A Luz e a Obscuridade

A Luz e a Obscuridade são polos da mesma coisa, com muitos graus entre elas. (…). O Grande e o Pequeno são relativos. Assim também o Ruído e o Silêncio, o Duro e o Flexível. Tais são o Agudo e o Liso, O Positivo e o Negativo são dois polos da mesma coisa, com muitos graus entre eles.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 86,87.

Questão de Graus

“Os Ensinos herméticos são, com efeito, que a diferença entre as coisas que se parecem diametralmente opostas é simplesmente questão de graus. Eles ensinam que os pares de opostos podem ser reconciliados, e que a reconciliação universal dos opostos é efetuada pelo conhecimento deste Principio de Polaridade. Os instrutores dizem que os exemplos deste Principio podem ser dados a qualquer pessoa, e por meio de uma examinação da natureza real das coisas. Eles conhecem porque afirmam que o Espírito e a Matéria são simplesmente dois polos da mesma coisa, sendo os planos intermediários simplesmente graus de vibração. Eles afirmam que o TODO e o Muito são a mesma coisa, a diferença sendo simplesmente questão de grau de manifestação mental. Assim a LEI e as Leis são os dois polos de uma só coisa. Do mesmo modo o PRINCÍPIO e os Princípios, a Mente Infinita e a mente finita.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 85,86.

Princípio de Polaridade

Tudo é duplo, tudo tem dois polos; tudo tem seu par de opostos; o semelhante e a dessemelhante tão uma só coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em graus; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.” – O CAIBALION

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 85.

Grande Paradoxo

“De acordo com uma das formas tradicionais de encarar esses suportes da meditação, a forma feminina (em tibetano: yum) deve ser observada como o tempo; e a forma masculina (yab) como a eternidade. A união dos dois produz o mundo, em que todas as coisas são, a um só tempo, temporais e eternas, criadas a imagem desse deus macho-fêmea autoconsciente. (…) E assim é que tanto o masculino como o feminino devem ser encarados, alternativamente, ora como o tempo, ora como a eternidade. Isso quer dizer que os dois são o mesmo, cada um é os dois e a forma dual (yab-yum) não passa de efeito da ilusão – a qual, todavia, não difere da iluminação.

Eis uma suprema enunciação do grande paradoxo por meio do qual o mundo dos pares de opostos é abalado e o candidato admitido à visão visão do Deus, o qual, ao criar o homem à sua própria imagem, o criou homem e mulher.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp . 161-162.

Nirvana

“A pausa no limiar do Nirvana, a resolução de adiar até o fim do tempo (que nunca tem fim)  a imersão no poço imperturbável da eternidade, representa uma percepção de que a distinção entre a eternidade e o tempo não passa de aparência – tendo sido elaborada, à força, pela mente racional, mas dissolvida pelo conhecimento perfeito da mente que transcendeu os pares de opostos. Esse conhecimento reconhece que o tempo e a eternidade configuram-se como dois aspectos da mesma experiência total, dois planos do mesmo inefável não-dual; isto é, a joia da eternidade está no lótus do nascimento e da morte: om mani padme hum”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 146.

Contemplação dos Opostos

“Através desse exercício, seu espírito é purgado de toda sentimentalidade e ressentimento, infantis e inadequados, e sua mente é aberta à presença inescrutável, que existe não primariamente como “boa” ou “má” com relação à sua infantil conveniência humana, seu bem-estar e a sua aflição, mas sim como lei e imagem da natureza do ser”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 116.

Consciência dos Opostos

“O “Muro do Paraíso”, que oculta Deus das vistas humanas, é descrito por Nicolau de Cusa como constituído pela “consciência dos opostos”, sendo seu portão guardado pelo “mais alto espírito da razão, que impede a passagem enquanto não for superado”. Os pares de opostos (ser e não-ser, vida e morte, beleza e feiura, bem e mal, e todas as outras polaridades que ligam as faculdades à esperança e ao temor e que vinculam os órgãos de ação a tarefas de defesa e aquisição) são as rochas em colisão (Simplégades), que esmagam os viajantes, mas pelas quais os heróis sempre passam”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 90.

A virtude

“A virtude não é senão o prelúdio pedagógico da percepção culminante, que ultrapassa todos os pares de opostos. A virtude subjuga o ego voltado para si mesmo e torna possível a convergência transpessoal (…)

Pois como declarou Heráclito (no Fragmento 46): “Os diferentes são reunidos, e das diferenças resulta a mais bela harmonia, e todas as coisas se manifestam pela oposição”.

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 48.