Forças Viciadas Correspondentes

“Observando os beberrões, cujas taças eram partilhadas pelos sócios que lhes eram invisíveis, Hilário recordou:

– Ontem, visitamos um templo, em que desencarnados sofredores se exprimiam por intermédio de criaturas necessitadas de auxílio, e ali estudamos algo sobre mediunidade… Aqui, vemos entidades viciosas valendo-se de pessoas que com elas se afinam numa perfeita comunhão de forças superiores… Aqui, tanto quanto lá, seria lícito ver a mediunidade em ação?”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 135-143.

Continuidade de Quem Somos

“Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar.”

“– Mas por que mergulhar, dessa forma, em prazeres dessa espécie?

– Hilário – disse o Assistente, bondoso –, o que a vida começou, a morte continua… “

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 135-143.

Círculo Como Totalidade e Queda do Paraíso

“A correspondência de um ano no Paraíso com cem anos na existência terrena é um motivo mitológico bem conhecido. A duração de cem anos significa a totalidade. Os trezentos e sessenta graus da circunferência tem o mesmo significado; razão por que os Puranas hindus representam um ano dos deuses como equivalente a trezentos e sessenta anos dos homens. Do ponto de vista dos olímpicos, era após era da história terrestre transcorre, de modo que, onde os homens veem apenas a mudança e a morte, os bem-aventurados contemplam a forma imutável, o mundo sem fim. Mas o problema reside em manter esse ponto de vista diante de uma dor ou prazer terrenos imediatos. O sabor dos frutos do conhecimento temporal afasta concentração do espírito do centro da era para a crise periférica do momento. O equilíbrio da perfeição é perdido, o espírito fraqueja e o herói cai.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, pp. 218-219.