Poder Político

II. Política –O poder efetivo sobre a Palestina está nas mãos dos romanos. Mas, em geral, estes respeitam a autonomia interna das suas colônias. A Judeia e a Samaria são dirigidas por um procurador romano, mas o sumo sacerdote tem poder de gerir as questões internas, através da lei judaica. Este, porém, é nomeado e destituído pelo procurador romano. O centro do poder político interno da Judeia e Samaria são a cidade de Jerusalém e o Templo. Com efeito, é do Templo que o sumo sacerdote governa, assessorado por um Sinédrio de 71 membros, composto de sacerdotes, anciãos e escribas ou doutores da Lei. O Sinédrio é o Tribunal Supremo (criminal, político e religioso) e sua influência se estende sobre todos os judeus, mesmo os que vivem fora da Palestina.”

Bíblia Sagrada. Edição Pastoral. Paulus Editora, 1990. Versão Kindle, Posição 56380.

Genealogia de Jesus

“O que acabamos de relatar representa apenas parte de centenas de fatos que poderiam ser apresentados para demonstrar que os pais de Jesus eram gentios e falavam uma língua que não era a judaica. Isto nos faz imediatamente questionar a genealogia exaustivamente apresentada na Bíblia para provar que Jesus era descendente da Casa de Davi. Esta genealogia é apresentada na Bíblia por dois autores diferentes e as gerações apresentadas por ambos não concordam entre si. Além desta discrepância, a genealogia é apenas uma tentativa por parte dos admiradores e seguidores posteriores de Jesus de fazer parecer que Ele descendia da de Davi, tal como era esperado pelos judeus. Devemos ter em mente que em nenhuma ocasião de Sua vida Jesus se referiu a seus ancestrais, nem deu a entender aos judeus que Ele era o Messias da Casa de Davi que eles tanto aguardavam. Também nada encontramos em registros históricos contemporâneos, ou entre os registros judaicos autênticos, que indique que, durante a vida de Jesus ou nos primeiros cem anos após o seu tempo, os judeus ou quaisquer outros acreditassem em Jesus como descendente da Casa de Davi. Exatamente quando a genealogia que tentava introduzir esta ligação foi preparada e introduzida nos escritos sagrados não se sabe, mas certamente foi uma adição bastante posterior.

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 55-56.

Povo Escolhido Sujeito à Roma

Secretamente, ou em silêncio, os judeus ou os ortodoxos de Israel se ressentiam porque o centro do poder fora arrebatado da Judéia e o povo escolhido de Deus se encontrava sujeito ao governo de Roma. Esta era uma humilhação que os judeus esperavam desfazer. Israel aguardava esperançosa o dia em que seu povo subiria ao poder e o “Rei da Glória” apareceria para de novo restabelecer o poder e o reinado de Israel.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 46.

Princípio de Gênero em desequilíbrio

“Nas sinagogas, locais de reunião da classe dominante dos hebreus, a separação de classes era estritamente observada, sendo as mulheres consideradas incapazes, quanto a exercer qualquer posição na igreja. Esta atitude para com as mulheres está retratada em muitas passagens da liturgia judaica usada nas sinagogas, quando a ação de graças é expressa da seguinte forma: “Bendito sejas, meu Senhor e meu Deus, que não me fizeste mulher.” As mulheres eram consideradas criaturas sem alma, não podiam desenvolver qualquer grau de espiritualidade, sendo, portanto, incapazes de se tornarem angelicais. É sempre interessante, para os ocidentais que viajam pelos países do Oriente, verificar que todas as estatuas de anjos são do sexo masculino. Esta ideia da mulher sem alma se manteve em todas as línguas latinas, nas quais a palavra “anjo” é sempre masculina. Nenhum rabino se permitiria conversar com uma mulher sobre problemas religiosos, nem discutir com ela qualquer assunto espiritual.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 45.

Povos Pagãos em Jerusalém

“A Palestina, e especialmente Jerusalém, eram indubitavelmente pagãs pouco antes da chegada do Mestre Jesus. Embora seja verdade que a religião judaica estivesse bem estabelecida, ela com certeza não abrangia as massas nem era praticada por todos os que ocupavam os mais altos escalões do poder.”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p. 42-43.