Igualdade Entre Mulheres e Homens

Nossa evidência, então, indica uma correlação patente entre a teoria religiosa e a prática social. Entre os grupos gnósticos e os valentinianos, as mulheres eram consideradas iguais aos homens; algumas eram reverenciadas como profetas; outras agiam como professoras, evangelistas viajantes, curandeiras, padres, talvez até bispos. Essa observação geral não é, entretanto, universalmente aplicável.

Na Grécia e na Ásia Menor, as mulheres participavam com os homens dos cultos religiosos, sobretudo nos cultos à Grande Mãe e à deusa egípcia Ísis. Enquanto o papel principal estava reservado aos homens, as mulheres participavam nos serviços e nas profissões. Ocupavam-se da educação, das artes e de profissões como a medicina. No Egito, as mulheres atingiram, por volta do século I d.e., um estado de emancipação social, política e legal relativamente avançado. Em Roma, as formas de educação mudaram, em torno de 200 a.C., para oferecer, a algumas crianças da aristocracia, o mesmo currículo para meninas e meninos.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 67-69.

Capítulo: 3- Deus Pai / Deus Mãe.

Adão, Viva! Levanta da Terra!

“Outras narrativas gnósticas acrescentam um jogo com quatro significações que inclui Eva (Hawah): em vez de tentar Adão, lhe dá vida e instrui:

…Após o dia de descanso, Sofia [“sabedoria”, literalmente] enviou Zoé [“vida”, textualmente], sua filha, chamada Eva, como instrutora, para fazer com que Adão levantasse (…) Quando Eva viu Adão sem forças, apiedou-se dele, e disse: “Adão, viva! Levanta da terra!” Imediatamente sua palavra fez-se ato. Quando Adão, então, levantou, abriu de repente os olhos. Ao vê-la, disse: “Serás chamada ‘a mãe dos vivos’, por ter-me dado a vida.” *(Sobre a Origem do Mundo 115.31-116.8, em NHL 172.)

A Hipóstase dos Arcontes descreve Eva como princípio espiritual da humanidade que tira Adão de sua condição de simples matéria:

“E a Mulher dotada de espírito veio até [Adão] e falou com ele, dizendo: “Levante, Adão.” Ao vê-la, ele disse: “Você, que me deu a vida; deve ser chamada ‘A Mãe dos vivos’ pois ela é quem é minha mãe. É a Médica, a Mulher e Aquela que me deu à luz.” (…) Então veio o Princípio Espiritual Feminino na serpente, a instrutora; e ensinou-lhes, dizen- do: “(…) não morrerás; pois foi por ciúme que ele lhes disse isso. Ao contrário, seus olhos se abrirão e serão como deuses, reconhecendo o bem ou o mal.” (…) E o Soberano arrogante amaldiçoou a Mulher (…) [e] (…) a Serpente.” *(Hipóstase dos Arcontes 89.11-91.1, em NHL 154-155.)

Alguns acadêmicos consideram, hoje, o gnosticismo sinônimo de dualismo metafísico – ou até com uma pluralidade de deuses.”

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. Editora Objetiva, 1979, pág. 31-33.

Capítulo: 2- “Um Deus, Um Bispo”: A Política do Monoteísmo.

A Ação no Princípio Feminino e Masculino

“Nos fenômenos de Telepatia vê-se como a Energia Vibratória do Princípio Masculino é projetada para o Princípio Feminino de outra pessoa e este toma o pensamento-semente e o desenvolve até a madureza. Pela mesma forma operam a Sugestão e o Hipnotismo. O Principio Masculino da pessoa dando as sugestões dirige uma exalação da Energia Vibratória ou Força-Vontade para o Princípio Feminino da outra pessoa, e esta última aceitando-a, recebe-a em si mesma e age e pensa de conformidade com ela.(…)”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 117.

Ideia de Gênero Mental

“Esta ideia de Gênero Mental pode ser explicada em poucas palavras aos estudantes que estão familiarizados com as modernas teorias há pouco aludidos. O Principio Masculino da Mente corresponde à chamada Mente Objetiva, Mente Consciente, Mente Voluntária, Mente Ativa, etc. E o Princípio Feminino da Mente corresponde à chamada Mente Subjetiva, Mente Subconsciente, Mente Involuntária, Mente Passiva, etc.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 112.

O Ofício do Gênero

O oficio do Gênero é somente de criar, produzir, gerar, etc., e as suas manifestações são visíveis em todos os fenômenos. É um tanto difícil dar provas disto nas linhas cientificas, pela razão que a ciência ainda não reconheceu este Princípio como de aplicação universal.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 106.

Princípio de Gênero

“O Sétimo Grande Princípio hermético o Princípio de Gênero contém a verdade que há Gênero manifestado em tudo, que os Princípios Masculino e Feminino estão sempre presentes e em ação em todas as fases dos fenômenos e todos os planos da vida. Neste ponto achamos bom chamar a vossa atenção para o fato que o Gênero, no seu sentido Hermético, e o Sexo no uso ordinariamente aceitado do termo, não são a mesma coisa.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 105.

O Todo é Um

“Mas a doutrina hermética não exprime uma dualidade real: O TODO É UM; os dois aspectos são simplesmente aspectos de manifestação. O ensinamento é que o Princípio Masculino manifestado pelo TODO só impede a destruição da concepção atual do Universo. Ele projeta o seu Desejo no Princípio Feminino (que se chama ao mesmo tempo que este último começa a obra atual da evolução do Universo, desde os simples centros de atividade até o homem, e subindo cada vez mais de acordo com as bem-estabelecidas Leis da Natureza. Se dais preferência aos velhos modos de expressão, podeis considerar o Princípio Masculino como DEUS, o Pai, e o Princípio Feminino como a NATUREZA, a Mãe Universal, em cuja matriz todas as coisas foram geradas. Isto não é simplesmente uma ficção poética de linguagem; é uma ideia do processo atual de criação do Universo. Mas é preciso não esquecer que o TODO é um, e que o Universo é gerado, criado e existe na sua Mente Infinita.”

Três Iniciados. O Caibalion: Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia. Editora Pensamento: São Paulo, 2018, pág. 45.

A Força dos Gêneros em Nós

“A bruxaria é uma religião da natureza, como qualquer bruxa ele dirá. Tudo o que existe na natureza é masculino e feminino, e ambos são necessários (eu ainda não encontrei ninguém que não tenha uma mãe e um pai). (…)

Todos nós temos atributos masculinos e femininos. Até o homem mais viril e durão tem aspectos femininos, assim como a mais feminina das mulheres tem aspectos masculinos.”

Buckland, Raymond. Livro completo de bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. Editora Pensamento Cultrix, São Paulo, 2019, p. 63.