“A humanidade profana ainda ignora o curso iniciático da vida de Jesus em que José de Arimatéia foi o seu cicerone dedicado e fiel. O jovem Jesus, além das intuições do mundo que a sua própria alma já aprendera, rebuscou todos os movimentos espiritualistas e iniciáticos da época, na Judéia, e nações circunvizinhas; motivo por que a sua vida é cheia de hiatos e períodos desconhecidos dos seus mais fiéis biógrafos. Ele investigava e inquiria sobre todas as práticas da velha iniciação habitual na Índia, no Egito e na Grécia, o seu espírito assimilava, com incrível rapidez, todo o conteúdo iniciático de cada escola. (…) Entre os essênios, ele se distinguia pelo profundo respeito a todos os credos e movimentos espiritualistas; a sua apreciação ao trabalho religioso no mundo era do absoluta universalidade.
(…)
Jesus sentia em si assombrosa e estuante força que o conduzia a um objetivo superior, de implacável renúncia. Por vezes antevia, no imo da alma, a fugaz imagem do seu futuro sacrifício programado pelo Alto. Mas, com o tempo, foi-se habituando a falar com absoluta confiança sob o impulso diretor do Ego Superior e, à medida que o seu espirito emergia cada vez mais lúcido, dominando a potência escravizante da carne, abriam-se-lhe clareiras do entendimento espiritual em favor da humanidade.”
RAMATÍS. O Sublime Peregrino. Obra psicografada por Hercílio Maes. São Paulo: Ed. Conhecimento, 2020, pág. 260-262.