Pentecostes

“As pessoas reunidas em Pentecostes, ao receberem o Espírito: eu as imagino cansadas, largadas nos bancos. A inspiração do cansaço diz menos sobre o que é para se fazer e mais sobre o que é para se deixar de fazer

(…)

É preciso, aí, comportar-se de modo inteiramente silencioso. […] Também é preciso se alienar da razoabilidade com que se cuida de negócios. É preciso privar seu espírito de todos os instrumentos e impedir, nisso, de servir como um instrumento. […] É preciso manter-se consigo mesmo, até que cabeça, coração e membros estejam em puro silêncio. Caso se alcance assim, porém, a suprema ausência de si, então, por fim, o fora e o dentro se tocam, como se explodisse um calço que dividiu o mundo…!*”

*MUSIL, R. Der Mann ohne Eigenschaften. Ed. Adolf Frisé. Reinbek, 1978, p. 1.234.

HAN, Byung-Chul. Vita Contemplativa, ou sobre a inatividade. Ed. Vozes, 2023, Local 357-365.

Considerações sobre a inatividade

Arquivos de Monte Carmelo

“Com o passar dos anos, a frequência à escola e ao mosteiro no Monte Carmelo tornou-se tão grande que surgiu uma comunidade, composta de estudantes, os quais adotaram uma forma própria de se vestir e permaneciam vida inteira dentro dos limites do mosteiro, a não ser nos períodos em que viajavam a outras terras como missionários. Foi naquele local que muitos antigos manuscritos foram traduzidos e ilustrados em pergaminho e enviados para os vários arquivos da Grande Fraternidade Branca em todo o mundo. Uma biblioteca maravilhosa foi mantida em Carmelo por muitos séculos. Alguns membros dessa comunidade estiveram presentes por ocasião do primeiro sermão de São Pedro no Pentecostes e construíram uma capela em honra do evento. (…)”

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus. Curitiba, PR: AMORC, 2001, p.138.

Pentecostes

“ Teto, paredes e objetos de uso corriqueiro revelavam-se formados de correntes de força, a emitirem baça claridade.

“(…) Detive-me na contemplação dos companheiros encarnados que agora apareciam mais estreitamente associados entre si, pelos vastos círculos radiantes que lhes nimbavam as cabeças de opalino esplendor.”

“Tive a impressão de fixar, em torno do apagado bloco de massa semiobscura a que se reduzira a mesa, uma coroa de luz solar, formada por dez pontos característicos, salientando-se no centro de cada um deles o semblante espiritual dos amigos em oração.”

“Desse colar de focos dourados alongava-se extensa faixa de luz violeta, que parecia contida numa outra faixa de luz alaranjada, a espraiar-se em tonalidades diversas que, de momento, não pude identificar, uma vez que a minha atenção estava presa ao círculo dos rostos fulgurantes, visivelmente unidos entre si, a maneira de dez pequeninos sóis, imanados uns aos outros. Reparei que sobre cada um deles se ostentava uma auréola de raios quase verticais, fulgentes e móveis, quais se fossem diminutas antenas de ouro fumegante.”

“Sobre essas coroas que se particularizavam, de companheiro companheiro, caíam do alto abundantes jorros de luminosidade estelar que, tocando as cabeças ali irmanadas, pareciam suaves correntes de força a se transformarem em pétalas microscópicas, que se acendiam e apagavam, em miríades de formas delicadas e caprichosas, gravitando, por momentos, ao redor do cérebro em que se produziam, quais satélites de vida breve em torno das fontes vitais que eles davam origens.”

“Custodiando a assembleia, permaneciam os mentores espirituais presentes, cada qual irradiando a luz que ele era própria.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 19-26.