Discurso secreto de Hermes Trismegistos

“Discurso secreto de Hermes Trismegistos ao filho Tat no monte, acerca da palingenesia e da promessa de silêncio.

(…) pedi para aprender sobre o discurso da palingenesia (…) e disseste que iria me dar quando eu viesse a ser estranho ao mundo.

(…) Ó filho, a sabedoria é intelectual no silêncio e a semente é o verdadeiro Bem. Pelo que é semeada, ó pai? (…) – Falas enigma para mim, ó pai, e não como um pai que dialoga com um filho. Esse tipo de coisa, ó filho, não é ensinado, mas quando se quer, por Deus é lembrado.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 225.

Parte II- Corpus Hermeticum Graecum.

Lilellus XIII

Personagem arquetípica e imaginária

“Hermes Trismegistos é autor téorico. O conhecimento que os antigos leitores tiveram é indireto e a leitura dos textos e extratos herméticos é parcialmente influenciada pelas ideias preconcebidas. Esses leitores são empíricos e, de fato, não correspondiam ao leitor-modelo do autor hermético empírico. Os cristãos podiam acreditar na existência de Trismegistos, citar os tratados herméticos, mas isso não significa que eles eram seguido- res do movimento hermético. Em todo caso, Hermes Trismegistos é uma personagem arquetípica e imaginária.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 91.

Parte I- Ensaios: Aproximações e enfoques.

Capítulo 6- Aspectos Literários do Corpus Hermeticum.

As primeiras edições

“Em 1456, Marsilio Ficino (1433-1499), filho do médico Diotefeci, teve seus estudos de grego patrocinados por Cosimo de’ Médici, o pater patriae, estadista e político da cidade de Florença e fundador da dinastia Médici. Cosimo repassou para Ficino vários manuscritos com escritos de Platão para que fossem traduzidos e para que ele também se dedicasse à filosofia platônica. Ficino não tinha ainda iniciado a tradução das obras platónicas, ou talvez a tenha abandonado, quando, em 1460, Cosimo de’ Médici lhe pediu para priorizar a tradução latina do manuscrito grego de uma coleção dos textos de Hermes Trismegistos trazida da Macedônia para Florença pelo monge Leonardo Di Pistoia, encarregado de encontrar manuscritos de textos antigos. Em 1463, um ano antes da morte de Cosimo, Ficino concluiu a tradução daquilo que mais tarde viria a ser chamado Corpus Hermeticum. Sua tradução, ou seja, a primeira tradução editada do Corpus Hermeticum, publicada em 1471,174 foi intitulada de Mercurii Trismegsti Liber de Potestate et Sapientia Dei, ou simplesmente Pimander.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 69.

Parte I- Ensaios: Aproximações e enfoques.

Capítulo 5- As edições do Texto Grego do Corpus Hermeticum.

 

O nome de Hermes Trismegistos

“(…) o nome de Hermes Trismegistos não é o bastante para caracterizar um determinado livro como hermético. Além disso, o adjetivo ἐρμαϊκός” não incide nos tratados e tampouco se deve aventar que o titulo do tratado deva indicar sua caracterização. Assim, por hermetismo, deve -se compreender o conjunto de doutrinas que integram os documentos desse movimento, constituindo uma gnosis γνῶσις teoantropocósmica.

(…) para Christian Bull, qualquer pessoa que tenha acesso ao texto hermético é iniciada no hermetismo.”

TRISMEGISTOS, Hermes. Corpus Hermeticum graecum, São Paulo:Ed. Cultrix, 2023, Pág. 28.

Introdução

Jesus e os Velhos Ensinamentos

“(…) O certo é que a humanidade sempre foi visitada por Espíritos orientadores, assim que ela se revelava sensível e capaz de sentir-lhes as mensagens, embora ainda se mostrasse incapacitada para compreendê-los na profundeza espiritual do seu sentido. O Alto sempre transmitiu para a Terra, antes de Jesus, a mesma fórmula de esclarecimentos e de libertação espiritual dos homens. Assim, os conceitos predicados pelo Divino Amigo, recomendando-nos o “amai-vos uns aos outros” e “fazei aos outros o que quereis que vos façam”, já haviam sido ensinados anteriormente na Lemúria, na Atlântida, na Caldéia, na Fenicia, no Egito, na Índia e na Grécia, através de missionários como Numu, Antúlio, Anfion, Rama, Hermes, Krishna, Buda, Confúcio, Zoroastro, Orfeu, Sócrates, Pitágoras e outros, enquanto, modernamente, essa mesma mensagem de Amor aos homens foi apregoada por instrutores como Ramakrishna, Maharishi, Gandhi e Kardec!

(…)

A simplicidade e a pureza iniciática do Cristianismo petrificaram-se outra vez sob as práticas litúrgicas modernas, que além de exaustivas e infantis, sufocam a figura do Mestre numa fantasia circense. Quando o crente vibra e sente a essência íntima dos ensinamentos libertadores de Jesus, ele já se mostra exausto da longa caminhada entre símbolos, dogmas e mistérios religiosos (…).”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 240-241.

 

Preceitos Herméticos sem Religião

“Ainda em nossos dias empregamos o termo hermético no sentido de secreto, fechado de tal maneira que nada escapa, etc., pela razão que os discípulos de Hermes sempre observaram o princípio do segredo nos seus preceitos. Eles ignoravam aquele não lançar as pérolas aos porcos, mas conservavam o preceito de dar leite às crianças, e carne aos homens feitos, máximas que são familiares a todos os leitores das Escrituras Cristãs, mas que já eram usadas pelos egípcios, muitos séculos antes da era cristã. Os Preceitos herméticos estão espalhados em todos os países e em todas as religiões, mas não pertencem a nenhuma seita religiosa particular.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 15.

O Preparo do Discípulo

“Mas esses poucos não esqueceram nem desprezaram os preceitos originais de Hermes, que tratam da transmissão das palavras de verdade aos que estão preparados para recebê-la, a respeito dor quais diz o Caibalion: “Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o seu Ensinamento se abrirão completamente.” E ainda: “Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vem os lábios para enchê-los com sabedoria.” Mas a sua atitude habitual sempre esteve estritamente de acordo com outro aforismo hermético também do Caibalion: “Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento. “

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 10.