Conhecimento Sobre o Homem

“A humanidade profana ainda ignora o curso iniciático da vida de Jesus em que José de Arimatéia foi o seu cicerone dedicado e fiel. O jovem Jesus, além das intuições do mundo que a sua própria alma já aprendera, rebuscou todos os movimentos espiritualistas e iniciáticos da época, na Judéia, e nações circunvizinhas; motivo por que a sua vida é cheia de hiatos e períodos desconhecidos dos seus mais fiéis biógrafos. Ele investigava e inquiria sobre todas as práticas da velha iniciação habitual na Índia, no Egito e na Grécia, o seu espírito assimilava, com incrível rapidez, todo o conteúdo iniciático de cada escola. (…) Entre os essênios, ele se distinguia pelo profundo respeito a todos os credos e movimentos espiritualistas; a sua apreciação ao trabalho religioso no mundo era do absoluta universalidade.

(…)

Jesus sentia em si assombrosa e estuante força que o conduzia a um objetivo superior, de implacável renúncia. Por vezes antevia, no imo da alma, a fugaz imagem do seu futuro sacrifício programado pelo Alto. Mas, com o tempo, foi-se habituando a falar com absoluta confiança sob o impulso diretor do Ego Superior e, à medida que o seu espirito emergia cada vez mais lúcido, dominando a potência escravizante da carne, abriam-se-lhe clareiras do entendimento espiritual em favor da humanidade.”

RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 260-262.

 

Renunciantes

“Se alguma vez você esteve na Índia, deve ter visto os sadhus ou renunciantes. Nessa terra de mais de um bilhão de pessoas, atualmente há mais de treze milhões de renunciantes. Alguns usam os cabelos em dreads longos e emaranhados, normalmente enrolados em um coque no topo da cabeça. (…)”

MATTIS-NAMGYEL, Elizabeth. O Poder de uma Pergunta Aberta: o caminho do Buda para a liberdade. Teresópolis, RJ: Lúcida Letra,  2018. p. 40.

Entendimento Fraternal do Amor

“O verdadeiro amor é a sublimação em marcha, através da renúncia. Quem não puder ceder, a favor da alegria da criatura amada, sem dúvida saberá querer com entusiasmo e carinho, mas não saberá coroar-se com a glória do amor puro. Depois da morte, habitualmente aprendemos, no sacrifício dos próprios sonhos, a ciência de amar, não segundo nossos desejos, mas de conformidade com a Lei do Senhor: mães obrigadas a entregar os filhinhos a provas de que necessitam, pais que se veem compelidos a renovar projetos de proteção à família, esposas constrangidas a entregar os maridos a outras almas irmãs, esposos que são impelidos a aceitar a colaboração das segundas núpcias, no lar de que foram desalojados… Tudo isso encontramos na vizinhança da Terra. A morte é uma intimação ao entendimento fraternal… E quando lhe não aceitamos o desafio, o sofrimento é o nosso quinhão…

Quando o amor não sabe dividir-se, a felicidade não consegue multiplicar-se.”

Xavier, Francisco Cândido / André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade. Federação Espírita Brasileira, Brasília, 1955, pp. 125-133.

Integração

“Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a vida por amor de mim achá-la-á”.

O sentido é bem claro; é o sentido de toda a prática religiosa. O indivíduo, por meio de prolongadas disciplinas espirituais, renúncia completamente aos vínculos com suas limitações idiossincrasias, esperanças e temores pessoais. já não resiste a auto aniquilação, que constitui o pré-requisito do renascimento na percepção da verdade, e assim fica pronto, por fim, para a grande sintonia.

Suas ambições pessoais estão dissolvidas, razão porque ele já não tenta viver, mas simplesmente relaxa diante de tudo o que venha a se passar nele; ele se torna, por assim dizer, um anônimo. A Lei vive nele com o seu próprio consentimento irrestrito.”

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Pensamento, São Paulo, 2007, p. 231.