“É, sem dúvida, enigmático porque é que as individualidades coletivas, as nações, se desprezam, odeiam e aborrecem umas às outras, inclusive também em tempos de paz. Não sei que dizer. Neste caso sucede precisamente como se todas as conquistas morais dos indivíduos se desvanecessem, ao conglomerar-se uma multidão, constituída por milhões de homens, e apenas perdurassem as atitudes psíqui- cas mais primitivas, mais antigas e mais grosseiras. Estas lamentáveis circunstâncias serão, porventura, modificadas por evoluções posteriores. Mas um pouco mais de veracidade e de sinceridade, nas relações dos homens entre si e os seus governantes, deveria aplanar o caminho para tal transformação.”
FREUD, Sigmund. Porquê a Guerra? – Reflexões sobre o destino do mundo, Ed. Edições 70, 2019, pág.38.
Considerações atuais sobre a guerra e a morte (1915)
“O desapontamento perante a morte”