Não há ciência sem silêncio

“Não há ciência sem silêncio, nem força sem caridade, nem poder justiça. Eu sou a virtude, aquele que transforma e faz milagres.

(…)

A magia, com suas operações, espera apenas um fenômeno, um grande fenômeno: que o Sol se levante, que o grande deus da luz mental apareça no Oriente da psique adormecida do discípulo e que o dia chegue à alma daquele que o invoca.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.256-260.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

Epílogo

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

“Aqueles que querem ser bem-sucedidos têm de manter silêncio, mas devem operar enquanto mantêm o silêncio.

Operar é agir.

Agimos sobre coisas que parecem inanimadas e sobre seres anima- des visíveis e invisíveis por meio de três fatores:

1. Vontade.

2. Ciência.

3. Equilíbrio.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 236.

Terceira Parte

O Catecismo dos primeiros Estágios da Magia

A prática mágica

“As riquezas representam abundância além das necessidades do indivíduo: entre um filósofo que se alimenta de migalhas de pão e vive em um barril e um milionário que trabalha e rouba seus semelhantes para aumentar o patrimônio, o filósofo é o mais rico.

Antes de desejar riquezas, é preciso esclarecer o que se deseja (…)

Deus não esquece o que tem de ser feito, e o espírito de Deus em nós só é surdo quando o enterramos sob nossas mentiras.

O discípulo da magia expõe sua necessidade a Deus e seja atendida se for isto a coisa certa a ser feita. Não tens um teto; talvez esteja escrito no princípio de absoluta pede que ela pão; não tens justiça que você se redimir.

A prática mágica – venho repetindo isso com muita frequência pode ser seguida por aqueles cuja natureza é positiva em termos aristocráticos, por aqueles com uma determinação férrea ou por pessoas que querem e sentem que é possível ter êxito não orando a Deus, que é algo que todo mundo faz, mas identificando-se com a natureza divina, ativa, e fundindo-se com sua própria vontade, iluminada pela justiça.

As forças ocultas que vivem em nós, integradas aos poderes que pertencem essencialmente à nossa natureza animal, assim como acontece com os músculos do corpo, ficam atrofiadas se não forem desenvolvidas e tornadas flexíveis pelo exercício. A vontade que dirige essas forças é um reflexo da centelha divina que é nosso intelecto.

(…) a magia é a arte e a ciência de tornar o homem ativo um deus e de não obrigárigá-lo a sofrer o sofrer o refluxo e o fluxo das inconstantes marés da Lua religiosa.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.222-224.

Terceira Parte

Os Aforismos

Na magia, entender é conquistar

“(…)quem quer se apoderar das primeiras chaves para o tesouro oculto das ciências que compõem o patrimônio dos Magos, deve se livrar de toda a bagagem de ideias profanas para, por meio de um processo sintético (e não analítico), entrar no mundo das causas, que é o verdadeiro e grandioso enigma dos mistérios sagrados.

Una é a lei, una a existência de todas as coisas, una é a matriz de qualquer forma perceptível e não há, fora dessa verdade simples, nada além de um raciocínio louco, surgido com a ideia de que o homem im- perfeito deve esperar que tudo lhe seja dado pela graça e que a vida eterna dos espíritos ultrapasse o poder da matéria que é a única lei, a única essência, a única matriz do que existe, existiu e existirá para sempre na Terra e em todas as estrelas do firmamento.

O que há para o estudante de ocultismo? Só uma coisa: unidade na expressão mais abrangente dos fenômenos da natureza.

Na magia, entender é conquistar.

(…)Et vidit hoc bonum esse [e vi que era bom].”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.210-213.

Terceira Parte

Os Aforismos

A ação é mágica e é ciência

(…) Secretum Secretorum.

O pensamento é fé e é religioso.

A ação é mágica e é ciência.

Considere como verdade, e viva de acordo com essa verdade, apenas aquilo que as suas observações e a sua experiência provarem ser bom para sua saúde, seu bem-estar a para bem-estar de outros como você. A ciência hierática, estou dizendo, foi e é considerada pelos homens comuns como uma ilusão ou uma fé, embora para o iniciado ela nunca deva deixar de ser consciência. A fé cega está se apossando das massas e faz parte da religião do profano. Por outro lado, a fé como resultado de nossa própria pesquisa, depois que a pesquisa provou sua verdade, é ciência hierática e consciência sacerdotal.

Nunca digas “Magister dixit” [assim falou o Mestre), porque neste caso terás fé na ciência dele, mas não consciência, e teu dever ao se tornar um iniciado é conquistar e possuir consciência por meio de uma obra ativa, sob orientação do iniciador.

O homem que pensa, aspira, como o crente cristão que recita o Pai Nosso, pela vinda do reino do Pai.

O homem que pratica, realiza, como o Pai, a obra do reino.

Se quer de fato tornar-se um estudante de magia, meu leitor deve começar praticando (isto é, agindo) e, antes de agir, deve se educar e, antes de se educar, deve compreender.

Assim, compreender, educar-se, agir: aqui estão os três pilares para as primeiras primeiras práticas de magia.

(…)

O silêncio subjetivo, ou a ausência de fala, coloca o indivíduo fora de qualquer estagnação artificial de criações autónomas.

As palavras que pronunciamos são a confirmação de nossas próprias ideias, materializadas repetidas vezes por meio de sons articulados. Pessoas que falam muito condensam conceitos que elas ainda não foram capazes de assimilar no plano físico. Aquele que não acredita, mas diz, acaba acreditando naquilo que diz. A educação para o silêncio interior e pessoal é a melhor preparação psíquica para que o corpo mais pesado se separe dos três elementos superiores.

Não há iniciação que não comece com o silêncio:”Não fales do que saberás ou do que verás, e fica calado não apenas com tua boca, que é o órgão de transmissão do pensamento”. A educação no silêncio, por irradiação mecânica, influencia a sensibilidade lunar da alma, que também aprenderá a ser silenciosa, como é silenciosa uma boca fechada.

Tudo deve estar em silêncio ao redor daquele que se propõe a conquistar uma reintegração para que sua inteligência solar se manifeste: você deve ser silencioso em termos subjetivos e objetivos, com a boca, em ação e em pensamentos, enquanto dorme ou quando acorda, pois aquele que fala cria e cada criação é um deslocamento da forma e, por conseguinte, uma ocultação da verdade amorfa primitiva, ou espírito da luz.

O discípulo deve saber como permanecer em silêncio e viver no meio da multidão que é facilmente influenciada, mas que não influencia o homem sábio, cuja alma tem de ser insensível a todas as palavras, ruídos e costumes, que são as principais influências sobre as pessoas, E isso não é tudo: ele deve manter silêncio com sua alma e obrigar todos os espíritos que falam com ela a ficarem também em silêncio.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.207-209.

Terceira Parte

Os Aforismos

 

 

Inteligências, espíritos e gênios

“Na vida da matéria, o movimento é muito lento; na vida do pensamento há um rápido movimento giratório. Devemos distinguir e sepa- rar a intelectualidade da materialização. Na prática da magia, portanto, os nomes de entidades divinas devem ser apreendidos e compreendidos como tendo uma aplicação tripla:

1. Inteligência ou projeção da vontade divina central.

2. Espírito ou manifestação de tendência.

3. Gênio, ou demônio, em sua manifestação real.

Cada uma dessas formas tem uma manifestação fenomenal diferente.

Na primeira, o fenômeno é mental, na segunda é astral, na terceira é material, isto é, pertence ao mundo visível para as pessoas comuns. Ariel, na magia divina, é a inteligência absoluta da força criativa divina. Inteligência significa compreensão, penetração, intuição sutil do valor do poder de criação. Em sua segunda fase de adaptação, é um espírito ou um anjo agindo na corrente astral. Na terceira aparição, é c ato de força materializada; isto é, a encarnação de inteligência.

Contudo, estudar Magia e se dedicar à teurgia não significa estudar os fenômenos perceptíveis aos sentidos físicos, mas estudar as leis ocultas e produzir fenômenos visíveis; e, como todas as ciências, a Ma gia deve ser primeiro estudada com atenção em sua parte doutrinária e depois em sua aplicação; antes, no entanto, de aprender qualquer coisa que tenha relação com a ciência, devemos compreender o sentido das palavras que usamos.

(…) mas no futuro, os que vierem depois de mim, não deixarão de levar a cabo minha completa integração à modernidade, fazendo o mundo saudar como descobertas muito modernas coisas que pertencem ao antigo conhecimento do sacerdócio da ciência única.

(…)

Estou falando com eles para que possam entender antes de praticar, para que não venham a praticar de maneira empírica, como charlatães, aos tropeções, imaginando que estão estudando magia no beco sem saída do espiritismo popular ou sonambulismo mesmérico, fundamentos de doutrinas sem começo nem fim.

A magia não pode ser praticada como uma profissão aprendida pela vontade humana: ela é a prática de virtudes ativas.

Tudo na magia prática é alcançado por meio do amor, o amor é inteligência divina, ou seja, um estado de compreensão, a intuição do abraço divino entre a matéria finita e o mundo infinito.

O código de acesso a cada prática é a Imaculada Concepção.

Quando você pensa, evoca; quando concebe, cria; mas o ato mágico da Concepção não pode ser compreendido como resultado de meditação e longas vigílias. Na Magia, a Concepção é um relâmpago, uma operação deslumbrante de nossa psique, que se apoia em dois fatores:

1. A mais perfeita educação do corpo físico e intelectual.

2. A vontade do bem e do mal.

Para resumir, eu acrescentaria:

-que apenas em uma consciência integrada, alheia a qualquer influência do ambiente, de superstição ou de paixão, o poder volitivo se manifesta de modo espontâneo, sem esforço, pelo simples ato imaginativo;

-que a imaginação é um instrumento de criação em consciências integradas;

-que a criação de uma forma concebida nesta condição interna é suficiente para a forma ser realizada;

-que tal conquista não é resultado de um esforço, mas de um estado do ser interior independente que não conhece obstáculo;

-que a realização, acima como abaixo, é um ato de amor;

– que isto se aplica tanto ao bem quanto ao mal, ou seja, ocorre tanto nas formas ou realidades que geram utilidade e prazer quanto nas que provocam dano e dor.

Qui gladio ferit, gladio perit [Quem com ferro fere, com ferro será ferido).”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 194-198.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

O Deus que vive dentro de nós

(…) o terrível dilema de descobrirmos o Deus que vive dentro de nós mesmos  (…) Se, antes da criação, Deus tinha um poder criativo ativo, depois da criação, isto é, já estando corporificado e individualizado como homem, ele deve preser- var a capacidade de seu potencial criativo essencial.

(…)

A magia tem de absorver toda a exterioridade da Religião Eterna da qual o Budismo, o Bramanismo, a crença dos caldeus do Egito, o Paganismo e o Cristianismo são apenas vislumbres da verdade na vastidão do tempo. A magia é a ciência.

(…)

Os tempos são a moralidade: a moralidade, a chave para a ciência das formas religiosas, reside nos costumes. Mores sunt tempora; a famosa tempora [índole] ou mores [costumes] são expressões unilaterais – o grau espiritual (com sua grande influência sobre a sociedade) dita o progresso ascendente da sociedade humana.

Pedir ao Mestre um livro no qual sejam ensinados milagres da mesma forma como são ensinadas as regras de jogos de baralho é pedir para ser alvo de uma mentira covarde do espírito vulgar. Você deve pedir e obter a luz antes que o Mestre fale, caso contrário as palavras dele serão como pérolas atiradas aos porcos.

(…)

O Fogo Criativo, além de todas as coisas criadas, de todas as per sonalidades e personificações, representa o dilema da vitória ou aniquilamento do espírito ativo e inquiridor. A incrível bravura das evocações de uma pirotecnia mágica não pode ser apreciada sequer como invenção de um romancista. Mas depois da sua conquista, o último véu cai de nossos olhos e compreendemos o Mestre.

Não devemos tentar produzir milagres sem antes empreendermos uma tentativa ousada de nos destruirmos, átomo por átomo, com o objetivo de ver a face daquele cuja face real, como está escrito, ninguém jamais viu, cuja voz só foi ouvida por aquele que foi salvo das águas, a quem Cristo chamou de Pai.

O primeiro aspecto do raio de Deus, conhecido, em termos cabalísticos, pelo nome de Ariel, é o poder taumatúrgico ou capacidade de realizar milagres, milagres que não são violações das leis da natureza, como pensam os profanos e ignorantes; nem se devem em grande par te à ignorância dos crentes, como pseudocientistas da normalidade dos eventos tentariam nos fazer crer.

Ariel é um anjo, ou seja, é a forma da força expressa pela inteligência divina. Portanto, ele é força e é inteligência. É instintivamente forte e inteligente. É capaz.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.191-193.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

A Vontade

“Para chegar a uma realização, a magia emprega todos os meios externos que se pode usar. (…) Mas se a pompa é mágica nas religiões, a magia dos magos, tomada por si mesma, em sua essência, só precisa de uma coisa para produzir milagres: a vontade.

É a Fé a substância do esperado

E argumento evidente do invisível, diz Dante.

(…)a chave para a comoção geral está em estimular o sentimento que permeia a cadeia de psiques de todos os participantes.

Não é assim na magia divina e natural praticada por um mago conhecedor e capaz. No lugar dos rituais maravilhosos, ricos em acessórios e adereços sagrados e religiosos, o mago só substitui sua espiritualização pela inteligência e sua fluidificação pela realização daquilo que quer.

Ele pensa ou é inspirado, encontra analogias, e através de sua arte alcança seu objetivo.

(…)

O magnetismo, como determinação da vontade, é uma força incompleta se usada de modo isolado por um operador, porque só pode ser projetado para fortificar alguma coisa com intenção, não com inteligência; o mago, porém, usa o magnetismo de forma transcendental, acres- centando-o ao poderoso segredo da vitalização das coisas, que é algo acima do magnetismo porque acopla a fluidificação magnética a uma alma que é inteligente por causa de seu poder.

A palavra vitalização é inadequada, mas não há outro modo de indicar os poderosos meios mágicos de carregar coisas inanimadas não apenas com força, mas também com uma inteligência que está viva e que mantém afastados eventos contingentes.

(…)

Em primeiro lugar, deve-se possuir vontade, pois o mago tenta concluir sua carreira assim que a começa, abrindo mão de tudo que possa auxiliá-lo para usar apenas sua varinha, como se ela fosse um cetro; e o cetro dos reis modernos não passa de uma deturpação da varinha mágica dos magos da antiga teocracia sacerdotal.

Aqueles que veem e sabem são os artistas das manifestações. O autor da verdade é a Sabedoria Absoluta, que é a Verdade Eterna, cujo nome profano, individual, é Deus.

Na história, os autores de grandes renovações, de redenções, de revoluções humanitárias são apenas nomes de ideias, personificação da verdade absoluta em relação à sociedade e à época.

A multidão acredita que os homens são os autores de mudanças políticas na Grécia, na América do Norte, na Inglaterra, na Itália, mas a boa filosofia reconhece em cada homem um espírito de justiça enviado pelo mundo das causas com a missão de cumprir a vontade divina na Terra.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.158-164.

Segunda Parte

Inteligência, Força e Criação

A linguagem da verdade é humana

“A linguagem da verdade é humana? Ou ela pode ser traduzida rapidamente para a linguagem humana?

A linguagem que os espíritos usam para conversar com os médiuns é a linguagem dos espíritos?

Se, ao contrário, for uma tradução psíquica feita pelos médiuns, será que é uma tradução fiel e uniforme das ideias dos espíritos?

Na magia, a linguagem das causas é um elemento reservado aos mestres. A ideografia divina é a chave de todo simbolismo religioso e éo segredo de talismās, de hieróglifos sagrados, de livros ocultistas. Essa chave é recebida do invisível por meio de uma comunicação contínua de nosso ego com o mundo das causas, que começa assim que morre a terrível serpente, trespassada pela força de vontade do iniciado. Você receberá a chave de São Pedro, o apóstolo, no portão do paraíso místico, se for cristão; ou Ísis, esticando sua mão branca e elegante, deixará que a toque se você preferir entrar no jardim egípcio: seja como for, só então terá um conhecimento completo dos sinais e do poder dos personagens tanto na magia divina quanto na natural, e só quando sua virtude fizer de você merecedor saberá como usá-los e a que eles correspondem.

Eu disse: não dê ouvidos a nenhuma comunicação; você pode interpretar apenas sonhos lúcidos, e nunca de modo literal. A este respeito, acho que já disse claramente que a serpente fala a linguagem dos homens, e que Deus usa a linguagem de Deus.

Há duas espécies de operações no universo da magia: uma implica comunicação com a alma do Universo; a outra determina a dominação da serpente astral ou alma da terra.

As operações do primeiro tipo colocam o homem (…) em relação com o Espírito Universal.

Quando a operação tem essa regra, ou ideal mágico, não é mais uma prática religiosa porque, mesmo que os iniciantes a realizem somente pela , ela é apenas um cálculo de filosofia transcendental.

Aqueles que começam bem, logo terão vislumbres da luz divina, não porque os anjos descerão do céu e resgatarão o iniciante da corrente terrestre, mas porque o espírito de Deus, que está nele, pouco a pouco o libertará de todos os grilhões terrestres, até que se torne um profeta. À medida que progride e ascende, ele entra em comunicação com o espírito do mestre que, além da barreira do Dragão, espera por quem chega lá e entra em relação direta com seus espíritos.

Uma prece é um ato de fluidificação concreta da própria vontade. Formular uma ideia e desejar sua realização é uma prece.

(…)se aspiram à ascensão espiritual, suas ideias têm de estar formuladas com muita clareza em suas mentes para que os resultados não demorem a chegar. As ideias formuladas com clareza atravessam a aura astral da Terra e serão recolhidas por um servo guardião que está ao lado do trono do Sol, a quem, no início deste livro.

O Espírito Santo, a pomba mensageira de luz, é o raio do Sol brilhando em nossa alma. Essa alma, ao se transformar em uma pomba, pode fazer um casamento além dos limites das ações conhecidas.

(…) do ponto de vista teórico: a iniciação à magia é combate com o dragão da corrente astral.

porque em toda magia, a interrupção de uma operação antes de sua conclusão provoca uma reação terrível, cujo efeito é exatamente o oposto daquilo que o operador almeja.

Todas as operações de magia têm duas fases, uma de reação e outra de ação: a primeira fase é negativa e a segunda é positiva. O novato, vendo ocorrer o efeito contrário, quase sempre detém-se, assustado, e há uma completa desordem. Através, no entanto, da resistência, insistência e coerção, os esforços do operador são recompensados por resultados positivos. O túmulo de todos os ideais é a falta de persistência, e tenho visto exemplos terríveis e assustadores disso.

Na magia, é preciso avançar com plena disposição, sem se deter no meio do caminho.

Se você anseia pelo sucesso, fique sempre vigilante, persistente e ativo. O espírito ativo da Natureza Universal não se oferece, mas se permite ser atraído por aqueles que são ativos. Eu disse que as inteligências, espíritos ou naturezas fluídicas aparecem para nós como clarões de relâmpagos: bem, a única grande e poderosa alavanca da mente humana, que a conecta a Deus por meio da serpente da vontade terres- tre, é este zelo ou atividade próprios dos espíritos de Mercúrio.

A atividade, a atividade inteligente por si só, pode trazer a maior das conquistas às quais um homem de gênio pode aspirar, a Verdade das Causas, que está acima da inércia estagnada, da qual a descrença é um sintoma vulgar, e essa atividade é o meio de alcançar um ideal que é, para as multidões ordinárias, a mais poética das loucuras.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.149-153.

Segunda Parte

Inteligência, Força e Criação

Ser considerado Mestre Perfeito

“Aqueles que operam com magia devem recorrer ao equilíbrio resultante de seu progresso para que sejam capazes de neutralizar todas as forças adversas e para serem considerados Mestres Perfeitos nas duas partes da magia. Devem possuir virtudes negativas e positivas, serem capazes de dar e receber, de coagular e dissipar todas as forças psíquicas condensadas ao seu redor para conceder, por um certo tempo, suas próprias virtudes a um estudante ou discípulo merecedor em uma cerimônia de investidura.

Acredita-se, em geral, que a ciência é aprendida nos livros. Mas das especulações de filosofia transcendental às leis da mecânica, a única coisa que ensina é a realização ou prática.

A iniciação na prática é a totalidade das operações que um Mestre Perfeito efetua com um discípulo para conceder, atribuir, confirmar e desenvolver as virtudes ocultas em um organismo humano comum.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.89.

Segunda Parte

O Mestre Perfeito