Sabedoria e razão

“Assim, os mistérios das causas primeiras, ó discípulo, começam a levar você pela mão, através do inferno do conhecimento humano, em busca da razão por trás de milagres e prodígios. Mas a sua busca, a sua cansativa missão, será um esforço totalmente desperdiçado se você não praticar; só a prática dá, em nossa ciência, o direito de chegar, mas a chave de toda a prática se apoia na santidade do discípulo (…)

(…) o santo é aquele que identifica sua razão humana com a razão fatal das coisas e dos espíritos. O santo é um altruista que se considera um viajante em um hotel durante uma parada em sua jornada para a evolução infinita e final de todas as coisas criadas. O santo é aquele que tem a sabedoria de não se iludir sobre razões visíveis e que se faz digno da ciência de Deus.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág.173-174.

Terceira Parte

Os Mistérios da Taumaturgia

Os místicos e os falsos doutores

“(…) há somente duas categorias de pessoas: os místicos e os falsos doutores que professam teorias que não estão ao alcance de todas as mentes.

(…)essa coisa que todos possuem e que ninguém pode explicar, ou seja, a alma interior da criatura humana, rica em virtudes e insondáveis mistérios.

Tu, oh Morte, és a solução para o enigma espiritual dentro do homem vivo e dentro das ocultas profundezas de sua desconhecida alma.

O iniciado tem de vencer a morte e ultrapassar a escravidão da inexorável lei. O iniciado enfrenta apenas o problema da continuidade da consciência, da travessia do rio do esquecimento, Lethe, continuando sem interrupção seu sonho de integração com poderes divinos.

Mas o problema do Além só será resolvido por aqueles capazes de atingir um conhecimento de si mesmos, isto é, da estrutura, da anatomia e da “química” de suas próprias almas.”

KREMMERZ, Giuliano. Introdução à ciência hermética: O caminho iniciático para a magia natural e divina. Editora Pensamento, 2022, Pág. 21-23.

Um apelo aos que aspiram à Luz

“(…)a Vontade do homem pode influenciar a Providência quando, agindo por intermédio de uma alma forte, é assistida pelo céu, que opera em conjunção com ela.

(…) a vontade, robustecida pela fé, pode subjugar a própria necessidade, governar a natureza e operar milagres.

“Quanto maior a vontade”, disse Böhme, “maior a pessoa e man poderosa sua inspiração.” Vontade e liberdade são uma só coisa. A magia, fonte da luz, é o que cria algo do nada. A vontade que avança resolutamente é a fé; ela cria a própria forma na mente e subjuga todas as coisas; por meio da fé, a alma adquire o poder de influenciar outra alma e de penetrar sua mais íntima essência. Quando atua com Deus, pode mover montanhas, despedaçar pedras e confundir malfeitores semeando o medo e a desordem entre eles; pode opera todos os milagres, governar céus e mares, acorrentar a domina tudo. Nada que tenha um nome se subtrai a uma ordem dada própria morte em nome do Eterno. Nada pode ferir aquele que abriga Deus dentro de si.”

A relação entre os mundos visível e invisível se aplica a todos esses seres espirituais, e os magos aprenderam nomes pelos quais alegavam invocá-los.

Sua ajuda tinha por único objetivo concentrar a maior quantidade de força e movimento universais em torno do adepto, que podia então produzir resultados proporcionais à intensidade de suas faculdades psíquicas.

O cérebro humano é gerador inexaurível de força cósmica da mais fina qualidade, que ele extrai da energia inferior da natureza; o adpeto consumado se faz centro das potencialidades irradiantes das quais surgirão correlações e mais correlações no futuro. Tal é o segredo de seu misterioso poder para projetar e materializar no mundo as formas que constrói no invisível com material cósmico inerte. O adepto não cria nada novo; simplesmente emprega o material primário de que a natureza o cerca e que passou por todas as formas ao longo da eternidade, manipulando esse material. Ele só precisa escolher o material de que necessita e chamá-lo à existência objetiva.

As relações do invisível com o visível se estenderam aos limites máximos, a tal ponto que se conhece a cadeia ao longo da qual um objeto, qualquer que seja, ascendeu à inteligência a que devia sua forma. Deriva daí o uso de objetos de determinado tipo para canalizar a vontade em operações mágicas.

Esses objetos serviam apenas como ponto de apoio para a vontade do adepto, a qual atuava como poderoso ímã sobre a força universal.

Primeira. Não há milagre. Tudo que acontece é resultado da lei – eterna, imutável, sempre atuante. O milagre aparente é apenas a operação de forças antagônicas ao que o dr. W. B. Carpenter, F. R. S. – homem de muito estudo, mas pouco conhecimento – chama de “bem conhecidas leis da natureza”. Como muitos de seu tipo, o dr. Carpenter ignora o fato de que talvez existam leis outrora “conhecidas” e que a ciência não conhece mais.

Segunda. A natureza é triplice: há uma natureza visível, objetiva, há uma natureza invisível, interior, energizadora, o exato modelo da outra e seu principio vital, e, acima dessas duas, o espírito, a fonte de todas as forças, eterna e indestrutível. As duas inferiores estão sempre mudando; a superior não muda nunca.

Terceira. O homem também é triplice: tem um corpo objetivo, fisico; um corpo astral vitalizante (ou alma), que é o homem real; e esses dois são nutridos e iluminados pelo terceiro o espirito sobera no, imortal. Quando o homem real consegue se fundir com este úl mo, torna-se uma entidade imortal.

Quarta. A magia, como ciência, é o conhecimento desses princípios e o conhecimento do modo pelo qual a onisciência e a onipoten cia do espírito, bem como seu controle das forças da natureza, podem ser adquiridos pelo indivíduo ainda no corpo. A magia, como arte, consiste na aplicação desse conhecimento à prática.

Quinta. Esse conhecimento, quando mal aplicado, é feitiçaria: quando bem aplicado, é a magia verdadeira ou SABEDORIA.

Sexta. Ser médium não é a mesma coisa que ser adepto: o médium é o instrumento passivo de influências estranhas, o adepto tem controle ativo sobre si mesmo e sobre as potências inferiores.

Sétima. Todas as coisas que existiram, existem e existirão estão gravadas na luz astral, ou tábua do universo invisível; e o adepto iniciado, valendo-se da visão do próprio espírito, pode conhecer tudo quanto já se conheceu e tudo quanto haverá de ser conhecido.

Oitava. As raças humanas diferem nos dons espirituais tanto quanto na cor, na estatura ou em qualquer outra qualidade externa, entre alguns povos, a vidência prevalece naturalmente, entre outros, a mediunidade. Alguns se entregam à feitiçaria e transmitem suas regras e práticas secretas de geração em geração, tendo como resultado um leque de fenómenos psíquicos mais ou menos amplo.

Nona. Uma fase da capacidade mágica é o afastamento voluntário e consciente do homem interior (forma astral) do homem exterior (corpo fisico). No caso de alguns médiuns, o afastamento ocorre, mas é inconsciente e involuntário. Seu corpo fica mais ou menos cataléptico às vezes, com o adepto, porém, a ausência da forma astral não é notada, pois os sentidos físicos estão alerta e a pessoa parece ter tido uma crise de ausência – um “transe”, como se diz.

Aos movimentos da forma astral errante, nem o tempo nem o espaço oferecem obstáculos. O taumaturgo, bastante versado na ciência oculta, pode fazer com que seu corpo físico dê a impressão de desaparecer ou assumir qualquer forma que ele queira. Pode tornar sua forma astral visível sob variadas aparências. Em ambos os casos, esses resultados são obtidos graças à alucinação hipnótica simultânea dos sentidos das testemunhas.

Todavia, enquanto a forma astral pode ir a qualquer lugar, penetrar qualquer obstáculo e ser vista a qualquer distância do corpo físico, este depende dos métodos comuns de transporte.”

PAPUS.Tratado elementar de ciências ocultas, Ed. Pensamento, 2022, Pág.104-107.

Capítulo 5

Por que tem medo?

“O ensino do Salvador e a revelação dos mistérios, junto às coisas ocultas no silêncio, bem como as instruções reveladas, à parte, a João, seu discípulo.

Ele me disse: “João, João, por que você duvida e por que tem medo? A minha aparência é estranha a você? Não seja medroso! Eu sou aquele que está sempre você. Eu sou o Pai. Eu sou a Mãe. Eu sou o Filho. Eu sou o imaculado, o incorruptível.”

Nascimento, Peterson do. Evangelho Secreto de João (Coleção Apócrifos do Cristianismo Livro X) – Versão Kindle, Posição 68 e 92.

A Sagrada Escritura

A Sagrada Escritura não precisa de nenhuma explicação. Quem fala verdadeiramente tem a plenitude da vida eterna, e sua escritura nos presenteia com uma maravilhosa união a mistérios autênticos, pois é um acorde da sinfonia do universo.”

HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 1661.

A sociedade que vem

Conhecer os Mistérios

“Mateus conta, também, que quando Jesus falava em público, falava sempre por meio de parábolas; quando os discípulos perguntavam o motivo, respondia: “Porque lhes foi dado conhecer os mistérios [mysteria; literalmente, ‘mistérios’] do reino do céu, mas a eles não.” Segundo os gnósticos, alguns discípulos, seguindo suas instruções, mantiveram em segredo os ensinamentos esotéricos deJesus, que transmitiam apenas de forma privada a determinadas pessoas que tivessem provado ser espiritualmente maduras e, por isso, qualificadas para “iniciação na gnosis” – ou seja, no conhecimento secreto.”

PAGELS, Elaine. Os Evangélhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 15.

Capítulo: 1- A Controvérsia Sobre a Ressurreição de Cristo: Acontecimento Histórico ou Símbolo?

Tradição Oral

“Dada a ausência da escrita, naquelas épocas longínquas, todas as tradições se transmitiam de geração a geração através do mecanismo das palavras. Todavia, com a cooperação dos degredados do sistema da Capela, os rudimentos das artes gráficas receberam os primeiros impulsos, começando a florescer uma nova era de conhecimento espiritual, no campo das concepções religiosas.”

Nota Pessoal: O salto da tradição oral para a escrita

(…)

“Suas vozes enchem todo o âmbito das civilizações que passaram no pentagrama dos séculos sem-fim e, apresentado com mil nomes, segundo as mais variadas épocas, o cordeiro de Deus foi guardado pela compreensão e pela memória do mundo, com todas as suas expressões divinas ou, aliás, como a própria face de Deus, segundo as modalidades dos mistérios religiosos.”

Xavier, Francisco Cândido / Emmanuel. A Caminho da Luz. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 2016, p. 73-74.

Os Discípulos Iniciados

“Os mistérios de que falava Jesus a Seus discípulos, e que estes procuraram com Ele aprender, para torná-los manifestos, com o propósito de os utilizar nos trabalhos missionários que desenvolviam, oram revelações sobrenaturais ou transcendentais o operações da lei que somente os iniciados ou os discípulos mais adiantados podiam compreender e aplicar. Veremos, nos capítulos subsequentes, que estes discípulos de Jesus – os cento e vinte que compunham Sua escola secreta eram iniciados, pois cumpriram o necessário à iniciação e possuíam meios secretos de se identificarem, tais como senhas, sinais e símbolos. Eles eram os mais íntimos dos milhares de seguidores de Jesus, aqueles que se haviam entregue por inteiro ao desenvolvimento e defesa do Seu trabalho, e cada um dos quais recebera uma missão especial (…)”

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 79.

Mistérios do Reino dos Céus

“(…) A palavra “mistérios” não é empregada nas Escrituras no sentido de religiões secretas, tampouco de coisas incompreensíveis ou, por sua própria natureza, difíceis de compreender – mas no sentido de coisas de revelação puramente divina e, também, de coisas, dada a moderação dos antigos cristãos, obscuramente anunciadas e compreendidas naquele período, mas claramente explicitadas nos Evangelhos… Logo, os “mistérios do Reino dos Céus” significam aquelas gloriosas verdades evangélicas que na época somente os discípulos mais adiantados podiam compreender, e mesmo assim, apenas parcialmente“.

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 78-79.

Aquilo Que Só é Conhecido dos Iniciados

“Uma das mais importantes autoridades na análise das palavras e termos usados pelos autores dos lises da Bíblia foi Robert Young, cuja análise da Bíblia, publicada em 1893, ainda é uma fonte inigualável de informações fidedignas sobre estes assuntos. Ele afirma que a palavra “mistério”, tal como usada no Novo Testamento pelos autores dos Evangelhos, significava “aquilo que só é conhecido dos iniciados

LEWIS, H. Spencer. As Doutrinas Secretas de Jesus. Rio de Janeiro: Biblioteca Rosacruz, V. II, Ed. Renes, 1983, p. 78.