da fase de encerramento, contudo, o rapaz que nos tomara, por último, a atenção, prosseguia apático, melancólico.

Registrávamos a esperança e o encorajamento, em variados tons, em todos os presentes, menos nele, que denotava tortura e introversão.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Companhias Passadas

– É um pobre irmão em luta expiatória e na realidade mal atravessou a casa dos trinta anos, na presente romagem terrestre. Desde a infância, sofre o contacto indireto de companhias inferiores que aliciou no passado, pelo seu comportamento infeliz. E quando experimenta a vizinhança desses amigos transviados, ainda em nosso plano, com os quais conviveu largamente, antes do regresso à carne, reflete-lhes a influência nociva, entregando-se a perturbações histéricas, que lhe sufocam a alegria de viver. Tem sido aflitivo problema para o templo doméstico em que renasceu. Desde a meninice, vive de médico a médico.

(…)

Parece um velho, quando poderia mostrar-se em pleno vigor juvenil.

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Presença de Entidades Desagradáveis

“Junto de nós, o cavalheiro que se mantinha entre os enfermos caiu em estremeções coreiformes.

Não fosse a poltrona em que se apoiava e ter-se-ia arrojado ao chão.

Desferia gemidos angustiados e roucos, como se um guante invisível lhe constringisse a garganta.

Não longe, duas entidades de presença desagradável reparavam-lhe os movimentos, sem contudo interferir magneticamente, de maneira visível, na agitação nervosa de que ele se fazia portador.

(…)

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 24.

Vibrações Destrutivas

“o fenômeno pertence à sintonia. Muitos processos de alienação mental guardam nele as origens. Muitas vezes, dentro do mesmo lar, da mesma família ou da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado se reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao reajuste, raramente conseguem superar a aversão de que se vêem possuídos, uns à frente dos outros, e alimentam com paixão, no imo de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que, concentrados, se transformam em venenos magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Para isso, não será necessário que a perseguição recíproca se expresse em contendas visíveis. Bastam as vibrações silenciosas de crueldade e despeito, ódio e ciúme, violência e desespero, as quais, alimentadas, de parte a parte, constituem corrosivos destruidores.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, Capítulo 19.

A Reencarnação como Chance de Aprendizado

“Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cur prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem…”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 135-143.